1- A regionalização do IBGE
Para compreender melhor a diversidade territorial brasileira, sua organiza ção socioespacial e as características da população de nosso país, o governo brasileiro criou, em 1934, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As primeiras divisões regionais do Brasil foram elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A regionalização estabelecida em 1945 priorizava as particularidades naturais dos estados agrupados, ou seja, a divisão regional agrupava os estados que apre sentavam, sobretudo, clima, vegetação e relevo semelhantes. Assim, estabeleceram-se cinco grandes regiões (duas delas com divisões internas): Norte, Nordeste Ociden tal e Nordeste Oriental, Leste Setentrional e Leste Meridional, Centro-Oeste e Sul.
Por causa das transformações ocorridas no espaço e na sociedade brasi leira, o IBGE apresentou uma nova regionalização do país em 1969, oficializada em 1970. Nesse período, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro já tinham uma característica semelhante: nos espaços de suas principais cidades, forma va-se uma paisagem urbano-industrial.
Assim, a nova regionalização foi fundamentada tanto nos critérios natu rais quanto nos critérios sociais, culturais, políticos e econômicos. Isso significa que foi considerada também a ação do ser humano na construção do espaço, como as atividades econômicas e o modo de vida da população, para deter minar quais estados brasileiros fariam parte da mesma região.
Definiram-se, então, cinco regiões político-administrativas: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Entretanto, como o espaço geográfico é dinâmico e a sociedade o modifica constantemente, ocorreram alterações internas na divisão regional brasileira, mas a denominação das regiões foi mantida. Assim, atualmente o IBGE divide oficial mente o Brasil em cinco grandes regiões. Cada uma é composta de estados que têm características comuns nos aspectos naturais, sociais e econômicos.
Se compararmos o mapa político atual do Brasil com o da divisão regional do IBGE da década de 1970, perceberemos as seguintes alterações político- -administrativas no decorrer dos anos:
• criação do estado de Mato Grosso do Sul (1979), desmembrado do estado de Mato Grosso;
• criação do estado de Tocantins (1988), desmembrado do estado de Goiás, que passou a fazer parte da Região Norte em virtude da semelhança com os estados dessa região;
• os territórios federais de Rondônia (1981), Amapá e Roraima (1988) pas saram à categoria de estado;
• o território federal de Fernando de Noronha (1988) passou a pertencer ao estado de Pernambuco.
A regionalização do IBGE delimita as cinco regiões com base na divisa entre os estados, mesmo que não estabeleça o início ou o fim de determinada paisagem natural ou de espaços produzidos pela sociedade.
2- Outras divisões regionais
Os complexos regionais
De acordo com a regionalização
geoeconômica, o Brasil está dividido
em três grandes complexos regionais:
Amazônia, Nordeste e Centro-Sul.
Apresentada em 1967 pelo geó
grafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger,
essa regionalização utiliza o critério
socioeconômico e está fundamentada
no processo histórico de desenvolvi
mento econômico de cada região nas
últimas décadas.
Para agrupar e delimitar as regiões, não foi utilizado o
limite político-administrativo entre os
estados, pois nem todo estado é social
e economicamente homogêneo.
Região Concentrada
Outra divisão regional do Brasil
foi proposta em 2001 pelos geógrafos
Milton Santos e Maria Laura Silveira.
Essa divisão considera a dinâmica
industrial, financeira e de circulação,
assim como as redes de informação
do país.
Com base nesses critérios,
formam-se quatro regiões: Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e
Concentrada.
A Região Concentrada recebeu
esse nome porque é onde se concen
tram o potencial industrial do país e as
infraestruturas técnicas desenvolvidas
para sustentá-lo, o que faz com que
seja a região que comanda a economia do país.
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