quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Regionalização brasileira


1- A regionalização do IBGE

Para compreender melhor a diversidade territorial brasileira, sua organiza ção socioespacial e as características da população de nosso país, o governo brasileiro criou, em 1934, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As primeiras divisões regionais do Brasil foram elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A regionalização estabelecida em 1945 priorizava as particularidades naturais dos estados agrupados, ou seja, a divisão regional agrupava os estados que apre sentavam, sobretudo, clima, vegetação e relevo semelhantes. Assim, estabeleceram-se cinco grandes regiões (duas delas com divisões internas): Norte, Nordeste Ociden tal e Nordeste Oriental, Leste Setentrional e Leste Meridional, Centro-Oeste e Sul.
Por causa das transformações ocorridas no espaço e na sociedade brasi leira, o IBGE apresentou uma nova regionalização do país em 1969, oficializada em 1970. Nesse período, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro já tinham uma característica semelhante: nos espaços de suas principais cidades, forma va-se uma paisagem urbano-industrial.
Assim, a nova regionalização foi fundamentada tanto nos critérios natu rais quanto nos critérios sociais, culturais, políticos e econômicos. Isso significa que foi considerada também a ação do ser humano na construção do espaço, como as atividades econômicas e o modo de vida da população, para deter minar quais estados brasileiros fariam parte da mesma região.
Definiram-se, então, cinco regiões político-administrativas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Entretanto, como o espaço geográfico é dinâmico e a sociedade o modifica constantemente, ocorreram alterações internas na divisão regional brasileira, mas a denominação das regiões foi mantida. Assim, atualmente o IBGE divide oficial mente o Brasil em cinco grandes regiões. Cada uma é composta de estados que têm características comuns nos aspectos naturais, sociais e econômicos.

Se compararmos o mapa político atual do Brasil com o da divisão regional do IBGE da década de 1970, perceberemos as seguintes alterações político- -administrativas no decorrer dos anos:

• criação do estado de Mato Grosso do Sul (1979), desmembrado do estado de Mato Grosso;

• criação do estado de Tocantins (1988), desmembrado do estado de Goiás, que passou a fazer parte da Região Norte em virtude da semelhança com os estados dessa região;

• os territórios federais de Rondônia (1981), Amapá e Roraima (1988) pas saram à categoria de estado;

• o território federal de Fernando de Noronha (1988) passou a pertencer ao estado de Pernambuco.

A regionalização do IBGE delimita as cinco regiões com base na divisa entre os estados, mesmo que não estabeleça o início ou o fim de determinada paisagem natural ou de espaços produzidos pela sociedade.

2- Outras divisões regionais

Os complexos regionais

De acordo com a regionalização geoeconômica, o Brasil está dividido em três grandes complexos regionais: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul. Apresentada em 1967 pelo geó grafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger, essa regionalização utiliza o critério socioeconômico e está fundamentada no processo histórico de desenvolvi mento econômico de cada região nas últimas décadas. 
Para agrupar e delimitar as regiões, não foi utilizado o limite político-administrativo entre os estados, pois nem todo estado é social e economicamente homogêneo.

Região Concentrada

Outra divisão regional do Brasil foi proposta em 2001 pelos geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira. Essa divisão considera a dinâmica industrial, financeira e de circulação, assim como as redes de informação do país. 
Com base nesses critérios, formam-se quatro regiões: Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e Concentrada. A Região Concentrada recebeu esse nome porque é onde se concen tram o potencial industrial do país e as infraestruturas técnicas desenvolvidas para sustentá-lo, o que faz com que seja a região que comanda a economia do país.

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