segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Industrialização e urbanização

O espaço geográfico é construído pela sociedade e modificado constante mente. Nenhuma transformação nesse espaço se igualou à estruturação e à expansão das cidades ocorridas a partir da Revolução Industrial. O desenvolvimento da atividade industrial consolidou o papel da cidade como centro do comando da economia capitalista.
O crescimento da população urbana num ritmo maior que o da população rural caracteriza o processo de urbanização que altera a paisagem, mas esse é apenas seu componente numérico.
Esse processo é caracterizado também por significativas transformações nos territórios dos países, como o aumento do número de cidades e a expansão das áreas ocupadas por elas; a concentração de grande quantidade de atividades econômicas diversas em diferentes setores (industriais, comerciais e de serviços) no espaço urbano; a estruturação de redes de transportes, de comunicação e de energia elétrica; e a ampliação dos fluxos de mercadorias, pessoas, capitais e informações entre as cidades e entre estas e o campo.
No entanto, é preciso ressaltar que o fenômeno da urbanização não é decorrência apenas do aumento da atividade industrial. Mesmo os Estados-nação que não passaram por um intenso processo de industrialização, como a maior parte dos países em desenvolvimento, vêm apresentando uma ampliação da população urbana em ritmo maior que a rural, com concentração cada vez maior de população nas cidades.
Nesses países, de modo geral, a mecanização das atividades no campo e a concentração da propriedade rural nas mãos de poucas pessoas, aliadas à ampliação e à diversificação de atividades eco nômicas no espaço urbano (sobretudo no setor terciário), são fatores, entre outros, que vêm contribuindo para a urbanização.
Na maioria dos países em desenvolvimento, o processo de urbanização vem ocorrendo de forma intensa, caracterizado pelo crescimento significativo e quase imediato das atividades ligadas ao setor terciário. Mesmo em países industrializados como Brasil, México e Argentina, a transferência da População Economica mente Ativa (PEA) do setor primário para o setor secundário ocorreu em menor escala que nos países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, parcela considerável das pessoas que mi gram para as cidades não encontra emprego e passa a realizar trabalhos informais.

Cidades globais


Uma característica importante do processo de urbanização, e particularmente da globalização, é a constituição de uma rede de cidades globais ou mundiais. Essas cidades são responsáveis por grande parte dos fluxos de mercadorias, pesso as, informações e capitais em âmbito mundial. Elas formam o principal elo do país com o exterior, em razão da sua força econômica – concentrada principalmente no setor de serviços, com destaque para os de ordem financeira – e da sua infraestrutura diversificada e modernizada – especialmente nas telecomuni cações e nos transportes (equipamentos de telemática, portos e aeroportos).
Essas cidades se diferenciam das demais metrópoles justamente porque es tabelecem a conexão do território do país com as finanças e a economia mundiais, por meio de complexas redes de transportes e telecomunicações que para elas convergem, possibilitando enormes fluxos de informações, capitais, mercadorias e pessoas. Apesar de muitas dessas cidades serem populosas, o que determina a classificação delas em “global” não é a quantidade de população, mas justamente a qualidade e a representatividade de suas atividades econômicas.
Principalmente a partir dos anos 1970/1980, as cidades globais iniciaram um processo de relativo esvaziamento industrial, especialmente nas atividades indus triais mais tradicionais – alimentícia, têxtil, metalúrgica, mecânica e petroquímica. Nessas cidades, o setor secundário passou a concentrar sobretudo indústrias de tec nologia avançada – telecomunicações, informática, biotecnologia e microeletrônica. Nessa rede de cidades globais, o papel que cada metrópole ocupa varia de acordo com o volume de fluxos, sobretudo de circulação de capitais.
Esses fluxos, por sua vez, se estabelecem em boa parte nessa rede e estão condicionados ao nível de concentração de sedes ou filiais de grandes empresas de serviços, in dustriais, comerciais e financeiras e ao porte de suas bolsas de valores. Esses fa tores determinam a capacidade de influência dessas metrópoles em nível global. Algumas classificações diferenciam as cidades globais por categorias.
De modo geral, é possível destacar algumas cidades que têm grande relevância na economia globalizada, particularmente no sistema financeiro internacional, com expressiva representatividade na circulação de capitais (presentes também no mercado aberto, onde são negociados títulos do tesouro, os CDBs, etc.) e na presença de grandes empresas. Algumas dessas cidades são: Nova York, Los Angeles, Chicago, Londres, Tóquio, Paris, Frankfurt, Milão, Madri, Zurique, Xangai, Hong Kong, e outras também importantes, porém com menor relevância, como São Paulo, Cidade do México e Johannesburgo.

Industrialização e fontes de energia

O modo de produção, pautado, inclusive, na estruturação de cadeias globais industriais, como as que processam petróleo e gás natural, produzindo combus tíveis e diversas mercadorias (como plásticos, borrachas, tintas e vernizes) e o modelo de consumo da sociedade urbano-industrial requerem grande variedade e enorme quantidade de recursos naturais.
A exploração desses recursos acarreta diversos problemas ambientais, como a derrubada de formações vegetais nativas; a degradação de ecossistemas terrestres e aquáticos; a erosão do solo; a formação de imensas crateras no relevo; a poluição e a contaminação de lençóis freáticos, cursos d’água, mares e oceanos; e o assoreamento de rios. Como a produção está estruturada em cadeias, há necessidade de transporte e armazenamento, implicando o consumo e a queima de combustíveis, incluindo a de combustíveis fósseis, que poluem o ambiente.
Os energéticos formam um conjunto importante de recursos naturais utiliza do atualmente, como os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural); o urânio e o tório (energia nuclear); a água dos rios (energia hidrelétrica); o vento (energia eólica); o Sol (energia solar); a água dos mares (energia mare- motriz); o calor do interior da Terra (energia geotérmica).
No caso dos biocombustíveis, também utilizados como fonte energética, sobretudo nos transportes, sua produção é resultado da prática da agricultura (cana-de-açúcar, milho, soja, entre outros), e, no caso do biogás, a fonte é o gás metano, resultante de processos que utilizam matéria orgânica (lixo, esterco e folhas de árvores, por exemplo). Os biocombustíveis e o biogás fazem parte da categoria denominada fonte energética biomassa, e, no primeiro caso, os recursos naturais utilizados para produção são principalmente o solo e a água.
Os combustíveis fósseis (não renováveis e poluentes) são responsáveis pela geração de aproximadamente 66% da energia elétrica no mundo. A utilização desses combustíveis também é responsá vel, em boa parte, pela intensificação do efeito estufa. Desse modo, a substituição dessas fontes energéticas é fundamental para combater as consequências nocivas do aquecimento global. Isso exige mudanças nos hábitos de consumo e no estilo de vida de boa parte da sociedade.
No caso da energia nuclear, os principais problemas ambientais são o aquecimento da água do mar utilizada na refrigeração das usinas, afetando a fauna e a flora, e os resíduos dos reatores onde ocorre a reação nuclear, que contêm radia ção que permanece ativa por milhares de anos. Há também o risco de acidente nos reatores, com a liberação de material radioativo, contaminando o ambiente e trazendo sérias consequências para todos os seres vivos.
A energia hidrelétrica oferece vantagens em termos de geração de energia, pois é renovável, tem custo baixo de manutenção se comparada com outras fon tes, e o tempo de vida das usinas é longo. No entanto, os reservatórios, ao serem formados, inundam locais onde há matéria orgânica, cuja decomposição forma o metano, um dos gases de efeito estufa. Além disso, muitos países não têm rios com grande volume de água e características de relevo que possibilitem a cons trução de usinas hidrelétricas.
Outro problema na construção de hidrelétricas é a necessidade de deslocamen to de pessoas que moram na região onde a usina é construída. Com o represamento da água, há elevação no seu nível, e as populações do entorno, como ribeirinhos, povos indígenas e da floresta, além de produtores rurais, acabam desabrigadas. Também pode ser necessário deslocar vilas, povoados e pequenas cidades.

Industrialização e agropecuária

O desenvolvimento da atividade industrial possibilitou transformações nas técnicas agrícolas, com a introdução de máquinas e outros equipamentos no es paço rural. Tal fato contribuiu para o aumento da produção, sem ser necessário ampliar a área de cultivo, caracterizando um aumento de produtividade.
No entanto, já no século XIX, a crescente população urbana, o aumento da po pulação em geral, as novas mercadorias produzidas com matérias-primas agrícolas e as demandas geradas pela alimentação para abastecer a atividade pecuária exigiram também a ampliação das áreas agrícolas nos diversos continentes. O desenvolvimento tecnológico aplicado à agricultura e as significativas transfor mações no modo de produção rural e nas relações de trabalho no campo ficaram conhecidos como Revolução Agrícola.
As bases técnicas da Revolução Agrícola foram propiciadas, sobretudo, pelas indústrias fornecedoras de insumos para a agricultura (máquinas, sementes se lecionadas, agrotóxicos, adubos e fertilizantes químicos, por exemplo). Os períodos de expansão colonial constituíram fases importantes da expansão agrícola.
Nas terras colonizadas pelos europeus na América e, posterior mente, naquelas tomadas durante a expansão imperialista na África e na Ásia, no século XIX, foi implantado o sistema de plantation, responsável por abastecer o mercado europeu.
Após a Segunda Guerra Mundial, com o processo de descolonização em an damento, os países desenvolvidos criaram uma estratégia de incremento da pro dução agrícola mundial: era o início da Revolução Verde. Concebida nos Estados Unidos, objetivava combater a fome e a miséria nos países então considerados subdesenvolvidos, por meio da introdução de um “pacote tecnológico”, que con sistia em novas técnicas de cultivo, equipamentos para mecanização, fertilizan tes, defensivos agrícolas e sementes selecionadas.
Embora a Revolução Verde tenha contribuído para o aumento da produtivi dade em escala mundial, ela acarretou problemas de concentração da proprieda de rural, pois apenas os grandes proprietários rurais tiveram acesso ao “pacote tecnológico”. Desse modo, a competição nos novos parâmetros de produtividade ocorreu em detrimento dos pequenos produtores.

As redes geográficas

As redes são sistemas que interligam e estruturam relações entre diversos pontos dos territórios dos países e entre os países, portanto, em nível mundial. Elas contribuem para a circulação ou o fluxo de mercadorias, capitais, informa ções e pessoas entre os diferentes pontos do planeta.
No caso das informações e dos capitais, podemos considerar que o fluxo é virtual, pois não vemos as informações ou o capital circulando de um local para outro. Quando, por exemplo, uma pessoa paga um serviço ou compra uma merca doria usando cartão de débito, o valor correspondente a esse serviço ou compra sai de modo instantâneo de sua conta-corrente e é creditado na conta-corrente do vendedor.
Nesse caso, não há circulação de dinheiro físico. Em cada etapa do desenvolvimento industrial, e mesmo antes, estrutura ram-se diferentes redes, que foram sendo incorporadas ao espaço geográfico e provocaram diversos tipos de alteração nas paisagens dos territórios dos países e nas relações entre a sociedade e a natureza.
Assim, no mundo atual, temos diversas redes: redes viárias ou de transportes de vários tipos (aéreas; rodoviárias; ferroviárias; de metrôs e trens urbanos; rodoviária municipal; navegação marítima, fluvial e lacustre); elétricas, de comu nicação por satélite artificial; de cabos de fibra óptica; de antenas para celulares; de produção de empresas multinacionais; de circulação de capitais entre bolsas de valores; de telefonia móvel; de telefonia fixa.
Umas dependem do suporte material, que outras proporcionam: por exemplo, para que haja circulação de capitais entre bolsas de valores, é necessário que existam satélites artificiais de comunicação e cabos de fibra óptica.

Melanésia, Micronésia e Polinésia

Além da Austrália e da Nova Zelândia, vários outros países integram a Oceania. Eles têm seus territórios situados nas numerosas ilhas do continente, que são divididas em três grupos: Melanésia, Micronésia e Polinésia.
Entre os países da Melanésia estão Papua-Nova Guiné, que se destaca pela presença de uma rica biodiversidade; Fiji, cuja economia se baseia na produção de açúcar e de gengibre, seus principais produtos de exportação, além do turismo, que atrai visitantes o ano todo graças ao clima tropical, o que garante um bom nível de vida à população; e Ilhas Salomão, que, ao contrário de Fiji, apresentam baixos indi cadores sociais e agricultura de subsistência na maior parte do território. 
Fazem parte da Micronésia países como Palau e Kiribati, que não têm o mesmo desenvolvimento de Fiji. Esses países se destacaram como pontos de disputa de potências durante a Segun da Guerra Mundial. A presença de atóis de coral é uma atração turística pouco explorada, pela falta de infraestrutura para receber hóspedes. 
Na Polinésia estão países como Samoa, que tem no turismo sua atividade principal, além de ilhas sob domínio francês, como o atol de Mururoa, que foi usado por décadas para testes de armas nucleares pela França.

Nova Zelândia

Do mesmo modo que a Austrália, a Nova Zelândia foi colonizada por ingleses. Antes, porém, em 1642, o navegador holandês Abel Tasman (1603-1659) esteve lá, mas foi recebido com hostilidade pelos maoris, o povo que habitava as terras. Os europeus só retornariam às ilhas que hoje formam a Nova Zelândia em 1769, por meio de James Cook. Por isso os ingleses reivindicaram aquele território.

População 


Os maoris foram os primeiros povos a se estabelecer nas ilhas do Norte e do Sul. Eles têm tradições, como cantos, danças e tatuagens no rosto, que se man têm ainda hoje. Embora preservem suas tradições e vínculos culturais, as comunidades maoris se encontram bastante integradas com a cultura ociden tal, adquirindo, por exemplo, hábitos alimentares e de vestimenta. 
A relação deles com os colonizadores europeus, embora parecida com a dos aborí gines australianos, teve algumas diferenças, como você poderá ler na seção Olhar interdisciplinar. Na Nova Zelândia, a população total estimada em 2018 era de cerca de 4,8 milhões de pessoas, de acordo com o Statistics New Zealand. Desse total, cerca de 15% eram maoris ou descendentes deles. Cerca de 90% da população vivia em cidades. No campo concentrava-se principalmente a população maori tradicional.

Economia 


Considerado um país de renda elevada, a Nova Zelândia possui indústrias de vários setores na capital, Wellington, e em Auckland, a maior cidade em termos populacionais. Também se destaca a criação de bovinos e de ovinos. Os principais produtos exportados têm como mercado a Austrália, pela proximi dade geográ fica. Destacam-se a exportação de produtos de origem animal, como leite, carne bovina, lã, manteiga e queijos. Outros produtos exportados são ma deira e vinho. 
A produção agropecuária neozelandesa é marcada pelo uso de tecnologia e por ser intensiva, dadas as dimensões de seu território. Outra atividade importante para o país é o turismo. A Nova Zelândia atrai muitos visitantes interessados em turismo de aventura e na prática de esportes, já que o país reúne áreas naturais montanhosas, propícias para caminhadas e escalada, e praias, onde se pode praticar surfe e mergulho.

Austrália

A Austrália está entre os dez maiores países em extensão territorial do mundo. Entre as atividades econômicas desenvolvidas no país, destacam-se a exploração de minerais em larga escala e o turismo . País de colonização inglesa, possui uma população composta também de povos originários.

Colonização


As terras correspondentes à atual Austrália foram povoadas milhares de anos antes da chegada dos europeus. Os aborígines, primeiros habitantes dessas terras, lá se estabeleceram entre 50 mil e 60 mil anos atrás, de acordo com estu dos arqueológicos. 
Para alguns, viviam nessas terras cerca de 1 milhão de aborígines até o início da ocupação do território pelos britânicos, no fim do século XVIII. Eles eram caçadores e seminômades, ou seja, permaneciam por um tempo em certo local e depois migravam para outras terras. 
No século XVII, navegadores holandeses exploraram a costa da atual Austrá lia e deram-lhe o nome de Nova Holanda, mas não tomaram iniciativas coloniza doras. Isso seria feito pelos ingleses a partir de 1770, quando o capitão James Cook explorou e mapeou a costa leste para o governo britânico. 
Em 1788, depois da independência dos Estados Unidos, os britânicos transfor maram o território da atual Austrália em colônia penal e passaram a ocupá-lo, des considerando os habitantes aborígines. Estima-se que mais de 160 mil prisioneiros, muitos condenados por pequenos crimes, tenham sido levados para a colônia penal britânica. 
Os aborígines resistiram à ocupação, mas os britânicos dizimaram grande parte deles e conseguiram expulsá-los para o interior. Com o tempo, os ingleses tomaram posse das terras, enviando homens livres para colonizá-las. As terras foram declaradas de domínio da Coroa inglesa, que as dividiu em seis colônias.

População 


Resultado da colonização inglesa, a população australiana, estimada em cerca de 24,9 milhões pelo Australian Bureau of Statistics em 2018, é formada por descendentes de europeus, por imigrantes de várias nacionalidades, que compõem 5% desse total, e por aborígines, cerca de 1% da população total. Ainda hoje os aborígines são discriminados na sociedade australiana. 
A maioria vive em áreas afastadas, e os que habitam as grandes cidades recebem sa lários até três vezes mais baixos do que os dos brancos, além de sofrer com o desemprego e viver em condições precárias. 
Como grande parte da Austrália é dominada pelos climas árido e semiárido, a maioria da população australiana vive na costa leste do país, onde ficam as cidades de Sydney e Melbourne. 
Em razão do número relativamente reduzido de habitan tes, o governo incentiva a imigração de profissionais, sendo, portanto, encontradas pessoas de diversas nacionalidades no país, como ingleses, irlandeses, escoceses, italianos, alemães, chineses e indianos.
A Austrália apresenta excelentes indicadores de saúde, educação e renda. Em 2017, o país estava na terceira posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), atrás somente da Noruega e da Suíça.

Economia 


No território australiano, as atividades industriais e agropecuárias estão presen tes, mas a maior parte da economia do país é representada pelo setor de serviços. A produção de bovinos e de ovinos é importante no país e ocupa grande parte do território australiano.
A Austrália está entre os maiores expor tadores de carne do mundo, e parte dessa produção segue para países europeus. Entre os produtos agrícolas, o trigo é o de maior destaque, sendo um item relevante nas exportações da Austrália. 
O cultivo da cana-de-açúcar também é importante, destinando-se ao mercado interno, para a produção de açúcar. Apenas 10% do território apresenta áreas agricultáveis, mas o uso de tecnologias moder nas permite uma produção elevada.

Turquia: entre o Oriente Médio e a Europa


Assim como a Rússia, a Turquia também descende de um importante império do passado. Trata-se do Império Otomano, cujo núcleo se concentrava nos limites territoriais turcos atuais.

Território e população


Com um território de 774 820 km2, a Turquia está em uma posição estratégica, pois permite a ligação terrestre entre a Europa e o Oriente Médio por meio de pontes sobre o estreito de Bósforo.
A Turquia possuía cerca de 80 milhões de habitantes em 2016, de acordo com o Banco Mundial. Nas últimas décadas, a população turca vem apresentando uma redução das taxas de natalidade e sua pirâmide reflete um país em transição demográfica.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2016, a expecta tiva de vida ao nascer na Turquia era de 75,5 anos. Quanto à escolaridade, a média de anos de estudo era de 7,9 anos, ou seja, menos que o necessário para concluir o Ensino Fundamental, que, em geral, é de 8 anos. Apenas 43,5% das mulheres haviam concluído o Ensino Médio, enquanto entre os homens esse indicador che gava a 64,8%.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2016, a expectativa de vida ao nascer na Turquia era de 75,5 anos. Quanto à escolaridade, a média de anos de estudo era de 7,9 anos, ou seja, menos que o necessário para concluir o Ensino Fundamental, que, em geral, é de 8 anos. Apenas 43,5% das mulheres haviam concluído o Ensino Médio, enquanto entre os homens esse indicador chegava a 64,8%.

Principais cidades


Cerca de 72% da população turca era urbana em 2016, de acordo com o Banco Mundial. Istambul, a maior cidade do país, com cerca de 13,5 milhões de habitantes na área metropolitana, é dividida pelo estreito de Bósforo. Uma pequena parte de seu território está localizada na Europa e a outra parte, na Ásia, o que dá à cidade um caráter muito particular.
Ancara, com 4,5 milhões de habitantes, é a capital da Turquia e sede do governo e do poder de Estado. Istambul é o polo econômico e cultural do país.

Atividades econômicas

Os produtos que a Turquia exporta são bastante diversificados, o que constitui uma vantagem para o país, pois, se algum item tem seu preço diminuído, outro pode compensar com uma eventual valorização.
Em 2016, a Turquia era a 29a maior economia de exportação do mundo. Ouro, carros, caminhões e peças de veículos eram seus principais produtos de exportação, cujos principais destinos eram Alemanha, Reino Unido, Itália e Estados Unidos.
Por causa das condições naturais do território turco, apenas 35% das terras são aráveis e quase 20% das terras cultivadas são irrigadas. As frutas representam mais de três quartos dos produtos agrícolas. A Turquia é o maior produtor mundial de damascos, avelãs e figos. Também merece destaque a produção de azeitonas, uvas e trigo.
Rússia e Turquia têm uma posição geográfica estratégica que permite a ligação terrestre entre a Europa e a Ásia.

Rússia: política e economia

A Rússia é herdeira de um enorme território, que se estende da Ásia à Europa. Ela foi formada pela conquista de terras pelos czares, muitas vezes com o uso de violência.
Parte do território russo está localizada na Europa e outra, na Ásia. Essa loca lização deixou o país em uma posição estratégica, já que ele pode ser um dos caminhos para uma maior integração terrestre entre os dois continentes. 
Entre 1922 e 1991, a Rússia foi parte de um país mais extenso, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ou apenas União Soviética, que levou sua influência a pontos mais afastados da capital, Moscou, em direção à Europa. Ape sar da presença de outras culturas e povos, os russos praticamente dominavam culturalmente a União Soviética.

A União Soviética 


Com a Revolução Russa de 1917, que transformou radicalmente a estrutura social da Rússia, os czares foram expulsos do poder e os revolucionários assumiram o controle do Estado. Teve início um novo período que resultou na formação da União Soviética, em 1922. 
Durante quase trinta anos, a economia da União Soviética foi regida pelos Planos Quinquenais, estabelecidos a cada cinco anos pelo poder central. Por meio deles as atividades econômicas eram planejadas. 
O setor agrícola foi organizado em cooperativas e em fazendas do Estado. Já o setor industrial priorizou as indús trias de base, para depois focar na produção de bens necessários à população. Esse sistema permitiu ao país equipar-se militarmente e participar ativamente da Segunda Guerra Mundial.
A União Soviética rivalizou com os Estados Unidos entre o fim da Segunda Guer ra Mundial e o começo da década de 1990, período da Guerra Fria, como já foi abor dado. Essas duas potências disputavam o desenvolvimento de novas armas e a con quista do espaço, caracterizando uma corrida armamentista e uma corrida aero espacial. 
Além disso, procuravam influenciar países e atraí-los para seus interesses. A União Soviética mostrava-se como uma alternativa de poder até começar a enfrentar problemas de abastecimento de alimentos, o que gerou revoltas e, com outros fatores, culminou em sua desintegração, em 1991. 

A Comunidade dos Estados Independentes 


Para manter a articulação econômica entre os antigos integrantes da União Soviética, formou-se a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que repre sentou uma solução para que os países não fossem desabastecidos repentinamen te, já que suas economias eram complementares. 
A CEI reunia as antigas repúbli cas da União Soviética, com exceção de Estônia, Letônia e Lituânia. Com o passar do tempo, o bloco passou a ter outros objetivos políticos e econômicos.
De início, os critérios de integração que sustentavam a CEI foram efetivos, mas, aos poucos, disputas econômicas e geopolíticas entre a Rússia e os outros membros comprometeram a unidade do bloco. Em 2005, o Turcomenistão deixou de ser um membro pleno para tornar-se um membro associado; em 2009, a Geórgia abandonou o bloco. 
A Ucrânia, embora não costume comparecer a cúpulas e reuniões da CEI, continuou formalmente como membro da organização. Seu afastamento se deu a partir de 2014, em razão de graves conflitos com a Rússia.

O retorno da Rússia 


Desde o fim da União Soviética, a Rússia passou por várias transformações, o que leva muitos estudiosos a apontá-la como uma nação emergente, que consegue influenciar outros países, além de promover melhorias na qualidade de vida de sua população. 
A herança de parte dos armamentos da antiga União Soviética, o elevado potencial de recursos naturais e a postura geoestratégica do governo nas últimas duas décadas têm confirmado o destaque russo no mundo atual. 
O território russo é o maior do mundo, com 17 075 200 km2. A extensão de sua costa é de 37 653 km. Porém, estima-se que apenas 8% dessas terras sejam cultiváveis em razão dos invernos rigorosos e de grandes áreas com perma frost, tipo de solo que permanece congelado por longos períodos.

Indicadores sociais 


Para um país que, de algum modo, esteve no comando de ações internacionais durante anos, a situação social da Rússia poderia ser melhor. De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2016, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a expectativa de vida ao nascer na Rússia era de 70,3 anos, mais baixa que a de países como o Canadá, por exemplo. Quanto à escolaridade, a média do período de estudo era de 12 anos. 
Entre as mulheres com mais de 25 anos de idade, 89,6% concluíram ao menos o Ensino Médio, percentual que sobe para 92,5% no caso dos homens, para a mes ma faixa etária e nível escolar. 
Os homens estavam mais presentes no mercado de trabalho: 71,7% do total da população masculina trabalhava, enquanto 56,6% das mulheres estavam empregadas. As mulheres representavam, na época, apenas 14,5% do Parlamento, enquanto na Suécia, por exemplo, elas ocupavam 43,6%. Ainda de acordo com o PNUD, em estimativa divulgada em 2018, a Rússia es tava na 49a posição entre os países do mundo quanto ao Índice de Desenvolvimen to Humano (IDH), apresentando a pontuação de 0,816, considerada muito alta.

Atividades econômicas 


Apesar do rigor das baixas temperaturas, predominante no território russo, as exportações agrícolas têm aumentado nos últimos anos, segundo o Ministério da Agricultura do país. Mesmo assim, os produtos de origem agropecuária represen tam apenas cerca de 6% das exportações do país, destacando-se: cereais, açúcar, batatas e carnes de frango e suína. 
A Rússia ocupa uma posição importante no mundo como grande fornecedora de fontes de energia e de recursos naturais, em especial o petróleo e o gás natural. Para escoar essa produção – incluindo o fornecimento para a Europa ocidental –, o território russo apresenta uma ampla rede de oleodutos e gasodutos.

Conflitos entre a Rússia e Ucrânia


Nos últimos anos, graves conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, que também envolvem interesses da União Europeia (UE), têm ganhado repercussão mundial. Em 2013, o então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, anunciou a intenção de romper negociações para a associação do país à União Europeia e de promover maior aproximação econômica com a Rússia. 
Contudo, grande parcela da população ucraniana era pró-União Europeia e não concordou com esse novo posicionamento do governo, dando início a intensos e prolongados protestos. Nas manifestações, prédios públicos foram destruídos e os embates com as tropas do governo causaram inúmeras mortes. Yanukovych foi deposto e se exilou na Rússia em 2014. 
A parcela da população ucraniana que apoiava a aproximação com a Rússia, por sua vez, posicionou-se contra a deposição de Yanukovych e também iniciou protestos na porção leste do país e na Crimeia. 
A Crimeia é uma república autônoma que pertencia à Ucrânia. Seu território está localizado em uma península no mar Negro, que é o único acesso de território ucraniano ao mar Mediterrâneo e, por isso, é de grande importância estratégica, abrigando uma importante base naval russa, além de ser cortada por gasodutos e possuir importantes reservas de gás.
A maioria da população da Crimeia é de etnia russa e se manifestou contra a deposição de Yanukovych e a favor da associação com a Rússia. 
Em março de 2014 foi realizado um referendo no qual mais de 96% dos votantes decidiram que a Crimeia deveria se separar da Ucrânia e ser anexada à Rússia  O resultado deu ao governo de Moscou a legitimidade de que necessitava para controlar completamente a península e ampliar sua área de influência estratégica. 
Porém, o referendo e a anexação da Crimeia não foram reconhecidos pelo governo da Ucrânia, tampouco pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que julgaram a manobra uma agressão internacional e, em retaliação, impuseram um bloqueio econômico à Rússia. 
Em maio de 2014 foi eleito um novo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. Entre suas primeiras ações estava a assinatura de um acordo de livre-comércio com a União Europeia. 
Esse fato gerou forte reação do governo russo, que ameaçou cortar o fornecimento de gás à Ucrânia no inverno. No mesmo mês, os estados ucranianos de Donetsk e Luhansk, localizados no extremo leste do país, realizaram referendos. Os resultados também apontaram a separação de ambos os estados e sua anexação à Rússia. 
O governo ucraniano reagiu, o que resultou em uma guerra civil, na qual os rebeldes se paratistas pró-Rússia se confronta ram com as tropas do governo, que lutavam para garantir a integridade do território ucraniano.
Assim, a Ucrânia tem sido, nos últimos anos, palco de disputas entre União Europeia e Rússia por ampliação de suas áreas de influência econômica e geopolítica. 

Parlamento Europeu

É a instituição parlamentar da União Europeia, composta de representantes políticos dos países-membros do bloco, escolhidos por meio de eleição direta, a cada cinco anos. Alguns historiadores identificam na união de Bélgica, Países Baixos e Luxembur go, em 1944, que resultou no Benelux – da sigla composta dos nomes desses países, em que a sílaba “ne” corresponde a Países Baixos (Netherlands, em inglês) –, a pri meira organização que inspirou a criação da União Europeia.
Outro momento importante rumo a uma maior cooperação entre países eu ropeus ocorreu em 1952, ano de criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca), resultado de um tratado assinado em Paris (França) que reuniu Alema nha, Bélgica, França, Países Baixos, Itália e Luxemburgo. Esses países decidiram não cobrar as taxas de importação e exportação sobre o comércio de carvão e aço quando as transações fossem entre eles.
Em 1957, os seis países que formaram a Ceca criaram o Mercado Comum Eu ropeu, também chamado de Comunidade Econômica Europeia (CEE), que previa, entre outras medidas, a liberação do fluxo de trabalhadores entre seus integrantes. Em 1973, mais três países ingressaram na CEE: Dinamarca, Irlanda e Reino Unido.
Em 1981 foi a vez da Grécia. Cinco anos mais tarde, Espanha e Portugal passaram a ser membros do bloco, constituindo a “Europa dos doze”. Em 1985, França, Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo decidiram eliminar o controle das fronteiras comuns, facilitando o fluxo de pessoas. Era o começo do Espaço Schengen.
Em uma reunião dos países-membros do Mercado Comum Europeu realizada em 1993, redefiniu-se esse nome para União Europeia e foi criada uma moeda comum, o euro. Seis anos depois, o euro já era usado em transações comerciais, mas só em 2002 chegou como dinheiro circulante (cédulas e moedas) nos países que o aceitaram como moeda, criando-se a zona do euro.
Outras decisões tomadas naquela reunião foram a permissão para a livre cir culação de cidadãos europeus entre os países-membros; estímulo à livre circulação de mercadorias entre os países do bloco; criação do Banco Central Europeu, loca lizado em Frankfurt (Alemanha) para fiscalizar as contas dos países-membros.
A partir daí, a União Europeia viu seu grupo de países crescer. Em 1995, ingres saram a Áustria, a Finlândia e a Suécia. Dez países se tornaram membros em 2004: Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Tcheca. Em 2007, entraram para o bloco a Bulgária e a Romênia. A Croácia passou a fazer parte da União Europeia em 2013.
O Parlamento Europeu é formado por 751 deputados, que elegem o presiden te da Comissão Europeia, a instituição responsável por formular políticas e pro postas de leis e por aplicar a legislação da União Europeia. No Parlamento se discutem, desde 2009, ano em que o Tratado de Lisboa passou a vigorar, o orça mento e a política agrícola do bloco. Outra questão em debate diz respeito à crise migratória.

Espaço Schengen

O Acordo de Schengen, firmado em 1985, facilitou o fluxo de pessoas entre países europeus. Ele foi assinado na cidade de Schengen (Luxemburgo), que se localiza próximo à tríplice fronteira entre Alemanha, França e Luxemburgo. Inicialmente, esses três países, além de Bélgica e Países Baixos, concordaram em fortalecer suas fronteiras externas e em eliminar o controle interno. Isso tornou mais simples a vida de sua população e de turistas, que não necessitavam mais apresentar documentos para circular entre eles. Aos poucos, outros países aceitaram os termos do acordo e passaram a fazer parte dessa área de livre circulação de pessoas, o Espaço Schengen.
Em 1999, o Acordo de Schengen foi integrado à União Europeia, mas nem todos os seus membros aderiram completamente a ele. O Reino Unido e a Irlanda não aceitaram as normas e ainda exigem docu mento de identidade dos europeus, mas concordaram em trocar informações com os demais países, prin cipalmente relativas a segurança e controle do terrorismo. Por outro lado, há países que não fazem parte da UE, mas integram o Espaço Schengen, como Islândia, Suíça e Noruega. O acordo também prevê que, em situações excepcionais, alguns países retomem o controle fronteiriço temporariamente.

Divisão do espaço europeu

Adotamos a divisão do continente em Europa ocidental e Europa oriental, considerando o critério socioeconômico. A Europa ocidental engloba o...