A extensão territorial e a posição geográfica do Brasil, assim como a atuação de climas quentes e subtropicais, proporcionam a existência de grande diversi dade de biomas em nosso país.
Biomas são grandes ecossistemas
terrestres que têm ampla extensão
geográfica e mantêm certo nível de
homogeneidade nas características
físico-naturais, sobretudo no que se
refere à fauna e à flora.
De maneira geral, são identifi
cados seis grandes biomas no terri
tório brasileiro: Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e
Pantanal. A seguir, você conhecerá
características naturais básicas de
cada um desses patrimônios ambien
tais, e no estudo das regiões brasi
leiras, mais adiante, conhecerá mais
detalhadamente cada um deles.
Amazônia: o relevo desse bioma é formado
principalmente por depressões e planícies.
Predomina o clima equatorial, quente e úmido, com temperatura média anual em torno de
26 ºC e chuvas abundantes o ano todo. De maneira geral, a vegetação é densa, com milhares
de espécies de árvores e arbustos de portes
variados.
Predominam uma exuberante floresta equatorial, a
Floresta Amazônica, e uma rica rede hidrográfica.
A região abriga uma das maiores biodiversidades do planeta. Pouco alterado até a
segunda metade do século XX, esse domínio
natural vem sendo devastado nas últimas dé
cadas devido ao avanço das atividades agrícolas, madeireiras e extrativas minerais.
Caatinga: o relevo desse bioma é formado por
depressões e planaltos cujas altitudes variam de
200 metros a 800 metros. O clima é semiárido, com
chuvas concentradas em alguns meses do ano. A vegetação característica são arbustos espinhosos e espécies variadas de cactos.
Este domínio é característico do interior da
Região Nordeste do Brasil. Nele, desenvol
ve-se a caatinga, na qual se destacam as espécies
xerófitas, adaptadas aos lugares secos, como
cactáceas e arbustos espinhentos,
Essa área sofre alterações
desde a época do Brasil Colônia, quando passou a ser
utilizada para o desenvolvimento da pecuária bovina
no Nordeste.
Cerrado: nesse bioma predominam os planaltos e
as chapadas. O clima é bem definido, com temperatura média anual de 24 ‘C e duas estações principais:
uma seca e outra chuvosa.
Destacam-se dois tipos de vegetação: uma arbustiva, formada por árvores de médio
e pequeno portes, com galhos e troncos retorcidos, e
outra do tipo herbácea, denominada Cerrado, com
algumas variações de campo cerrado e cerradão.
Nas últimas décadas, o
Cerrado tem sido intensamente alterado para dar lugar a áreas de pastagem (destinadas à criação extensiva de gado) e instalação de lavouras (sobretudo volta
das à cultura de soja).
Mata Atlântica: bioma caracterizado pela presença de planaltos irregulares, com muitas serras e
morros. Nas áreas mais centrais do país em que ocorre, o clima caracteriza-se pela alternância de duas estações: uma seca e outra chuvosa. Já na porção litorânea, os ventos oceânicos, carregados de umidade,
proporcionam índices maiores de pluviosidade. No
Sul do Brasil, em áreas de relevo planáltico de maior
altitude, o clima atuante é o subtropical, com verões
quentes e invernos frios.
O domínio da Floresta Tropical Atlântica tem
ocorrência dominante na faixa costeira, nos planaltos
e nas serras do Leste-Sudeste e no interior, estendendo-se pela bacia sedimentar do Paraná. O clima é
tropical úmido: quente e com chuvas ao longo do ano.
Entre os domínios, esse foi o mais alterado
pelos seres humanos. Nele, predominava a Mata
Atlântica, associada a outros espaços naturais
como Mata de Araucárias, mangues, restingas etc.;
hoje, ela foi bem reduzida.
A vegetação remanescente no Sul é composta especialmente de pinheiro-do-paraná, também chamado de araucária, uma árvore
de grande porte. Por causa da exuberância de sua
fauna e flora, o bioma Mata Atlântica vem sendo de
vastado de forma ininterrupta desde a chegada dos
portugueses, no século XVI.
Pampa: região de relevo suave, ondulado, com colinas
esparsas. O clima subtropical apresenta chuvas bem distri
buídas o ano todo. A vegetação é composta de gramíneas
e de outras plantas rasteiras.
Composto de campos com vegetação herbácea, esse domínio é também conhecido como
Pradaria, Pampa ou Campanha Gaúcha. O relevo é
predominantemente de planícies, embora apareçam
algumas ondulações no terreno, conhecidas como
coxilhas.
Atualmente, boa parte dessa
forma de vegetação encontra-se alterada, devido sobretudo
à prática secular da criação extensiva de gado e, mais re
centemente, à introdução das culturas de arroz, soja e trigo.
Pantanal: é uma planície inundável localizada no
sudoeste de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do
Sul. A formação vegetal é exuberante, com espécies
típicas de florestas e do Cerrado. Na estação chuvosa (de novembro a abril), os rios da região transbordam, inundando as áreas mais baixas e planas.
Florestas Subtropicais
Localizadas, principalmente, nos planaltos da
Região Sul do país. O clima é subtropical, caracterizado por quatro estações do ano bem definidas e por ser o mais frio do país. As Florestas
Subtropicais, também conhecidas como Mata de
Araucárias, formada por pinheiros, predominam na
região, apesar de terem sido bastante devastadas
ao longo do tempo.
Degradação dos grandes biomas brasileiros
Boa parte dos grandes biomas brasileiros encontra-se alterada ou com
pletamente devastada pelo desenvolvimento das atividades econômicas
e pelo crescimento das cidades em nosso país.
Unidades de Conservação no Brasil
Nos últimos anos, a sociedade brasileira conseguiu estabelecer, por meio de leis, maneiras de proteger o patrimônio natural e cultural nacional. Assim, para preservar parte dos grandes biomas, foram criadas as chamadas Unidades de Conservação (UCs).
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), criado em 2000 pela Lei n. 9.985/2000, tem
várias atribuições, como promover o desenvolvimento sustentável e a educação ambiental e proteger e restaurar espaços naturais degradados. Seu objetivo é criar, implantar e gerir as Unidades de Conservação no Brasil.
As Unidades de Conservação (UCs) são áreas criadas para preservar a biodiversidade dos diferentes
domínios brasileiros, os recursos naturais essenciais à sobrevivência do ser humano e as paisagens de grande
beleza cênica.
As UCs são áreas do Território Nacional com características naturais relevantes, cujos ecossistemas necessitam de proteção e conservação, já que as áreas em seu entorno se encontram altamente degradadas pela ação humana.
O estabelecimento das UCs pode ser feito pelos governos federal, estadual e municipal. No plano federal, as Unidades de Conservação são divididas de acordo com sua função em dois grandes grupos:
■ Unidades de Proteção Integral – Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre. Nas Unidades de Proteção Integral não deve haver nenhum consumo, coleta, dano ou destruição dos
recursos naturais. Exemplos desse tipo de UC são os parques nacionais e as estações ecológicas. Nesses
espaços, portanto, não é permitido nenhum tipo de atividade humana além do turismo e da pesquisa científica.
■ Unidades de Uso Sustentável – Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Reserva Particular do Patrimônio Natural. Nas Unidades de Uso Sustentável, o objetivo é conciliar a conservação da natureza com o uso sus
tentável dos recursos naturais, sendo possível habitar esses espaços e exercer, em algumas delas, atividades
econômicas, como o extrativismo, além do turismo e da pesquisa científica. São exemplos de Unidades de Uso
Sustentável as áreas de proteção ambiental, as reservas extrativistas e as florestas nacionais.
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