segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Integração regional

A integração regional é um processo característico do contexto da globalização e ocorre por meio da consolidação dos blocos econômicos.

Blocos econômicos


De uma forma geral, os blocos econômicos são organizações constituídas por diversos países, que adotam medidas específicas para ampliar as trocas comerciais e a circulação de mercadorias, de serviços, de informações e de pessoas. A formação dessas entidades está associada às similaridades entre os interesses políticos e econômicos desses países ou à proximidade geográfica de seus membros.
Diversos tipos de bloco econômico e etapas de integração ocorrem em diferentes partes do mundo, e cada um deles possui suas particularidades.

Principais blocos econômicos


O primeiro bloco econômico surgiu em 1944, formado por Bélgica, Holanda e Luxemburgo (Benelux, sigla em inglês). O objetivo era fortalecer os países-membros, cujos territórios estavam fragilizados após a Segunda Guerra Mundial. De lá para cá, inúmeros blocos surgiram em diversas regiões do mundo. Conheça a seguir alguns dos principais blocos da atualidade.

Mercado Comum do Sul (Mercosul)


O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi fundado por meio do Tratado de Assunção, em 1991. Inicialmente, o grupo era formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Atualmente, outros países sul-americanos, como Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Suriname e Guiana, estão inseridos no bloco como Estados Associados ou em processo de adesão. Em 2012, a Venezuela aderiu ao grupo, mas foi suspensa em 2016 por descumprir algumas regras.
O Mercosul abrange 67% do território da América do Sul e 62,2% da população do continente. Sua área é de aproximadamente 15 milhões de quilômetros quadrados, com uma grande diversidade de povos, culturas e paisagens.
O objetivo do Mercosul é estabelecer um modelo de integração regional, visando facilitar a livre circulação de mercadorias, serviços e pessoas, por meio da eliminação de tarifas alfandegárias internas e com a fixação de tarifas externas comuns.
É importante mencionar que, ao longo do processo de integração, além da agenda comercial, o bloco passou a incluir temas políticos, sociais e de cidadania.
Em 2019, o bloco movimentou 69,2% do PIB da América do Sul, sendo o oitavo maior do mundo. Trata-se, portanto, de um grande alvo de investimentos estrangeiros, colaborando para o desenvolvimento econômico e social dos países-membros.

União Europeia (UE)


A União Europeia (UE) originou-se no contexto da década de 1950, quando foram criadas algumas organizações responsáveis por colaborar na reconstrução dos países do continente arrasados pela Segunda Guerra Mundial: a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, fundada em 1951, e a Comunidade Econômica Europeia, em 1957.
Essas organizações se consolidaram como União Europeia na década de 1990. Representando, atualmente, a etapa mais avançada do processo de formação de blocos econômicos, a EU entrou em funcionamento em 1993.
De lá para cá, o bloco passou a ser composto de 27 países-membros; estabeleceu um mercado interno por meio do livre-comércio e da circulação de mercadorias, serviços e pessoas; adotou uma moeda única – o euro; e criou entidades financeiras e jurídicas próprias, como o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu.

Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA)


Em 2020, o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, sigla em inglês) substituiu o antigo Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, sigla em inglês), que entrou em vigor em 1994, com o objetivo de eliminar barreiras alfandegárias, intensificar o comércio entre os três países e promover o crescimento econômico da região.
Atualmente, o USMCA tem se concentrado no livre-comércio de mercadorias agrícolas, têxteis e automobilísticas, além de promover a proteção da propriedade intelectual e das leis trabalhistas e ambientais.
O maior beneficiado do acordo, no entanto, são os Estados Unidos. Dados de 2019 revelam que as exportações de produtos agrícolas para o Canadá e o México renderam cerca de 40 bilhões de dólares ao país, sendo o milho o principal produto vendido. Além disso, 300 mil empregos foram gerados no setor agrícola durante esse período.

Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC)


A Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC, sigla em inglês) é composta de 16 países-membros: África do Sul, Angola, Botsuana, Comores, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Maurício, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Essuatíni Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
O bloco foi criado em 1992 com o objetivo de promover a integração regional e o desenvolvimento econômico, bem como comprometer-se com o fim da pobreza e preservar a paz e a segurança da região.
A SADC pretende aprofundar os diversos estágios de integração comercial, estabelecendo um mercado comum por meio da criação de uma área de livre-comércio, da convergência das políticas econômicas e da adoção de uma moeda única.

Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean)


A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, sigla em inglês) foi fundada em 1984, reunindo Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia. O bloco foi inicialmente criado para incentivar a cooperação social, econômica, cultural e técnica entre os países-membros, bem como garantir a paz e a estabilidade da região. Mais tarde, outros países do Sudeste Asiático se uniram, formando um grupo de dez países-membros. São eles: Brunei, Camboja, Laos, Mianmar e Vietnã.
Composta de uma série de órgãos, como secretariados e comunidades específicas, a Asean visa constituir, atualmente, um mercado único e integrado cuja movimentação poderá envolver grandes volumes de recursos financeiros e alcançar mais de 500 milhões de pessoas.

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