Do mesmo modo que a China, a Índia descende de antigas civilizações, cujos
preceitos e modos de vida ainda exercem grande influência sobre a população. O
hinduísmo, religião professada por mais de 80% da população indiana, define o in
divíduo a partir de sua hereditariedade, baseando-se em um sistema de castas, o que
para alguns estudiosos é uma das razões da manutenção das desigualdades sociais
da Índia. Apesar de abolido pela Constituição promulgada após a independência do
país, que ocorreu em 1947, o sistema de castas persiste, por força da tradição.
A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com aproximadamente
1,3 bilhão de habitantes. O país apresenta também uma elevada densidade de
mográfica, com cerca de 400 habitantes por quilômetro quadrado.
Atualmente, a Índia é uma das maiores economias da Ásia e vem registrando
expressivo crescimento econômico, mas ainda está distante de melhorar a vida
de boa parte da população. Cerca de 300 milhões de indianos vivem abaixo da
linha da pobreza e, em 2020, o país ocupava a 131a posição no ranking global do
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), considerando 189 países.
Essa realidade é parcialmente explicada pela elevada desigualdade social: cer
ca de 1% da população indiana concentrava, em 2020, 40% da riqueza total do
país. Dessa forma, são muitos os desafios socioeconômicos que a Índia enfrenta.
Divisão social e mobilidade
A divisão da sociedade em castas hierarquizadas tem uma história muito an
tiga, uma vez que se origina do hinduísmo, uma religião milenar. Na Índia atual,
muitos hindus mantêm essa divisão social – principalmente em áreas menos ur
banizadas –, perpetuando valores e costumes ancestrais.
De acordo com a tradição, o sistema de castas não admite mobilidade social. Sua estrutura é piramidal, contendo milhares de castas divididas em quatro
grandes grupos. Na base da pirâmide estão os sudras, que são os servos e os
artesãos. Em seguida, vêm os vaixás, que são os comerciantes e os camponeses.
Depois aparecem os xátrias, casta formada pelos militares. No topo estão os
brâmanes, casta constituída por sacerdotes e estudiosos. Já os párias, também
chamados de dalits ou intocáveis, realizam tarefas consideradas menores, como
serviços de limpeza; não fazem parte das castas.
O sistema de castas vem de Brahma, divindade criadora do
Universo. Segundo a crença, os
brâmanes nasceram da cabeça
de Brahma; os xátrias, dos braços;
os vaixás, das pernas; e os sudras,
dos pés da divindade.
O pertencimento a cada cas
ta é definido pelo nascimento e
por hereditariedade. A proibição
do casamento entre pessoas de
diferentes origens torna impossível a mudança de casta ao lon
go da vida. A consequência mais
evidente desse sistema é a per
petuação da desigualdade social.
Muitos indianos, porém, questionam essa tradição, principalmente aqueles que
Banco de imagens/Arquivo da editora
vivem em grandes centros urbanos. Por sua vez, o governo tem implementado
políticas públicas, como a criação de cotas em universidades, com o objetivo de
facilitar a mobilidade social.
Mesmo sendo poucos os casos, já existem indianos de castas inferiores em
papel de destaque na Índia atual. São pequenos avanços, mas a questão das cas
tas e da discriminação social ainda é um dos grandes desafios para o futuro da
maioria dos indianos.
A formação da República da Índia
O território da Índia foi definido em 1947, após a Segunda Guerra Mundial. A colônia britânica dessa porção asiática compreendia Índia, Paquistão e Bangladesh e era habitada por etnias e grupos religiosos diversos, dois deles majoritários: os muçulmanos e os hindus. Suas fronteiras são resultantes do processo de independência, que deu origem ao Paquistão — que se dividia em Paquistão Ocidental (atual Paquistão) e Paquistão Oriental (atual Bangladesh) e abrigava a maioria muçulmana — e à Índia, de maioria hindu. Bangladesh tornou-se independente em 1971 após a luta pela libertação do Paquistão, apoiada pela Índia. Desde a independência, Paquistão e Índia não resolveram suas questões de fronteira, responsáveis por três guerras entre os dois países. A raiz dos conflitos é a Caxemira, região de maioria muçulmana, mas sob o domínio da Índia. Na primeira guerra pela disputa da Caxemira entre Paquistão e Índia, entre 1947 e 1949, a região ficou dividida. Sua maior parte, onde estão os vales férteis e as nascentes de rios importantes, ficou sob o controle do governo indiano. O grande líder da independência da Índia foi Mahatma Gandhi, que pregava uma revolução sem violência, baseada no conceito de desobediência civil, que consistia na não obediência às leis consideradas injustas como forma de protesto e de desestabilização do poder do Estado. Apesar disso, Gandhi não conseguiu controlar a insatisfação de milhões de pessoas com a administração britânica e atos de violência e atentados terroristas foram frequentes durante a luta contra o Reino Unido.
Economia indiana
Com o fim do domínio inglês a partir de 1947, a Índia passou por muitas trans
formações. A economia se diversificou com o aumento do número de indústrias
e com alterações na agricultura e no setor de serviços.
A industrialização indiana apresenta semelhanças com a brasileira. Ela se baseou
na substituição de importações, ou seja, deu-se prioridade à instalação de fábri
cas que pudessem produzir mercadorias consumidas no próprio país e que antes
eram importadas do Reino Unido.
Após essa fase inicial, o governo passou a investir em infraestrutura, como a
construção de ferrovias. Para produzir trilhos e trens, dois setores foram impulsio
nados: a siderurgia e a metalurgia.
A maioria da população indiana vive no campo (cerca de 64%) e quase meta
de trabalha em alguma atividade ligada à agricultura (aproximada mente 47%).
No entanto, as cidades indianas vêm crescendo rapidamente. Por um lado, esse
processo amplia problemas sociais e ambientais urbanos. Por outro, vem esti
mulando a indústria e o setor de comércio e serviços, que respondem por apro
ximadamente 75% da riqueza gerada no país atualmente.
A Índia tem despertado atenção pela prosperidade de sua economia, cada vez mais importante no contexto mundial. Também chama a atenção o caminho seguido para seu desenvolvimento nas duas últimas décadas. O país fez investimentos bem-sucedidos em tecnologia e formação profissional. Formou milhões de engenheiros e soube criar oportunidades singulares na economia globalizada. A partir dos anos 1990, a Índia promoveu grandes transformações em sua estrutura econômica e integrou-se com sucesso ao mercado internacional. Os mecanismos que apoiaram o crescimento da participação indiana na economia mundial são semelhantes aos aplicados pela China: subvalorização da moeda (rúpia), baixo custo da mão de obra, criação de Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) e incentivos do governo. Grandes investimentos para melhorar a infraestrutura de telecomunicações e de transportes também vêm sendo realizados, sobretudo no setor rodoviário.
Agricultura
Na década de 1950, uma série de técnicas agrícolas foi introduzida no país,
iniciando a chamada Revolução Verde, que consistiu na modernização da agricul
tura pelo uso de agrotóxicos, máquinas agrícolas, novas variedades de sementes
e técnicas de irrigação em vastas áreas com monocultura.
Com a mecanização da agricultura, muitos empregos foram perdidos nas
áreas rurais da Índia, resultando na migração das pessoas para áreas urbanas, uma
das razões para a formação de enormes favelas em cidades como Mumbai e Nova
Délhi, capital da Índia. Estes são os centros urbanos mais populosos do
país e estão entre as maiores megacidades do mundo.
O uso de sementes e agrotóxicos importados aumentou o custo de produção.
Houve também uma concentração das terras, que contribuiu para expulsar tra
balhadores do campo.
Exportação de serviços
Um traço de originalidade da economia indiana está relacionado ao setor de serviços. Empresas indianas contam com mão de obra com fluência na língua inglesa, qualificada para prestar serviços de natureza variada para empresas estadunidenses, inglesas e até mesmo brasileiras. Empresas de qualquer parte do mundo que não desejam criar um setor específico para atividades e processos que não pertençam a seu negócio principal (como a contabilidade, o recolhimento de impostos, a elaboração da folha de pagamentos) podem repassá-los a empresas instaladas na Índia. Os call centers, por exemplo, prestam serviços de informação ao cliente e suporte técnico ao consumidor, a distância. A prestação de serviços é um produto de exportação da Índia. Tudo é feito com a tecnologia da informação. Outro destaque da nova fase da economia indiana são as empresas de desenvolvimento de software. O setor conta com amplo apoio governamental, por meio de incentivos fiscais e investimentos públicos na formação de profissionais. Bangalore, um dos tecnopolos da Índia, tem mais engenheiros que o Vale do Silício, na Califórnia. São profissionais igualmente qualificados, mas que recebem remuneração bem inferior em comparação aos salários pagos nos Estados Unidos. Outra cidade que se destaca nesse setor é Hyderabab. A Índia é hoje o maior exportador de software do mundo.
Na área de entretenimento, o cinema tem grande destaque: é o país que mais produz filmes no mundo. Bollywood, situado em Mumbai, é a segunda maior indústria cinematográfica, superada apenas pela produção dos Estados Unidos.
Principais setores industriais
Nas décadas de 1960 e 1970, o governo proibiu a presença de empresas estrangeiras no
país, como forma de incentivar o desenvolvi
mento de indústrias locais. Mas, a partir de 1980,
passou a autorizar os investimentos externos,
que foram realizados nos setores de produção
de automóveis, geração de energia, turismo e
infraestrutura. Ao mesmo tempo, as empresas
do país prosperaram e conseguiram desenvolver
a produção de bens de consumo, como auto
móveis, que são fabricados tanto para o mer
cado interno como para exportação.
Entretanto, foi a partir da década de 1990
que a Índia passou a se destacar no mundo. O
país tornou-se fornecedor de mão de obra
qualificada. Muitos jovens indianos foram re
crutados por universidades e empresas esta
dunidenses e europeias para desenvolver pro
gramas de computador. Estima-se que o país
tenha cerca de 1,5 milhão de programadores,
que atuam em empresas nacionais e estran
geiras. Muitos desses jovens retornaram ao
país e criaram empresas inovadoras, que de
senvolvem programas de computador e robôs,
usados na automação da produção industrial
de muitos países.
A indústria farmacêutica também faz parte do desenvolvimento econômico recente da Índia. Inicialmente produzia drogas genéricas, depois começou a desenvolver e produzir drogas de combate a aids e transformou-se no principal fornecedor desses medicamentos aos países mais pobres. Atualmente os laboratórios indianos têm investido em pesquisa e desenvolvimento e elevaram as empresas desse setor ao patamar de produção do mundo desenvolvido. A indústria automobilística é também importante e começa a ganhar maior projeção internacional. Além de diversas empresas multinacionais do setor instaladas na Índia, o país tem indústrias nacionais, como a Mahindra e a Tata Motors. Esta, de maior destaque, atende a quinta parte do mercado indiano e exporta para diversos países asiáticos. Em 2008, ela lançou o automóvel mais barato do mundo e comprou a Land Rover e a Jaguar. Em 2018, o país se tornou o quarto maior produtor mundial de veículos automotivos. A Índia também disputa a liderança mundial na produção de aço. Os dois recursos minerais básicos para a siderurgia, carvão mineral e minério de ferro, são extraídos em quantidade suficiente para atender ao consumo atual das empresas indianas. As maiores jazidas de ferro estão em Goa, que, além de suprir o mercado doméstico, é responsável por 40% das exportações do país.
A sociedade
A Índia é o segundo país em população do mundo. Apesar de ser o sétimo em extensão territorial, aproximadamente 1,3 bilhão de habitantes vivem em uma área de 3.287.263 quilômetros quadrados, equivalente a cerca da terça parte do território chinês. Tais fatores fazem da Índia o país de maior densidade demográfica, com mais de 400 habitantes por quilômetro quadrado. A maior parte dos indianos depende do trabalho agrícola, embora cerca de 75% da renda do país seja gerada por atividades urbanas: indústria e serviços. O crescimento econômico acelerado ainda está distante da possibilidade de melhorar a vida de boa parte dos indianos. Cerca de 300 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e lutam diariamente pela sobrevivência. A desigualdade social é alarmante.
Indicadores sociais
Os indicadores sociais indianos não melhoraram da mesma forma que os eco
nômicos. Em 2016, a expectativa de vida era de 68,5 anos. A média de anos de
estudos era de 6,3 anos, ou seja, pouco mais da metade do Ensino Fundamental,
se considerarmos um ciclo de 8 anos, como ocorre em muitos países. Quando se
analisa esse dado em termos de gênero, as mulheres tinham 4,8 anos de estudo
em média, e os homens, 8,2 anos, em 2016, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2017.
Com elevada pobreza, a Índia enfrenta desafios para melhorar a qualidade de
vida de sua população. Em 2016, 27,8% da população estava em extrema pobreza, segundo o mesmo relatório.
Grupos religiosos
Dentre as religiões praticadas na Índia, destacam-se, pelo número de adeptos, o budismo e o bramanismo ou hinduísmo. O budismo corresponde mais a um sistema ético-filosófico do que propriamente a uma religião. Surgiu na Índia, mas acabou se difundindo, com diversas ramificações, entre alguns povos asiáticos. O hinduísmo é praticado predominantemente na Índia, com adeptos também nos países vizinhos. A religião hindu é resultante de uma combinação de culturas. Essa combinação criou o sistema de castas, que, apesar de ter sido extinto por lei, até hoje é adotado em seus princípios básicos pela sociedade indiana. As castas são grupos sociais cujos membros pertencem à mesma etnia, profissão ou religião. Sendo uma classificação hereditária, que passa de pai para filho, nesse sistema são proibidos o casamento entre pessoas de castas diferentes e a mobilidade de uma casta para outra. Além disso, não há igualdade de direitos, ou seja, algumas castas gozam de privilégios, e todas obedecem a uma hierarquia que as classifica em categorias mais elevadas ou inferiores. Vários são os aspectos considerados na classificação das castas. Entre os mais importantes estão: o trabalho, o local de habitação na cidade e a língua. A sociedade hindu divide-se em quatro castas principais: os brâmanes (monges), os xátrias (guerreiros), os vaixás (comerciantes e artesãos) e, na base da pirâmide, os sudras (camponeses).
Compõem também a sociedade hindu os párias (dalits), que são considerados impuros pelas outras castas e exercem atividades de baixa remuneração, como as funções de coveiro e faxineiro. A partir da década de 1990, as castas inferiores vêm obtendo alguns avanços, como a aquisição de propriedades, aumento de renda e melhores empregos no serviço público, além de eleger representantes na política. Essas conquistas têm levado a choques com as castas superiores, que se sentem ameaçadas.
Influência regional, potência mundial?
A importância regional da antiga “Joia da Coroa”, como era denominada a Índia
quando ainda era colônia inglesa, entre 1858 e 1947, deve-se a vários fatores. O
principal foi sua confirmação como po
tência nuclear, tendo desenvolvido de
forma autônoma seu projeto desde 1974
e consolidado seu poder armamentista a
partir dos testes com mísseis atômicos
em maio de 1998.
O país é banhado pelo oceano Índico,
tendo a leste o golfo de Bengala e a oes
te o mar Arábico. A posição geográfica – que dá ao país duas costas e enorme
faixa litorânea – faz parte dos elementos
que determinam sua influência regional.
Além disso, seu território é extenso, com
3 287 260 km2, e pode aumentar, caso as
áreas que o país reivindica junto ao Pa
quistão e à China sejam incorporadas.
A Índia chegou a mais de 1,32 bilhão
de habitantes em 2016, de acordo com o
Relatório do Banco Mundial em 2017. Do
ponto de vista socioeconômico, a Índia
destaca-se por possuir a maior classe mé
dia do mundo, estimada em cerca de
250 milhões de habitantes, o que lhe ga
rante um importante mercado consumi
dor interno, abastecido por empresas
locais e por grupos estrangeiros. Também
é considerada a maior democracia do pla
neta, já que tem o maior colégio eleitoral
do mundo, com cerca de 814,5 milhões
de votantes em 2014.
O desenvolvimento científico e tecnológico indiano decorre do investimen
to na formação de pessoas em nível superior. A Índia é um dos países com maior
número de doutores e é considerada uma “exportadora de cérebros”, já que
muitos de seus cientistas atuam em empresas de alta tecnologia no exterior,
como aquelas ligadas à informática nos Estados Unidos. Além disso, tem capa
cidade de gerar inovações tecnológicas em seu próprio território.
A cidade de Bangalore é chamada de Vale do Silício indiano por concentrar
laboratórios, universidades e empresas voltadas para a inovação tecnológica.
A Índia é apontada por muitos analistas como uma potência mundial
emergente. Um conjunto de características contribui para essa condição,
como a capacidade de produzir uma bomba nuclear, grande população e
mercado consumidor. Além disso, possui multinacionais, principalmente no
setor metalúrgico.
Rumos da economia indiana
Nas últimas décadas, o setor industrial da Índia passou a enfrentar uma série
de dificuldades, como a escassez de capital para novos investimentos, a necessi
dade de ampliação da infraestrutura (redes de transporte, energia e comunicações) e a baixa qualificação da mão de obra.
Na tentativa de superar esses problemas, o governo indiano recorreu a em
préstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), tendo que se subordinar
às regras e à política econômica impostas por esse organismo. Em troca da
ajuda financeira, a Índia se viu obrigada a promover, a partir da década de 1990,
maior abertura da economia, eliminando barreiras alfandegárias, diminuindo o
protecionismo e concedendo maior liberdade às importações e ao capital exter
no, como ocorreu em vários países da América Latina.
Com isso, o modelo de economia mista, até então praticado no país, vem
sendo, aos poucos, substituído pela economia de mercado, cada vez mais in
serida no capitalismo global. Essas medidas provocaram o reaquecimento da
economia indiana, sobretudo com a expansão da atividade industrial, que tem
apresentado crescimento anual médio de cerca de 7,5% nos últimos anos. Um
dos principais motivos desse crescimento é a implantação de grandes multina
cionais no país. Essas empresas são atraídas para a Índia principalmente em
razão da oferta de mão de obra abundante a baixo custo e do gigantesco mer
cado consumidor do país.
A entrada de grandes empresas multinacionais na Índia tem exigido do
Estado vultosos investimentos em infraestrutura, sobretudo em usinas gerado
ras de energia elétrica, estradas, pontes, viadutos e terminais intermodais de
transporte. Exemplo desses investimentos é o chamado Quadrilátero Doura
do, um conjunto de rodovias que une as quatro grandes metrópoles indianas
(Nova Délhi, Calcutá, Chennai e Mumbai). Trata-se do mais ambicioso projeto
de modernização do setor de transporte, e sua execução consumiu cerca de
40 bilhões de dólares. São aproximadamente 6 mil quilômetros de rodovias em pista dupla, com a mais alta tecnologia disponível no mundo, o que deverá
revolucionar a economia indiana nos próximos anos.
Conflitos na Índia
Muitos conflitos têm origem em rivalidades étnicas e diferenças de caráter religioso, mas, fundamentalmente, são disputas territoriais, econômicas e de poder. Diversos líderes políticos manipulam a população, apropriando-se do discurso religioso para respaldar suas ações contra outros países. Fonte: elaborado em base em Embaixada da Índia. Disponível em: . Acesso em: 17 fev. 2016. As disputas de maior projeção estão concentradas em dois estados, a Caxemira e o Punjab. A região da Caxemira, no norte da Índia, ultrapassa as fronteiras do país e estende-se por terras da China e do Paquistão. O Paquistão e a guerrilha muçulmana separatista querem anexá-la ao país. Além da localização estratégica, na fronteira da China, o controle da Caxemira significa dispor de nascentes, das águas do curso médio do rio Indo e de vales férteis apropriados à atividade agrícola. Na região do Punjab, também no norte da Índia, desenvolve-se outro foco de conflito, entre os sikhs — minoria étnica seguidora de uma seita própria que difunde elementos do islamismo e hinduísmo — e os hindus. Os sikhs lutam pela independência e pela formação do Estado do Kalistão. A perseguição aos sikhs intensificou-se em 1984, após a morte da primeira-ministra indiana Indira Gandhi, assassinada por membros de sua guarda pessoal e adeptos da seita sikh. O provável motivo do assassinato teria sido o fato de Indira Gandhi ter ordenado a invasão do Templo Dourado de Amritsar — local sagrado para os sikhs, onde se reunia a cúpula do movimento separatista — resultando na morte de 450 pessoas.