quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

REGIÃO NORDESTE

1- Diversidade territorial nordestina


A Região Nordeste apresenta um mosaico de paisagens diferenciadas que se destacam pelos contrastes de regiões de clima chuvoso e com densa vegetação de florestas até regiões de clima seco e com a presença de savanas-estépicas, de grandes metrópoles, com densidades demográficas acima dos 200 habitantes por km² até áreas rurais e reservas naturais com menos de 1 habitante por km². 

Diversidade natural 


Em relação aos aspectos naturais, os contrastes observados no Nordeste refe rem-se, sobretudo, às características dos tipos de clima e de vegetação da região. 
Na Região Nordeste predominam quase todos os tipos climáticos brasileiros, à exceção do clima subtropical. O clima tropical úmido é encontrado na faixa litorânea oriental; o semiárido e o tropical típico na zona interiorana central; e o equatorial na porção ocidental do estado do Maranhão. Essa diversidade climática é acompanhada por uma variedade de formas de vegetação, a qual apresenta áreas dominadas por florestas tropicais (Amazônia e Mata Atlântica), pela Caatinga, pelo Cerrado e por uma formação de transição denominada Mata dos Cocais.

População e sub-regiões do Nordeste 


No que se refere ao aspecto humano, há na Região Nordeste um forte contraste em relação à distribuição populacional. Ela é caracterizada pela concentração de ha bitantes em algumas áreas extremamente urbanizadas do litoral, sobretudo no en torno das capitais, enquanto áreas do inte rior, como as sub-regiões do Meio-Norte e do Sertão, encontram-se pouco povoadas. Observe o mapa ao lado. Com base nesses contrastes popu lacionais e também na diversidade dos aspectos ambientais, o Nordeste pode ser dividido em quatro sub-regiões distintas: a Zona da Mata, o Agreste, o Meio-Norte e o Sertão.

Sertão nordestino 


O Sertão é a mais extensa das sub-regiões nordestinas, compreendendo aproximadamente 60% do território. Essa imensa área é dominada pelos re levos de planaltos e de depressões, entremeados por serras e chapadas, com altitudes médias de cerca de 500 metros. Nessa sub-região predomina o clima semiárido, que se caracteriza por tem peraturas elevadas (entre 24 °C e 28 °C) e duas estações bem definidas durante o ano: uma seca e outra chuvosa. 
As chuvas concentram-se em três ou quatro meses, com uma pluviosidade média de 750 mm anuais. Porém, em algumas áreas sertanejas, pode chover menos de 500 mm ao ano. Essa característica cli mática influencia diretamente na disponibilidade de recursos hídricos na sub-re gião, com a existência de alguns rios permanentes e muitos outros temporários, ou seja, cursos de água que secam parcial ou totalmente durante as estiagens. Em interação com essas características climáticas e hídricas, desenvolve-se no Sertão o bioma da Caatinga. 
Nesse ambiente, há o predomínio de uma vege tação formada por arbustos lenhosos de porte variado e plantas espinhosas, a exemplo dos cactos, como o mandacaru e o xique-xique. As fotografias a seguir mostram paisagens da Caatinga em dois momentos durante o ano: na estação chuvosa e na estação seca.

Fenômeno das secas 


Existem ocasiões em que o período de estiagem, ou seja, sem chuvas, pro longa-se por mais de um ano, dando origem ao chamado fenômeno das secas. Essa ocorrência natural está presente na vida das populações do interior da Região Nordeste há séculos. Os primeiros registros de estiagens extremas datam do século XVI. 
Com inter valos irregulares, longos períodos sem chuva (de até três anos contínuos) atin gem, sobretudo, a sub-região do Sertão. Essa situação decorre das mudanças sazonais na circulação geral dos ventos atmosféricos por conta, principalmente, da atuação do fenômeno chamado El Niño. 

Secas, perda da terra e migrações 


Durante o século XX, o Sertão foi a sub-região de origem de intensos fluxos migratórios. Além das fortes secas ocorridas, foram causas das migrações o pro cesso de perda da terra por milhares de camponeses e o empobrecimento da população. Tais fatores foram determinantes no desencadeamento de grandes ondas emigratórias, que acabaram se destacando historicamente na dinâmica populacional brasileira.
Muitos brasileiros saíram do Nordeste, sobretudo entre as décadas de 1940 e 1980, em busca de melhores oportunidades de trabalho e melhores condições de vida em outras regiões do Brasil, principalmente a Amazônia, a Região Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro) e o Distrito Federal, por oca sião da construção de Brasília.

Economia sertaneja 


A economia do Sertão nordestino baseia-se na agropecuária, atividade que sofre diretamente com os impactos das condições climáticas, sobretudo na época das estiagens. A pecuária bovina é a principal atividade econômica do Sertão. 
Em geral, essa atividade é praticada na forma extensiva, em grandes lati fúndios, mas também em pequenas propriedades, nas quais o rebanho é pouco numeroso. Além da bovi nocultura, destaca-se a criação de caprinos, que são mais resistentes ao clima semiárido. Em todo o Nordeste, os caprinos somam cerca de oito milhões de cabeças, constituin do o maior rebanho do país. 
Em todo o Sertão, desenvolve-se a agricultura de subsistência, pra ticada, basicamente, em pequenas propriedades rurais por meio da utilização de técnicas tradicionais e de mão de obra familiar. Algumas áreas, como as encostas das serras e os vales fluviais, apresentam maior umidade, sendo, portanto, mais favoráveis à prática agrícola. 
Nessas áreas, também co nhecidas como brejos, destacam-se lavouras como as de milho, feijão, arroz e mandioca. Entre as lavouras comerciais, encontram-se as culturas do algodão arbóreo, destinado principalmente às indústrias, e da soja irrigada (no oeste da Bahia), cuja produção atende, sobretudo, ao mercado externo.

2- Nordeste: sub-regiões e desenvolvimento econômico


Vamos analisar as principais características ambientais e socioeconômicas das demais sub-regiões nordestinas: a Zona da Mata, o Agreste e o Meio-Norte. Este será o ponto de partida para compreen dermos que, embora seja uma região com graves problemas sociais, nos últimos anos o Nordeste tem apresentado uma forte tendência de crescimento econômico e de melhoria da qualidade de vida da população.

Zona da Mata e Agreste


A sub-região da Zona da Mata ocupa a parte leste do Nordeste, área domi nada pelo clima tropical úmido (quente e chuvoso). A pluviosidade é elevada (1 800 mm a 2 000 mm anuais), com temperaturas médias anuais altas, varian do entre 24 °C e 26 °C. 
Esse ambiente quente e úmido favoreceu o desenvolvimento da floresta tro pical, também denominada Mata Atlântica, vegetação exuberante e com grande diversidade de espécies de fauna e flora. Originalmente, a floresta ocupava gran de parte dessa sub-região, que, por isso, passou a ser chamada de Zona da Mata. 
Contudo, desde a ocupação pelos europeus, há mais de cinco séculos, exten sas áreas de florestas foram derrubadas, dando lugar a plantações, sobretudo de cana-de-açúcar e cacau, e a dezenas de cidades. Além disso, atualmente as queimadas e os desmatamentos ilegais contribuem para a devastação do que restou dessa floresta.
Partindo do litoral em direção ao interior da Região Nordeste, o clima vai se tornando mais seco. Essa mudança climática dá origem a uma faixa de transição denominada Agreste, sub-região que se estende entre a Zona da Mata e o Sertão. Dessa forma, o Agreste apresenta características naturais tanto da Zona da Mata como do Sertão, pois em seus trechos mais úmidos desenvolve-se a Floresta Tropical, enquanto nas áreas mais secas predomina a caatinga, vegetação típica sertaneja.

Zona da Mata e Agreste: aspectos econômicos


Atualmente, a Zona da Mata é a sub-região economicamente mais impor tante do Nordeste. Nela, concentram-se diferentes segmentos da atividade fabril, como indústrias têxteis e alimentícias, agroindústrias (sobretudo usinas de açúcar e álcool), indústrias extrativas minerais, petroquímicas e, mais recentemente, automobilísticas.
As indústrias extrativas são responsá veis pela exploração de cobre, chumbo, tungstênio e cloreto de sódio (sal de cozinha). Também ocorre a extração de petróleo, recurso energético fóssil cuja exploração favoreceu a instalação de grandes indústrias petroquímicas, principalmente na área do Recôncavo Baiano, próxima a Salvador, no estado da Bahia. A existência de um grande mercado consumidor, formado pela população dos principais centros urbanos do Nor deste, contribui de maneira significativa para o desenvolvimento industrial dessa área.
Outro fator que favorece a atividade industrial na Zona da Mata é sua rede de transportes (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos), mais bem estruturada do que a das outras sub-regiões, o que facilita o deslocamento de matérias-pri mas e de produtos industrializados para as demais áreas do país e o exterior. 
Além das atividades industriais, na Zona da Mata desenvolvem-se impor tantes atividades econômicas ligadas ao meio rural, predominando os latifúndios monocultores de cana-de-açúcar, fumo e cacau, que atendem ao consumo industrial e ao comércio exterior. Outras culturas importantes são as de frutas tropicais, como manga, mamão, coco--da-baía e caju.
Grande parte dos gêneros alimentí cios básicos que abastecem os grandes centros urbanos da Zona da Mata vem do Agreste. Nessa sub-região, desta cam-se pequenas e médias propriedades rurais policultoras, que produzem principalmente mandioca, feijão, milho e hortaliças, além de criarem gado para o fornecimento de leite e derivados.
O desenvolvimento das atividades agropecuárias no Agreste contribuiu para o crescimento de cidades como Campina Grande (PB), Caruaru e Garanhuns (PE), Arapiraca (AL) e Feira de Santana (BA), que se tornaram polos de comercializa ção e de distribuição de produtos agrícolas. Atualmente, essas cidades também são importantes centros regionais de comércio e de prestação de serviços.

Meio-Norte 


A sub-região do Meio-Norte corresponde a uma área de transição entre o clima semiárido do Sertão e o clima equatorial da Floresta Amazônica, abran gendo o estado do Maranhão e parte do Piauí.

Economia do Meio-Norte 


As atividades econômicas predominantes no Meio-Norte são ligadas ao campo. A atividade extrativa vegetal é praticada em grande parte dessa região, sobretudo na Mata dos Cocais, onde são exploradas duas espécies de palmei ras: o babaçu e a carnaúba. Com base em técnicas de exploração tradicionais, essa coleta constitui a principal fonte de renda para muitos trabalhadores. Na região da Mata dos Cocais, também é comum a criação extensiva de gado bovino. 
Nas margens dos principais rios do Meio-Norte, onde os solos são mais úmidos, desenvolvem-se grandes plantações de arroz de várzea, no Piauí e no Maranhão, sendo este último estado um dos maiores produtores do país. Nas áreas mais secas, são cultivadas lavouras de mandioca, milho e algodão. 
Além dessas lavouras, há cerca de três décadas a cultura de soja vem sendo praticada em diversos municípios localizados no Meio-Norte, sobretudo nas áreas de Cerrado, como no sul do Maranhão e em parte do Piauí e no sertão baiano. Essa região foi recentemente denominada pela sigla Matopiba, como veremos mais adiante. 
A criação do Complexo Portuário e Industrial de São Luís, no Maranhão, que congrega os portos do Itaqui e da Madeira, também tem colaborado para im pulsionar o crescimento dessa sub-região nordestina. Esses portos são funda mentais para as exportações agrícolas e o embarque de minério de ferro, cobre e manganês extraídos da Serra dos Carajás, no Pará.

Desigualdades sociais e crescimento econômico nordestino


Ainda que o Nordeste apresente alguns dos índices de qualidade de vida mais baixos do país, sobretudo nas áreas rurais, verifica-se nos últimos anos um ritmo de crescimento da economia mais intenso nessa região do que nas demais, como apontam as notícias acima. Isso tem se refletido na melhoria de alguns indicadores socioeconômicos importantes, como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). 
O IDHM é um indicador que avalia com maior fidelidade as condições em que vivem os habitantes de um município. Para calcular o IDHM são utilizados os seguintes índices em relação à população do município: 
- a expectativa de vida, ou seja, o número de anos que os habitantes po derão viver, levando-se em consideração as taxas de mortalidade locais; 
- o nível de escolaridade, que se refere ao número médio de anos de estudo da população adulta; 
- a renda média dos trabalhadores, que possibilita determinado nível de consumo de bens e serviços.

Frentes do crescimento nordestino: indústria e geração de energia 


É possível afirmar que a melhoria do IDHM em boa parte do Nordeste se deve às significativas modificações ocorridas nos últimos anos em sua economia. De maneira geral, nas primeiras décadas do século XXI, a região destacava-se no panorama financeiro nacional, apresentando crescimento econômico acima da média brasileira. Sua população tinha alto potencial de consumo, apesar da forte concentração de renda. 
Por isso, o Nordeste tem sido chamado por alguns especialistas de “China brasileira”, em uma comparação às atuais características socioeconômicas da potência econômica asiática. Durante a década de 2010, foram feitos grandes investimentos em diversos setores da economia nordestina. No setor industrial, além do crescimento das próprias empresas, muitas fábricas de outras partes do país, sobretudo do Sul-Sudeste, estão mudando para a região ou abrindo filiais no Nordeste. 
Estão sendo atraídas indústrias dos mais diversos setores, como alimentício, calçadista, de vestuário e até mesmo automobilístico e de informática. Essas empresas são estimuladas, principalmente, pelo menor custo da mão de obra e pelos benefícios que vários governos estaduais estão concedendo, como a redução e até mesmo a isenção de impostos. Outro estímulo para a instalação de empresas é a posição geográfica do Nordeste em relação a alguns merca dos de exportação.

Potencial turístico do Nordeste 


Outro setor que demonstra grande potencial de desenvolvimento na região é o turismo, que cresceu consideravelmente nos últimos anos e apresenta pers pectivas promissoras para a economia nordestina. A grande quantidade de cidades litorâneas com belas praias e o inves timento da maioria dos estados na construção de complexos hoteleiros, parques aquáticos e polos de ecotu rismo contribuem de maneira deci- siva para o desenvolvimento do setor. Esse crescimento, entretanto, favorece também a especulação imo biliária, que, em muitos casos, ame aça a preservação de importantes ecossistemas da região.
Além das belezas naturais, a cultura nordestina atrai muitos turistas, tanto brasileiros como estrangeiros. Em cada estado há danças, canções e ritmos pró prios, hábitos seculares preservados, artesanatos e comidas tradicionais, entre outros aspectos, que fascinam visitantes de várias partes do Brasil e do mundo. As Festas Juninas em Campina Grande (PB) e em Caruaru (PE), por exemplo, são as mais populares do país, e o Carnaval é o evento que mais atrai turistas, principalmente para Salvador (BA),  Recife (PE) e Olinda (PE). Cada uma dessas cidades chega a receber mais de 1 milhão de turistas durante a folia carnavalesca.

Matopiba: nova fronteira agrícola 


No espaço rural nordestino, merece destaque o crescimento agrícola ocor rido em áreas do Sertão. A introdução de projetos de irrigação viabilizou o avanço de uma moderna agricultura fruticultora para exportação, proporcio nando a obtenção de elevados índices de produtividade. Atualmente, estão sendo colhidas grandes safras, sobretudo de cebola, tomate, frutas tropicais (maracujá, manga, melão) e uva. Além disso, na última década, extensas áreas, como o oeste da Bahia e o sul do Maranhão e do Piauí, junto com o norte do Tocantins, estão sendo ocupadas por plantações de soja, algodão e milho, mediante a correção dos solos do Cerrado. É a região agrícola chamada pelo Ministério da Agricultura de Matopiba, sigla que utiliza as sílabas iniciais de cada um dos estados onde está localizada. 

Números do Matopiba 


Essa região, que se configura como uma das últimas fronteiras agrícolas do mundo, é constituída por: 
• 337 municípios dos quatro estados; 
• 5,9 milhões de habitantes; 
• 73 milhões de hectares ao todo; 
• 13 milhões de hectares so mente no oeste baiano. Além disso, a previsão da safra de 2024 é de 24 milhões de toneladas.




Regionalização brasileira


1- A regionalização do IBGE

Para compreender melhor a diversidade territorial brasileira, sua organiza ção socioespacial e as características da população de nosso país, o governo brasileiro criou, em 1934, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As primeiras divisões regionais do Brasil foram elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A regionalização estabelecida em 1945 priorizava as particularidades naturais dos estados agrupados, ou seja, a divisão regional agrupava os estados que apre sentavam, sobretudo, clima, vegetação e relevo semelhantes. Assim, estabeleceram-se cinco grandes regiões (duas delas com divisões internas): Norte, Nordeste Ociden tal e Nordeste Oriental, Leste Setentrional e Leste Meridional, Centro-Oeste e Sul.
Por causa das transformações ocorridas no espaço e na sociedade brasi leira, o IBGE apresentou uma nova regionalização do país em 1969, oficializada em 1970. Nesse período, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro já tinham uma característica semelhante: nos espaços de suas principais cidades, forma va-se uma paisagem urbano-industrial.
Assim, a nova regionalização foi fundamentada tanto nos critérios natu rais quanto nos critérios sociais, culturais, políticos e econômicos. Isso significa que foi considerada também a ação do ser humano na construção do espaço, como as atividades econômicas e o modo de vida da população, para deter minar quais estados brasileiros fariam parte da mesma região.
Definiram-se, então, cinco regiões político-administrativas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Entretanto, como o espaço geográfico é dinâmico e a sociedade o modifica constantemente, ocorreram alterações internas na divisão regional brasileira, mas a denominação das regiões foi mantida. Assim, atualmente o IBGE divide oficial mente o Brasil em cinco grandes regiões. Cada uma é composta de estados que têm características comuns nos aspectos naturais, sociais e econômicos.

Se compararmos o mapa político atual do Brasil com o da divisão regional do IBGE da década de 1970, perceberemos as seguintes alterações político- -administrativas no decorrer dos anos:

• criação do estado de Mato Grosso do Sul (1979), desmembrado do estado de Mato Grosso;

• criação do estado de Tocantins (1988), desmembrado do estado de Goiás, que passou a fazer parte da Região Norte em virtude da semelhança com os estados dessa região;

• os territórios federais de Rondônia (1981), Amapá e Roraima (1988) pas saram à categoria de estado;

• o território federal de Fernando de Noronha (1988) passou a pertencer ao estado de Pernambuco.

A regionalização do IBGE delimita as cinco regiões com base na divisa entre os estados, mesmo que não estabeleça o início ou o fim de determinada paisagem natural ou de espaços produzidos pela sociedade.

2- Outras divisões regionais

Os complexos regionais

De acordo com a regionalização geoeconômica, o Brasil está dividido em três grandes complexos regionais: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Apresentada em 1967 pelo geó grafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger, essa regionalização utiliza o critério socioeconômico e está fundamentada no processo histórico de desenvolvi mento econômico de cada região nas últimas décadas. 
Para agrupar e delimitar as regiões, não foi utilizado o limite político-administrativo entre os estados, pois nem todo estado é social e economicamente homogêneo.

Região Concentrada

Outra divisão regional do Brasil foi proposta em 2001 pelos geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira. Essa divisão considera a dinâmica industrial, financeira e de circulação, assim como as redes de informação do país. 
Com base nesses critérios, formam-se quatro regiões: Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e Concentrada. A Região Concentrada recebeu esse nome porque é onde se concen tram o potencial industrial do país e as infraestruturas técnicas desenvolvidas para sustentá-lo, o que faz com que seja a região que comanda a economia do país.

Formação do território brasileiro

A dimensão territorial do Brasil é bastante vasta, o que possibilita a existência de uma imensa diversidade de paisagens.

Primeiros habitantes das terras brasileiras

As terras encontradas pelos navegadores por tugueses no século XVI já eram habitadas há sé culos por centenas de povos indígenas, com cul turas bastante distintas entre si. Muitos desses povos foram subjugados pelos portugueses para serem submetidos ao trabalho escravo; os que resistiam à escravização eram mortos ou fugiam para as áreas interioranas. Quando os portugueses chegaram ao territó rio que hoje pertence ao Brasil, pesquisadores estimam que havia entre três e cinco milhões de indígenas habitando essas terras. Desde então, a população indígena sofreu uma redução drásti ca: em 2010, compunha-se de aproximadamente 800 mil pessoas, número que reflete o amplo pro cesso de dizimação a que foram submetidos esses povos ao longo do tempo. 

Território brasileiro no século XVI

Durante o século XVI, a ocupação das terras portuguesas na América ocorreu apenas nos pontos em que foram instaladas as chamadas feitorias, localidades no litoral em que eram armazenadas as mercadorias extraídas da floresta para posterior embarque em direção à Europa.
Em torno das feitorias, os portugueses passaram a explorar especiarias e pau-brasil, madeira de grande valor comercial na época, abundante na Mata Atlântica. Para a extração desses gêneros naturais, os exploradores usaram a mão de obra dos indígenas que viviam próximo à costa.

Território brasileiro no século XVII

Mesmo com a exploração do pau-brasil, o povoamento e a colonização das terras portuguesas na América do Sul ocorreriam somente a partir da segunda metade do século XVI. Esse processo de ocupação se deu com o surgimento de lavouras de cana-de-açúcar, desenvolvidas de acordo com o sistema de plantation, e dos engenhos para a fabricação de rapadura. Essa atividade eco nômica foi inicialmente desenvolvida no litoral paulista e depois, com mais su cesso, na costa nordestina, onde predomina o solo de massapê.
Nesse período, a Coroa portuguesa, visando à obtenção de maiores van tagens econômicas, substituiu o trabalho forçado de indígenas pelo de africa nos escravizados. Assim, entre o final do século XVI e a primeira metade do século XVII, milhares de africanos foram trazidos à força ao Brasil para traba lhar, sobretudo na atividade canavieira (veja as localizações no mapa abaixo). Nessa época, passaram também a ser exploradas as chamadas drogas do sertão, produtos nativos da Floresta Amazônica, como o cacau, a baunilha e o urucum, usados como condimentos. Muitos desses produtos apresentavam propriedades terapêuticas e por isso eram chamados de drogas. Geralmente, a colheita era feita nas margens dos principais rios e igarapés da Amazônia. Também surgiram nesse período os primeiros núcleos urbanos e as fazen das com população fixa. A Vila de São Salvador, atualmente capital do esta do da Bahia, foi escolhida para ser a sede do governo português na colônia. 

Território brasileiro no século XVIII

Os séculos XVII e XVIII foram marcados pelo início da exploração das áreas interioranas, os chamados sertões, sobretudo por meio das atividades pecuária e mineradora. As criações de gado foram deslocadas da costa nordestina para dar lugar aos canaviais, ocupando, a partir de então, áreas na direção montante dos princi pais rios da região, como o São Francisco, o Jaguaribe e o Parnaíba. 
Além do Nordeste, a criação de gado bovino tornou-se uma atividade de grande importância também para a ocupação do extremo sul da colônia. Já a mineração desenvolveu-se com as expedições realizadas pelos bandeirantes paulistas, principalmente para as regiões dos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Ao longo dessas expedi ções, foram descobertas jazidas de ouro, diamantes e esmeraldas, entre outros minerais de significativo valor comercial. 
Durante o século XVIII, especificamente, a atividade extrativa mineral ga nhou tamanha importância que a sede do governo colonial foi transferida de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro, cujo porto estava mais próximo dos núcleos mineradores. Assim, diversos caminhos e estradas foram abertos, per mitindo, por exemplo, o escoamento da produção mineral até os portos, de onde era embarcada para a metrópole, e o deslocamento do gado das áreas de criação até os principais núcleos urbanos.

Território brasileiro no século XIX

Durante o século XIX, destacou-se o desenvolvimento da ati vidade cafeeira. Introduzido no Brasil no final do século XVIII, o café foi cultivado inicialmente nas imediações da cidade do Rio de Janeiro, expandindo-se na direção do Vale do Rio Paraíba do Sul. 
Em apenas algumas décadas, esse produto se transformou em um dos principais gêneros agrícolas brasileiros de exporta ção e, já no final da primeira metade do século XIX, alcançou áreas do interior de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. 
Nesse período, o fluxo de africanos escravizados para o Bra sil ainda era grande, embora tivesse começado a diminuir após o processo de independência do país. Agora constituído como Estado-Nação soberano, o Brasil proibiu o tráfico de cativos em 1850, decretando, em 1888, a Abolição total da escravatura. Como forma de substituir a mão de obra escravizada, o Estado estimulou a vinda de trabalhadores imigrantes livres, sobretudo europeus, os quais, a princípio, foram encaminhados para as regiões produtoras de café e para as áreas de povoamento criadas no sul do país. 
Assim, até a metade do sé culo XX entraram em território brasileiro cerca de 4 milhões de imigrantes. Além da produção de café, outras atividades agrícolas destacaram-se du rante o século XIX, como o cultivo do algodão nas áreas de Caatinga da atual Região Nordeste e a exploração da borracha no interior da Floresta Amazô nica, no final do século. O desenvolvimento dessas atividades fez com que o governo ampliasse as vias de acesso ao interior, abrindo caminhos, estra das de terra e ferrovias, que esboçaram os primeiros eixos de comunicação e de integração do território brasileiro.

Território brasileiro no século XX

A partir do início do século XX, as fronteiras nacionais estavam definidas e começava a se implantar, em determinadas áreas, o processo de tecni ficação do território, ou seja, de prolongamento das estradas de ferro, da rede de distribuição de energia elétrica, telegrafia, telefonia, entre outras. Contudo, a organização espacial interna do país ainda se configurava como um grande “arquipélago”, com as principais regiões econômicas coexistindo de maneira desarticulada, voltadas basicamente para o abastecimento do mercado externo. O intercâmbio entre essas regiões e entre os estados que as compunham era muito restrito, em decorrência dos pesados impostos alfandegários internos e da precária infraestrutura das vias de transporte que vigoravam na época.


Biomas brasileiros

A extensão territorial e a posição geográfica do Brasil, assim como a atuação de climas quentes e subtropicais, proporcionam a existência de grande diversi dade de biomas em nosso país.
Biomas são grandes ecossistemas terrestres que têm ampla extensão geográfica e mantêm certo nível de homogeneidade nas características físico-naturais, sobretudo no que se refere à fauna e à flora.
De maneira geral, são identifi cados seis grandes biomas no terri tório brasileiro: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. A seguir, você conhecerá características naturais básicas de cada um desses patrimônios ambien tais, e no estudo das regiões brasi leiras, mais adiante, conhecerá mais detalhadamente cada um deles.

Amazônia: o relevo desse bioma é formado principalmente por depressões e planícies. Predomina o clima equatorial, quente e úmido, com temperatura média anual em torno de 26 ºC e chuvas abundantes o ano todo. De maneira geral, a vegetação é densa, com milhares de espécies de árvores e arbustos de portes variados. 
Predominam uma exuberante floresta equatorial, a Floresta Amazônica, e uma rica rede hidrográfica.
A região abriga uma das maiores biodiversidades do planeta. Pouco alterado até a segunda metade do século XX, esse domínio natural vem sendo devastado nas últimas dé cadas devido ao avanço das atividades agrícolas, madeireiras e extrativas minerais.

Caatinga: o relevo desse bioma é formado por depressões e planaltos cujas altitudes variam de 200 metros a 800 metros. O clima é semiárido, com chuvas concentradas em alguns meses do ano. A vegetação característica são arbustos espinhosos e espécies variadas de cactos. 
Este domínio é característico do interior da Região Nordeste do Brasil. Nele, desenvol ve-se a caatinga, na qual se destacam as espécies xerófitas, adaptadas aos lugares secos, como cactáceas e arbustos espinhentos, 
Essa área sofre alterações desde a época do Brasil Colônia, quando passou a ser utilizada para o desenvolvimento da pecuária bovina no Nordeste.

Cerrado: nesse bioma predominam os planaltos e as chapadas. O clima é bem definido, com temperatura média anual de 24 ‘C e duas estações principais: uma seca e outra chuvosa. 
Destacam-se dois tipos de vegetação: uma arbustiva, formada por árvores de médio e pequeno portes, com galhos e troncos retorcidos, e outra do tipo herbácea, denominada Cerrado, com algumas variações de campo cerrado e cerradão.
Nas últimas décadas, o Cerrado tem sido intensamente alterado para dar lugar a áreas de pastagem (destinadas à criação extensiva de gado) e instalação de lavouras (sobretudo volta das à cultura de soja).

Mata Atlântica: bioma caracterizado pela presença de planaltos irregulares, com muitas serras e morros. Nas áreas mais centrais do país em que ocorre, o clima caracteriza-se pela alternância de duas estações: uma seca e outra chuvosa. Já na porção litorânea, os ventos oceânicos, carregados de umidade, proporcionam índices maiores de pluviosidade. No Sul do Brasil, em áreas de relevo planáltico de maior altitude, o clima atuante é o subtropical, com verões quentes e invernos frios. 
O domínio da Floresta Tropical Atlântica tem ocorrência dominante na faixa costeira, nos planaltos e nas serras do Leste-Sudeste e no interior, estendendo-se pela bacia sedimentar do Paraná. O clima é tropical úmido: quente e com chuvas ao longo do ano. Entre os domínios, esse foi o mais alterado pelos seres humanos. Nele, predominava a Mata Atlântica, associada a outros espaços naturais como Mata de Araucárias, mangues, restingas etc.; hoje, ela foi bem reduzida.
A vegetação remanescente no Sul é composta especialmente de pinheiro-do-paraná, também chamado de araucária, uma árvore de grande porte. Por causa da exuberância de sua fauna e flora, o bioma Mata Atlântica vem sendo de vastado de forma ininterrupta desde a chegada dos portugueses, no século XVI.

Pampa: região de relevo suave, ondulado, com colinas esparsas. O clima subtropical apresenta chuvas bem distri buídas o ano todo. A vegetação é composta de gramíneas e de outras plantas rasteiras. 
Composto de campos com vegetação herbácea, esse domínio é também conhecido como Pradaria, Pampa ou Campanha Gaúcha. O relevo é predominantemente de planícies, embora apareçam algumas ondulações no terreno, conhecidas como coxilhas.
Atualmente, boa parte dessa forma de vegetação encontra-se alterada, devido sobretudo à prática secular da criação extensiva de gado e, mais re centemente, à introdução das culturas de arroz, soja e trigo.

Pantanal: é uma planície inundável localizada no sudoeste de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul. A formação vegetal é exuberante, com espécies típicas de florestas e do Cerrado. Na estação chuvosa (de novembro a abril), os rios da região transbordam, inundando as áreas mais baixas e planas.

Florestas Subtropicais

Localizadas, principalmente, nos planaltos da Região Sul do país. O clima é subtropical, caracterizado por quatro estações do ano bem definidas e por ser o mais frio do país. As Florestas Subtropicais, também conhecidas como Mata de Araucárias, formada por pinheiros, predominam na região, apesar de terem sido bastante devastadas ao longo do tempo.

Degradação dos grandes biomas brasileiros 

Boa parte dos grandes biomas brasileiros encontra-se alterada ou com pletamente devastada pelo desenvolvimento das atividades econômicas e pelo crescimento das cidades em nosso país.

Unidades de Conservação no Brasil

Nos últimos anos, a sociedade brasileira conseguiu estabelecer, por meio de leis, maneiras de proteger o patrimônio natural e cultural nacional. Assim, para preservar parte dos grandes biomas, foram criadas as chamadas Unidades de Conservação (UCs).
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), criado em 2000 pela Lei n. 9.985/2000, tem várias atribuições, como promover o desenvolvimento sustentável e a educação ambiental e proteger e restaurar espaços naturais degradados. Seu objetivo é criar, implantar e gerir as Unidades de Conservação no Brasil.
As Unidades de Conservação (UCs) são áreas criadas para preservar a biodiversidade dos diferentes domínios brasileiros, os recursos naturais essenciais à sobrevivência do ser humano e as paisagens de grande beleza cênica. 
As UCs são áreas do Território Nacional com características naturais relevantes, cujos ecossistemas necessitam de proteção e conservação, já que as áreas em seu entorno se encontram altamente degradadas pela ação humana.
O estabelecimento das UCs pode ser feito pelos governos federal, estadual e municipal. No plano federal, as Unidades de Conservação são divididas de acordo com sua função em dois grandes grupos:
■ Unidades de Proteção Integral – Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre. Nas Unidades de Proteção Integral não deve haver nenhum consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. Exemplos desse tipo de UC são os parques nacionais e as estações ecológicas. Nesses espaços, portanto, não é permitido nenhum tipo de atividade humana além do turismo e da pesquisa científica.
■ Unidades de Uso Sustentável – Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Reserva Particular do Patrimônio Natural. Nas Unidades de Uso Sustentável, o objetivo é conciliar a conservação da natureza com o uso sus tentável dos recursos naturais, sendo possível habitar esses espaços e exercer, em algumas delas, atividades econômicas, como o extrativismo, além do turismo e da pesquisa científica. São exemplos de Unidades de Uso Sustentável as áreas de proteção ambiental, as reservas extrativistas e as florestas nacionais.



Climas do Brasil

Como a maior parte do território brasileiro está localizada na zona tropical ou intertropical do planeta, em nosso país predominam os climas quentes, de vido aos altos níveis de insolação durante o ano todo.
Além da posição geográfica, as massas de ar equatoriais e tropicais também atuam proporcionando duas estações bem definidas durante o ano: uma seca e outra chuvosa, ambas com médias de temperatura elevadas. 
Devemos lembrar que na porção meridional do país há o domínio do clima subtropical ou temperado, em que o inverno apresenta temperaturas médias mais baixas do que em outras partes do Brasil, principalmente em decorrência da intensa influência das frentes frias polares.
Analise atentamente o mapa, as legendas explicativas e os climogra mas das próximas páginas para co nhecer as principais características dos tipos de clima predominantes no Brasil, sobretudo em relação à atua ção das massas de ar, às médias de temperatura e de precipitação ou de pluviosidade, além de outros aspec tos climáticos importantes.

Clima subtropical: caracteriza-se pelo domínio das massas de ar tropical atlântica (mTa), tropical continental (mTc) e polar atlântica (mPa). Apresenta verões quentes e invernos com as temperaturas mais baixas do país, o que acarreta uma média térmica anual em torno de 18 ºC. Outra característica importante desse clima são as chuvas bem distribuídas durante todos os meses do ano (com cerca de 1 500 mm anuais).

Clima semiárido: caracteriza-se pelo domínio das massas de ar equatorial Atlântico Norte (mEan) e tropical atlântica (mTa), com temperatura média anual de 27 ºC e precipitação escassa (cerca de 750 mm), distribuída irregularmente durante o ano.

Clima tropical típico: caracteriza-se pelo domínio das massas de ar tropical atlântica (mTa), tropical continental (mTc) e equatorial continental (mEc). Apresenta elevado nível de pluviosidade (com cerca de 1 500 mm anuais), temperatura média de 24 ºC e duas estações do ano bem definidas: uma seca (de maio a setembro) e outra chuvosa (de outubro a abril).

Clima equatorial: caracteriza-se pelos domínios das massas de ar equatorial continental (mEc) e equatorial Atlântico Norte (mEan), com pluviosidade média anual em torno de 2 500 mm, originando um tipo de clima extremamente úmido, sobretudo devido à Floresta Amazônica.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Divisão do espaço europeu

Adotamos a divisão do continente em Europa ocidental e Europa oriental, considerando o critério socioeconômico. A Europa ocidental engloba os países de elevado nível de desenvolvimento e economia diversificada: Reino Unido, Alemanha, Itália, França, Países Baixos, Bél gica, Luxemburgo, Suécia, Suíça, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Irlanda, Áustria, Noruega, Islândia, Grécia e Portugal.
A Europa oriental compreende os países que já foram considerados “econo mias em transição”, que deixaram o socialismo no final do século XX e que apre sentam diversidade em termos de nível de desenvolvimento socioeconômico, mas, comparativamente aos países da Europa ocidental, têm indicadores sociais geralmente inferiores. São eles: Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Rússia, Romênia, Sérvia, Montenegro, Macedônia, Bulgária, Albânia, Estônia, Letônia, Lituânia, Croácia, Ucrânia, Moldávia, Belarus, Bósnia-Herzegovina, Eslovê nia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão. Entre os países da Europa oriental, há ainda alguns que se enquadram no grupo dos emergentes, como Rússia e Polônia.
Alguns países da Europa ocidental, como França, Itália e Espanha, a atividade turística é uma importante fonte de divisas. Alema nha e Reino Unido também ganham destaque como destinos turísticos no continente e no mundo. O mercado internacional da moda também movimenta um grande volume de ca pitais, sendo França e Itália os principais exportadores de produtos de alta-costura, além de abrigarem empresas que detêm patentes de importantes grifes. Esses países são os grandes centros europeus de eventos de divulgação do mundo da moda. Merecem destaque ainda os grandes centros universitários, sobretudo no Reino Unido, na França, na Itália, na Alemanha e na Espanha, que atra em pesquisadores e estudantes do mundo inteiro.

Os países da Europa oriental

Os países da Europa oriental apresentam um nível de desenvolvimento so cioeconômico diferente dos países da Europa ocidental. Esse conjunto é ainda marcado por uma diversidade socioeconômica e espacial que remonta ao período da Guerra Fria, quando fazia parte da zona de influência do bloco soviético.
Nessa região, após a Segunda Guerra Mundial, a atividade da indústria desen volveu-se com base no planejamento estatal, destacando-se a República Tcheca, na indústria metalúrgica, e a Polônia, na construção naval e na metalurgia. Com o surgimento do modelo industrial baseado nas novas tecnologias, o parque indus trial dos antigos países socialistas ficou em grande defasagem tecnológica.
A transição para a economia capitalista, a partir do início dos anos 1990, pro moveu uma reestruturação industrial com a abertura dos mercados, os cortes de subsídios às empresas estatais e a liberalização dos preços, o que acarretou um surto inflacionário. Muitas dessas empresas faliram, e os países sofreram queda de produção e dos níveis de emprego.
Nos últimos anos, os países de maior tradição industrial, como a República Tcheca, a Polônia e a Hungria, iniciaram uma recuperação econômica, marcada pelo aumento dos investimentos estrangeiros e pela instalação de várias em presas transnacionais. Esses três países apresentaram maior nível de indus trialização e uma economia mais diversificada e, em 2017, contavam com indica dores sociais próximos aos dos países da Europa ocidental – República Tcheca, IDH 0,888 (27a posição); Hungria, IDH 0,838 (45a posição); Polônia, IDH 0,865 (33a posição). A Eslovênia (IDH 0,896 – 25a posição), a Eslováquia (IDH 0,855 – 38a posição) e a Croácia (IDH 0,831 – 46a posição), apesar de não apresentarem os mesmos níveis de industrialização e de diversificação econômica dos outros três países, contam com bons indicadores sociais.
Todos esses países enquadram-se na clas sificação de “desenvolvimento humano muito alto”, com IDH superior a 0,800, assim como Estônia (IDH 0,871 – 30a posição), Lituânia (IDH 0,858 – 35a posição) e Letônia (IDH 0,847 – 41a posição), que faziam parte da extinta União Soviética e são denominados países bálticos.
Os demais países da Europa oriental, como Bulgária, Romênia, Bósnia-Herzegovina, Albânia e Macedônia, apresentam níveis de industriali zação e de diversificação econômica inferiores aos da Polônia, da República Tcheca e da Hungria.
Com o avanço do capitalismo, os países da Europa oriental, de modo geral, tornaram-se área de influência da União Europeia, principal mente por meio das relações comerciais e dos investimentos que a Alemanha passou a fazer na região.

REGIÃO CENTRO-OESTE

Centro-Oeste: povoamento, urbanização e agronegócio O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. D...