quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

População no continente asiático

Território e população


Com uma superfície territorial de aproximadamente 45 milhões de km2, o que equivale a cerca de um terço das terras emersas do planeta, a Ásia é o maior con tinente da Terra. 
Por causa de sua grande dimensão territorial, tanto no sentido leste-oeste co mo no sentido norte-sul, o continente tem uma grande variedade de aspectos físicos, como cadeias montanhosas e hidrografia importante. 
As diversas condições climáticas também se destacam na Ásia, com áreas onde predominam climas frios e extremamente rigorosos, como a Sibéria, na porção asiática da Rússia, e outras marcadas por climas quentes e de chuvas abundantes, a exemplo do sul e do sudoeste.
A Ásia concentra quase dois terços da população mundial e é o continente mais populoso do planeta, com cerca de 4,7 bi lhões de habitantes. A China e a Índia concentram, juntas, cerca de 60% da população asiática.

Distribuição da população 


Mesmo numerosa, a população asiática não está distribuída de maneira uniforme pelo continente. De modo geral, essa população está concentrada, principalmente, ao longo dos vales e dos rios e nas planícies, áreas mais favoráveis para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária e também para a construção de cidades.
De acordo com os dados de 2020, seis países da Ásia estavam entre as maiores populações do mundo. Algumas das cidades mais populosas do mundo são asiáticas. Grande parte da população asiática ainda vive no campo. No entanto, os fluxos migratórios do campo para a cidade estão em crescimento na maioria dos países.
Apesar de não estar no ranking dos dez países mais populosos, o Japão também abriga um elevado número de pessoas (125 milhões de habitantes, em 2020).
Considerando sua pequena extensão territorial, a densidade demográfica do país é bastante elevada. Índia, Coreia do Sul e Indonésia também estão entre os países mais povoados do mundo. 
Na China, a população está predominantemente concentrada na porção litorânea e no sudeste do país. O Oriente Médio registra níveis de densidade demográfica significativos, com destaque para Turquia, Irã e Israel.
Apesar de a Rússia abrigar um número elevado de habitantes, possui vasta extensão territorial, sendo a densidade demográfica baixa.
Os povos asiáticos são diversos e podem ser reunidos em grandes grupos linguísticos, a exemplo de semitas, turcos, indo-europeus, afro-asiáticos, sino-tibe tanos, dravidianos, entre outros. Das etnias mais numerosas, destacam-se árabes (Oriente Médio), hindus (sul da Ásia), chineses (han), vietnamitas, coreanos e japo neses (leste da Ásia), além de javaneses e filipinos (sudeste da Ásia).
As principais religiões são o Islamismo, presente principalmente no Oriente Médio, no sul e no sudeste da Ásia; o Hinduísmo, praticado, sobretudo, no sul asiático; e o Budismo, prevalente em partes do leste e do sudeste do continente. O Cristianismo também é presente, sobretudo nas Filipinas e em partes da Rússia.

Perfil cultural da população


A população do continente asiático é bastante diversificada em razão da presença de muitas culturas e etnias. Alguns países, como a Rússia, a Índia e a Malásia, são considerados multiétnicos, o que implica, eventualmente, a ocorrência de conflitos étnicos e territoriais.
De forma abrangente, é possível dividir os povos do continente por região: no noroeste, predominam os povos caucasianos (russos e europeus); a porção sul é habitada por povos indianos; o Oriente Médio concentra povos árabes, judeus, persas e turcos; no leste da Ásia, encontram-se chineses, japoneses e coreanos.
Além das diferentes etnias, a presença de religiões diversas reflete a grande diversidade dos povos asiáticos. A Ásia é o berço das principais religiões do mundo, entre as quais se destacam o hinduísmo, amplamente praticado na Índia e no Nepal; o budismo, cujos adeptos estão espalhados pela Mongólia e pelos países do Sudeste Asiático, entre outros; o judaísmo, com adeptos em Israel e, em menor escala, na Rússia e em outros países; o islamismo, amplamente praticado nos países árabes, no Irã, na Turquia e na Indonésia; o xintoísmo, cuja maior parte dos praticantes se localiza no Japão; e o cristianismo, praticado no Timor Leste e nas Filipinas, entre outros países.

O crescimento populacional na Ásia 


Em cada grupo de 100 pessoas que compõem a população mundial, 60 vivem na Ásia. Ainda que sua população tenha crescido mais lentamente desde o final da década de 1990, o continente ainda registra uma das taxas de crescimento populacional mais elevadas entre as regiões do mundo, atrás apenas da África. 
O crescimento populacional, contudo, não é homogêneo entre os países asiáticos. Alguns, como a China e a Coreia do Sul, apresentam taxas de crescimento em torno de 0,1% ao ano. Outros, como Malásia e Filipinas, têm taxas de aproximadamente 1,02%. De modo geral, contudo, as populações dos países asiáticos, com exceção do Japão, têm em sua estrutura etária um grande percentual de jovens.
O crescimento expressivo das populações dos países asiáticos não interfere apenas no número de habitantes do continente, mas em sua qualidade de vida. Quanto maior o número de pesso as, maior será a demanda por serviços de saúde, emprego, moradia, saneamento, transporte, energia, habitação e alimentos. Em razão dessa demanda, os pro blemas sociais e ambientais também se tornam cada vez mais graves.

A política de controle de natalidade 


Diante das elevadas taxas de crescimento de suas populações, principalmente na segunda metade do século XX, alguns governos asiáticos adotaram políticas de controle do crescimento demográfico, baseadas em medidas severas de con tenção da natalidade. 
Entre esses países, estão a Índia e a China. A seguir, com mais detalhes, confira em que consistem essas políticas.

Índia 


Medidas como esterilização de mulheres e incentivo ao uso de métodos contra ceptivos e ao planejamento familiar foram algumas das alternativas adotadas pelo governo indiano com o intuito de atenuar a expansão demográfica no país. 
Embora os últimos anos da década de 1980 tenham registrado uma ligeira diminuição no índice de crescimento da população, influenciada pela queda na taxa de natalidade, esse fato não foi suficiente para alterar o quadro da expansão demográfica no país, pois as taxas de mortalidade também diminuíram no mesmo período. 
Em virtude desse cenário, atualmente alguns estados indianos vêm estudando adotar penalidades para casais que tenham mais de dois filhos.

China 


A China, diante do problema da expansão demográfica na década de 1970, implementou uma política de controle demo gráfico que ficaria conhecida como a “política do filho único”. Essa política impunha que as famílias chinesas tivessem ape nas um filho por casal. 
Desobedecendo a essa lei, famílias, com exceção para as do campo e algumas minorias étnicas, es tavam propensas a sofrer rígidas punições impostas pelo governo, como pa gamento de multas, perda de alguns benefícios sociais e, em alguns casos, perda do emprego, além de discriminação perante a sociedade. 
Programas de divulgação de métodos contraceptivos, como o uso de pílulas anticoncepcionais, também foram adotados no país. O rígido controle imposto pelo governo chinês no passado repercutiu na diminuição significativa do número de jovens chineses e, nas últimas décadas, no aumento do número de idosos na composição da população. 
Em 2016, o governo passou a permitir que os casais tenham até dois filhos.

Os contrastes socioeconômicos 


O continente asiático reúne países com características socioeconômicas bem contrastantes. Para ter uma noção dessa disparidade socioeconômica no continente, ao com pararmos a renda per capita do Japão no ano de 2021, que foi de 39 285 dólares, com a de Bangladesh, registrada nesse mesmo ano, que foi de 2 503 dólares, ve rificamos que os valores de ambos os países apresentaram uma discrepância de 36 782 dólares. 
Isso significa que a renda per capita do Japão nesse período foi aproximadamente 15 vezes maior que a de Bangladesh. Além disso, o contraste socioeconômico ocorre de maneira interna, pois em al guns países é possível observar pessoas extremamente ricas e outras muito pobres.
Os contrastes nesse continente também podem ser caracterizados pelos fato res a seguir: 
• países como a China e a Índia, que, mesmo com alguns indicadores sociais ruins, vêm apresentando, nos últimos anos, crescimento econômico elevado; 
• o Japão, com elevado nível de industrialização e indicadores socioeconômicos com valores expressivos; 
• em alguns países, principalmente os situados no sul do continente, podemos constatar que mais de 15% das pessoas vive com menos de 1,90 dólar por dia, ou seja, parte da população vive em condições de extrema pobreza.

Indicadores socioeconômicos


Diversos indicadores evidenciam o perfil socioeconômico de uma população. Neste tópico, vamos conhecer alguns deles e compreender melhor as características do continente lhor asiático.

Produto Interno Bruto (PIB)


Dois países asiáticos estão entre as cinco maiores economias do mundo: a China, cujo PIB nacional foi maior que 14 trilhões de dólares em 2021, segundo o Banco Mundial, e corresponde a cerca de 17% do total mundial; e o Japão, com PIB de 5 trilhões de dólares, que representa 5% do total mundial. A Rússia, a Índia e a Indonésia também apresentam PIB elevado e, por isso, se destacam no cenário internacional.
No continente asiático, os países que registram atualmente os maiores PIB per capita são Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar e Cingapura.

Taxa de analfabetismo


A taxa de analfabetismo revela a quantidade de pessoas que não sabe ler e escrever em determinado lugar. Essa taxa costuma ser muito baixa em países que investiram no sistema de educação ao longo das últimas décadas, como Japão, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Rússia, Filipinas e países situados na Ásia Central. Nesses países, mais de 95% da população é alfabetizada.
No entanto, no continente asiático, a maior parte da população não tem acesso à educação e é impedida de se alfabetizar, como ocorre no Paquistão e, de maneira mais abrangente, no Afeganistão.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)


O Índice de Desenvolvimento Humano mensura as condições de vida em um país com base em três eixos: saúde, educação
e renda.
No continente asiático, o IDH varia bastante, pois os países apresentam diferentes níveis de desenvolvimento social e econômico. 
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano publicado pelo Pnud em 2020, Cingapura, Israel e Japão registraram os mais elevados IDHs do continente. Iêmen e Afeganistão apresentaram, naquele ano, os piores índices, considerados baixos. Isso significa que nesses países a expectativa de vida é mais baixa que nos demais países, assim como a renda per capita e a média de anos de escolarização.

Coeficiente de Gini


O coeficiente de Gini é o indicador da desigualdade social. Ele varia entre 0 e 100, revelando a concentração de renda em determinado país.
Os países que registram coeficiente próximo a 0 apresentam maior igualdade econômica entre seus habitantes. Esse é o caso de Cazaquistão, Quirguistão, Iraque e Timor Leste, que registraram, entre 2010 e 2018, coe ficientes iguais a 30 ou abaixo. Turquia, Irã e Filipinas estão entre os países com maior desigualdade, com coeficientes acima de 40.

Nenhum comentário:

China: política e desenvolvimento econômico

A China abriga a maior população do mundo. É um país predominantemente rural que se tornou uma das maiores economias mundiais da atualidade ...