sexta-feira, 19 de julho de 2024

Rochas como fontes de matéria-prima

A crosta terrestre é uma das principais fontes de recursos naturais para a humanidade. E as rochas são um desses recursos, por isso são extraídas em grande quantidade em determinadas regiões do planeta.

Existem alguns tipos de rocha que são exploradas comercialmente, como o basalto, o mármore ou a argila.
Essas rochas são retiradas da natureza em estado bruto e processadas por meio de técnicas, de acordo com a finalidade de uso.
A sociedade também explora determinados minérios que se encontram em meio às rochas, como diamante, ouro, cobre, calcário ou potássio, que servem de matéria‑prima para a fabricação de vários tipos de produto utilizados na indústria ou em outras atividades econômicas, como na agricultura ou na pecuária.

Tempo geológico

A presença de fósseis de animais e plantas em determinadas camadas rochosas, assim como o estudo da composição de seus minerais, são pistas muito importantes para a reconstituição da história do planeta.

Com o auxílio de aparelhos de datação por radioatividade, geólogos e paleontólogos conseguem identificar a idade de cada camada rochosa, ou seja, quando elas se formaram. Com isso, é possível estabelecer o tempo de existência da Terra e as principais modificações pelas quais passou no decorrer dos últimos 4,6 bilhões de anos. Esse longo período de existência do planeta é chamado de tempo geológico.
Por meio do estudo estratigráfico, os cientistas criaram uma tabela que divide o tempo geológico em frações de tempo menores, de acordo com os acontecimentos físicos e biológicos mais característicos de cada ocasião. Assim, a tabela do tempo geológico é dividida nas seguintes frações de tempo: Éons, Eras, Períodos e Épocas.

Fósseis: O que são?

Algumas camadas rochosas podem conter fósseis. Os fósseis são restos de animais e plantas que permaneceram preservados naturalmente em meio às camadas de rochas sedimentares. Eles são uma das principais pistas utilizadas pelos cientistas para reconstituir a longa  história do planeta. 

Os fósseis podem ser compostos de partes do ser vivo fossilizado, como dentes, folhas, sementes, carapaças, troncos, ossos etc., ou ainda de vestígios deixados por eles, como pegadas, ovos ou excrementos.

Composição da litosfera

A litosfera é a camada rochosa que recobre a Terra. Também chamada crosta terrestre, ela corresponde à esfera que separa as camadas do interior do planeta das esferas superficiais: a hidrosfera e a atmosfera.

Até hoje, o ponto mais profundo da crosta terrestre já atingido por máquinas perfuratrizes está aproximadamente 12 km abaixo da superfície. Isso mostra que, com a tecnologia disponível atualmente, atingimos um ponto ainda muito superficial dessa camada rochosa, visto que o raio da Terra tem cerca de 6 370 km.

A dinâmica da litosfera

Algumas áreas do planeta são mais propícias a atividades vulcânicas, abalos sísmicos e até tsunamis do que outras. O Japão, por exemplo, é um país localizado em áreas onde ocorrem grandes eventos naturais como esses. Em outubro de 2021, o vulcão do monte Aso, situado em Kyushu, entrou em erupção e lançou suas cinzas a uma altitude de 3,5 quilômetros. Dez anos antes, o leste do país havia sido devastado por um forte terremoto e a chegada de um tsunami – com ondas de até 16,7 metros de altura. Em decorrência dos fenômenos naturais, a usina nuclear de Fukushima teve sua estrutura afetada, o que provocou o superaquecimento do sistema de refrigeração e levou à explosão e ao vazamento do material radioativo. Estima-se que cerca de 20 mil pessoas morreram em decorrência desses eventos.
Mas o que esses eventos têm em comum? Atividades vulcânicas, abalos sísmicos e tsunamis estão diretamente ligados à dinâmica litosférica da Terra, que envolve a movimentação de placas tectônicas.
Para compreender o funcionamento de movimentação das placas tectônicas, pense no planeta como um grande quebra-cabeças. Perceba que os contornos dos continentes apresentam encaixes. Partindo desse princípio, o cientista alemão Alfred Wegener (1880-1930) apresentou a teoria da deriva continental no ano de 1912. De acordo com essa teoria, os continentes se movimentariam de forma lenta e contínua, tendo, no passado, formado um único continente, denominado Pangeia (do latim pan, que significa “toda”, e gea, “terra”). Acompanhe como teria sido a movimentação dos continentes até a formação da configuração atual.

Tectônica de placas

Na época de Wegener, acreditava-se que todo o interior do planeta era rígido e rochoso. Por não conseguir explicar a força que moveria os grandes blocos continentais, a teoria não foi aceita pela maior parte dos cientistas de sua geração.
Na década de 1940, o debate sobre a movimentação dos continentes foi retomado. Com uma nova tecnologia  de mapeamento do relevo submarino, foi possível identificar uma complexa formação montanhosa na crosta oceânica do oceano Atlântico. Essas formações foram denominadas dorsais, ou cadeias meso-oceânicas. Décadas depois, ficou comprovado que as dorsais são as áreas responsáveis pela expansão do assoalho oceânico (fundo oceânico), por onde o magma atinge a superfície e se solidifica.
Com isso, comprovou-se que a superfície do planeta Terra não é formada por um único bloco litosférico, mas sim por vários, as chamadas placas tectônicas, como já vimos
As placas tectônicas movem-se lentamente sobre a astenosfera (entre 3 e 10 centímetros por ano), conduzidas pelas células de convecção (imagem a seguir), que atuam de formas ascendente e descendente no manto terrestre. As placas podem estar se afastando umas das outras (movimento divergente) ou se aproximando (movimento convergente).
Quando duas ou mais placas realizam um movimento paralelo de atrito, há o movimento conservativo. O entendimento completo dessa dinâmica faz parte da Teoria da Tectônica de Placas.

Estrutura interna da Terra

Atualmente, o modelo cientificamente mais aceito da estrutura interna da Terra é o que apresenta o planeta dividido em três partes: a crosta terrestre (litosfera), o manto e o núcleo. Essas partes se diferenciam quanto à profundidade, à temperatura em seu interior e à composição química. 

Rochas litosféricas

A litosfera é a mais rígida das esferas terrestres, composta basicamente de rochas. As rochas são aglomerados sólidos que reúnem um ou vários tipos de minerais. Também podem ter origem orgânica, como é o caso das rochas provenientes da solidificação de plantas e da fossilização de animais.
Na crosta terrestre há grande variedade de tipos de rocha. Os geólogos classificam as rochas de acordo com sua origem e o processo de formação. Assim, temos três grupos principais de rochas: as ígneas ou magmáticas, as sedimentares e as metamórficas.
Rochas ígneas ou magmáticas: são formadas pela solidificação do magma no interior da própria crosta. Há também o magma que chega até a superfície terrestre, por meio das erupções vulcânicas, e forma as rochas. Alguns exemplos de rochas magmáticas são o basalto, o granito e o quartzo.
Rochas sedimentares: são formadas de sedimentos (pequenas partes) que se separam de outras rochas e minerais ou de matéria orgânica (restos de animais e plantas). Os sedimentos e a matéria orgânica são transportados pelos ventos, pelas águas das chuvas e do mar para as partes mais baixas do relevo, constituindo depósitos que, ao longo de milhares de anos, formam camadas rochosas. Exemplos de rochas sedimentares são os arenitos, o calcário e a argila.
Rochas metamórficas: são formadas por meio da transformação de rochas sedimentares ou magmáticas. Ao serem expostas à forte pressão ou a altas temperaturas, essas rochas passam pelo processo de metamorfismo, que modifica a composição de seus minerais e suas características químicas e as transforma em rochas metamórficas. Exemplos de rochas metamórficas são o mármore, o xisto e a ardósia.

Rochas contam a história da Terra

Calcula-se que a Terra tenha se formado há cerca de 4,6 bilhões de anos. Entre as técnicas utilizadas pelos cientistas para calcular esse tempo de existência do planeta está o estudo das camadas rochosas, também chamado de estudo estratigráfico.
Em geral, as rochas formam camadas com composição diferente umas das outras. Cada camada pode revelar características dos ambientes terrestres que existiram há milhões ou, até mesmo, bilhões de anos. Em alguns casos, elas podem ser encontradas dispostas umas sobre as outras, como camadas de um bolo. Em geral, as que estão mais abaixo são as mais antigas; já as do topo correspondem às mais recentes.
A composição de algumas camadas rochosas mostra, por exemplo, que houve épocas em que os oceanos encobriam boa parte do planeta. Por isso, existem camadas de rochas com sedimentos de fundo marinho e com fósseis de animais e plantas característicos desse tipo de ambiente.
Houve ainda épocas em que as florestas de pinheiros e os pântanos encobriam grandes extensões da superfície do planeta. Por isso, existem camadas de rocha formadas pela decomposição dessas plantas, que hoje servem de recurso para a geração de energia, como é o caso do carvão.

Biosfera, biomas e ação humana

 O ar que respiramos, a água que bebemos ou o solo onde plantamos e colhemos alimentos são responsáveis pela existência dos seres vivos e dos elementos necessários à sobrevivência humana. Chamamos cada um desses meios físicos de: atmosfera, hidrosfera e litosfera.

Biosfera, esfera da vida

Todos os fenômenos da natureza ocorrem de maneira interdependente.
Isso significa que eles mantêm relações entre si, interferindo diretamente uns nos outros. As relações entre os fenômenos da atmosfera, da litosfera e da hidrosfera ocorrem na biosfera.
atmosfera é a camada de gases que envolve o planeta. Ela protege os seres vivos filtrando os raios solares e impede que meteoritos e pequenos corpos celestes atinjam a superfície terrestre. Também é nela que ocorrem os fenômenos meteorológicos.
biosfera é a porção do planeta habitada pelos seres humanos e onde se desenvolvem todas as outras formas de vida animal e vegetal. Ela existe devido às interações entre a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera.
hidrosfera reúne o conjunto das águas da Terra, seja no estado gasoso (como o vapor de água nas nuvens), seja no estado líquido (como os rios, lagos, aquíferos e oceanos), seja no estado sólido (como as geleiras e calotas polares).

Biosfera e ecossistemas

Como vimos, na biosfera ocorrem as interações entre a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera que criam as condições necessárias ao desenvolvimento da vida em nosso planeta. O termo biosfera significa justamente “esfera da vida” (bio = vida; sfera = esfera).
Na biosfera ocorrem intensas trocas de matéria e energia envolvendo elementos químicos, físicos e biológicos. Essas trocas possibilitam a existência de inúmeras espécies de seres vivos e de ecossistemas complexos.

Diversidade de ecossistemas

Na superfície terrestre são identificados muitos tipos de ecossistema. Eles se diferenciam pelas formas de trocar matéria e energia, pelas espécies de seres vivos que neles habitam e pela dimensão espacial que ocupam na superfície do planeta.
Seja qual for a dimensão, desde o ecossistema de uma árvore
ou de um lago até o de uma vasta floresta, é importante lembrar que todos esses conjuntos dinâmicos estão interligados, influenciando uns aos outros.
Biomas e paisagens naturais
Os biomas são conjuntos de ecossistema interligados que abrangem grandes áreas, estendendo-se, muitas vezes, além dos limites de países e continentes.
Caracterizam-se por apresentar certa homogeneidade no que se refere às condições climáticas (quantidade de chuvas e temperatura), tipos de solos e de relevo, bem como presença de água, na forma de rios e lagos.
Esses fatores naturais criam condições para o desenvolvimento de espécies de fauna e flora muito peculiares, proporcionando identidade única a cada paisagem natural da Terra.
De maneira geral, é possível identificar seis grandes biomas em nosso planeta: Floresta Tropical, Savana, Campo, Deserto, Floresta Temperada e Tundra.
Conheça a seguir a extensão e as principais características desses biomas.
Floresta Tropical – Ocorre nas regiões mais quentes e úmidas do planeta. Apresenta vegetação densa, com árvores, arbustos e inúmeras outras espécies de plantas. Abriga também grande variedade de espécies de mamíferos, aves, peixes, insetos e anfíbios. É o tipo de bioma com a maior biodiversidade entre os demais do planeta.
Savana – Ocorre em regiões quentes, porém não tão úmidas como as do bioma Floresta Tropical, já que as chuvas se concentram em determinada época do ano. Caracteriza-se por vegetação mais aberta, composta de gramíneas e capins, com árvores e arbustos esparsos.
Isso possibilita que abrigue animais de grande porte, como aves (avestruz, ema etc.) e mamíferos (elefante, cervos, leões, pumas, rinocerontes etc.).
Campo – Encontrado em dois tipos. As pradarias desenvolvem-se em regiões com chuvas bem distribuídas e temperaturas mais baixas durante o ano; as estepes desenvolvem-se em regiões semiáridas, com poucas chuvas durante o ano. Em ambas predominam plantas rasteiras, como capins e ervas de diferentes espécies. Tais características contribuem para a existência de uma rica fauna composta desde roedores e répteis, até mamíferos de grande porte, como felinos (onças e panteras) e cervos (veados campeiros e alces).
Deserto – Há dois tipos desse bioma: os desertos quentes, que, em geral, ocorrem próximos aos trópicos (Câncer e Capricórnio), e os desertos frios, nas regiões frias e polares do planeta. Em ambos os casos, é baixa a quantidade de chuvas anuais. A vegetação predominante é rasteira (capins e gramíneas) ou formada por cactáceas (espécies variadas de cactos). A fauna é composta, sobretudo, de roedores, répteis e insetos.
Floresta Temperada – Classificada também em dois tipos: a Taiga (fotografia A), floresta com predominância de coníferas (espécies de pinheiros), forma de vegetação muito resistente ao inverno rigoroso que ocorre em regiões de elevada latitude; a floresta decídua ou de bosque (fotografia B), com árvores e arbustos que perdem as folhas no outono e no inverno, que é menos rigoroso do que nas regiões de taiga. Ambas abrigam diversas espécies de mamíferos, aves, anfíbios e insetos.
Tundra – Ocorre em regiões de clima muito frio, como nas altas montanhas e nas áreas próximas ao Ártico ou à Antártica. Nela desenvolvem-se plantas rasteiras, como gramíneas, musgos e liquens, além de diversas espécies de aves, insetos e mamíferos, sobretudo após o degelo, durante a primavera e o verão.

Distribuição dos biomas e zonas térmicas da Terra

A localização dos biomas na superfície terrestre está diretamente ligada à maneira pela qual a energia do Sol atinge a superfície do planeta. Devido à forma arredondada da Terra e a seu eixo inclinado, cada região é iluminada e aquecida com maior ou menor intensidade, de acordo com sua posição no sentido norte-sul. Esse fato resulta em diferentes zonas térmicas, como mostra o esquema ao lado.

Biomas e ação humana

Em nosso planeta, são poucos os lugares que ainda não receberam de alguma forma a interferência dos seres humanos. Boa parte dos biomas terrestres já foi alterada com maior ou menor intensidade pelas atividades desenvolvidas por nossa sociedade. Ainda que existam extensas áreas intactas de florestas, savanas, campos e tundra, todas se encontram sob ameaça a médio ou longo prazo. Assim, é fundamental que se estabeleçam medidas urgentes para a proteção desses ambientes. Os estudos de Geografia contribuem para avaliar espacialmente o comportamento da sociedade e os impactos causados por ela, estabelecendo soluções para reverter esse quadro.
desmatamento de áreas de vegetação nativa, por meio de queimadas ou do corte de árvores para a prática da agricultura e da pecuária, tem destruído os ecossistemas e levado espécies de plantas e animais à extinção. Além disso, a retirada da vegetação original acelera o processo de erosão dos solos e o assoreamento de rios e lagos.
A construção de represas para geração de energia elétrica ou abastecimento de cidades envolve a inundação de áreas de vegetação nativa. Já a captação de água doce para a irrigação agrícola pode acelerar a contaminação dos solos e das águas por produtos químicos e causar desequilíbrio em ecossistemas aquáticos.

A superfície do planeta Terra

A superfície do nosso planeta é formada por terras emersas, oceanos e mares. As terras emersas, ou seja, as partes da superfície terrestre que não estão cobertas por água, são constituídas de continentes e ilhas oceânicas. Os continentes são formados por grandes extensões contínuas de terra e recebem as seguintes denominações: América, Europa, África, Ásia, Oceania e Antártida. As ilhas, por sua vez, são formadas por porções de terra circundadas por água.

Os oceanos e mares são formados por grandes quantidades de água salgada que ocupam a maior parte da superfície terrestre (aproximadamente 70%). Ainda que constituam uma massa de água contínua sobre a Terra, cada porção dessas águas recebe uma denominação específica: oceano Pacífico, oceano Atlântico, oceano Índico, oceano Glacial Ártico e oceano Glacial Antártico.

A origem dos continentes e oceanos da Terra

Os continentes e oceanos que compõem a superfície terrestre começaram a se formar há cerca de 4,5 bilhões de anos, ainda no início da história geológica do nosso planeta.

A FORMAÇÃO DO RELEVO

O relevo da Terra é resultado da atuação das forças da natureza: as internas ao planeta e as atmosféricas. A tectônica de placas, ao longo do tempo geológico, pode ser vista como uma força interna geradora da estrutura do relevo. Já as chuvas e os ventos, por exemplo, são forças externas e contínuas, responsáveis pela modelagem do relevo.

A Terra apresenta uma dinâmica interna, também chamada de forças endógenas. A dinâmica interna da Terra, como a ação de vulcões e terremotos, é responsável pela formação de diversas feições em sua superfície, atuando diretamente na modelagem (formação e transformação) do relevo. Agora, você vai conhecer alguns processos responsáveis pela modelagem dessas feições.

O sistema interno da tectônica de placas influencia em dois processos importantes, que interferem na modelagem do relevo da superfície terrestre. São eles: epirogênese (epeirós = continente; gênese = origem) e orogênese (orós = montanha; gênese = origem). Os dois estão ligados, mesmo que sejam diferentes. O primeiro refere-se à formação de plataformas continentais, e o segundo é associado aos processos de dobramentos e falhamentos.

A dinâmica externa, denominada de forças exógenas, é o conjunto de diferentes fenômenos naturais que ocorre na superfície terrestre. É composta por agentes variados, que modelam aquilo que se formou pela dinâmica interna.

Para compreender a modelagem do relevo, é preciso entender que os elementos da natureza (incidência da luz solar, atmosfera, clima, vegetação, solo e hidrografia, por exemplo) estão em conexão, transformando-se a todo o tempo, ocasionando diferentes condições ambientais, que interferem de maneira distinta no relevo.

O intemperismo e a erosão são processos exógenos que ocorrem por meio da ação das águas, do vento, da radiação solar e dos seres vivos. Esses processos causam o desgaste das rochas e o transporte de sedimentos das áreas mais altas para as mais baixas dos terrenos onde esses sedimentos são depositados, modelando lentamente o relevo.

O INTEMPERISMO, A EROSÃO E A SEDIMENTAÇÃO

O intemperismo é o processo inicial da transformação do relevo, porque provoca alterações físicas, químicas e biológicas nas rochas que compõem a superfície terrestre.
Essa transformação do relevo forma sedimentos, que, por sua vez, podem ser compostos de fragmentos rochosos, de solo e de matéria orgânica.
A erosão é o processo responsável pelo transporte desses sedimentos dos locais mais altos para os locais mais baixos do terreno.
Já a sedimentação é a deposição dos sedimentos nos locais mais baixos do terreno, como nas planícies e depressões – formas de relevo que você estudará mais adiante.
Você já sabe que intemperismo é o conjunto de alterações físicas, químicas e biológicas que provoca a fragmentação e a desintegração das rochas e atua na modelagem do relevo.
No entanto, é importante destacar que o intemperismo varia conforme as características do clima, da topografia, do material que compõe as rochas, entre outras.
Os processos intempéricos – variação de temperatura, ação do vento, do gelo e das águas pluviais e fluviais, o crescimento de raízes de plantas e a abertura de fraturas nas rochas – dão origem à variedade de solos que recobre a superfície terrestre.
O intemperismo pode ser físico, biológico ou químico. O físico é caracterizado pela fragmentação (quebra) das rochas por processos físicos, relacionados à morfologia, à resistência, ao tipo de mineral etc. Esses processos são influenciados pelas sucessivas mudanças de temperatura (durante o dia e a noite, e durante as estações do ano), que causam mudanças de tamanho (contração e dilatação) das estruturas rochosas. Além disso, as estruturas podem sofrer mudanças em razão do pisoteio do solo por animais de grande porte e do desgaste causado pelas chuvas, por exemplo.
Por meio desses processos, pequenas rachaduras são abertas nas rochas, possibilitando o aumento da infiltração de água. Após sua infiltração, a água pode, por exemplo, congelar e, dessa forma, expandir e contribuir com o intemperismo físico. A penetração de sedimentos e de sementes, que também causam intemperismo físico, pode ampliar essas aberturas. Além disso, o intemperismo físico ocorre simultaneamente aos intemperismos químico e biológico, como estudaremos a seguir.
Os seres vivos, como plantas e animais, incluindo o ser humano, também podem atuar na decomposição das rochas, caracterizando o intemperismo biológico. As plantas que crescem nas fissuras das rochas, por exemplo, provocam a fragmentação dessas rochas, causada pelo crescimento das raízes e dos troncos das plantas.
Os organismos e microrganismos vegetais (liquens, espécies gramíneas e arbustivas etc.) e animais (formigas, baratas, aranhas etc.) exercem um importante papel de modificação das estruturas minerais por causa da interação com essas estruturas, necessária para se desenvolverem e se reproduzirem.
Por exemplo: as rochas que armazenam água da chuva em rachaduras criam condições para que plantas se instalem nessas fissuras e adquiram nutrientes e sais minerais a partir de suas raízes.
O intemperismo químico ocorre quando os minerais das rochas sofrem alteração.
A água é o principal agente desse tipo de intemperismo. Ao interagir com diferentes elementos presentes na atmosfera e nas rochas, a água interage com os minerais, que, por meio de reações químicas, podem transformar-se em minerais diferentes.
Os sedimentos, fragmentos de rochas e de solo resultantes dos diferentes tipos de intemperismo, são transportados das partes mais elevadas para as mais baixas do terreno.
Esse transporte pode ser feito por meio de água corrente, pelo vento ou pelo deslocamento de blocos de gelo – as geleiras.
O intemperismo, a erosão e a sedimentação não ocorrem isoladamente. Ao mesmo tempo que as águas dissolvem os minerais, elas transportam essas substâncias e os fragmentos
de rocha e de solo para outros locais. Quanto maior a velocidade das águas, mais sedimentos são carregados. Quando a velocidade diminui, os sedimentos são depositados.
No caso das geleiras, compostas de água em estado sólido, elas carregam consigo, durante o degelo, grandes massas de solo e de rocha. Por isso, são importantes agentes erosivos.

A ação dos rios

A água dos rios também contribui para a formação do relevo. Quanto mais inclinado o leito de um rio, maior sua capacidade de erosão, contribuindo, também, para maior capacidade de intemperismo. Por outro lado, quanto menos inclinado o leito, menor sua capacidade de erosão, favorecendo o processo de sedimentação. Quando o curso-d’água não tem força para transportar os sedimentos, eles se acumulam e ocorre o assoreamento.
Analise a imagem a seguir, que mostra o processo de assoreamento no curso de um rio.
Além de depositar sedimentos no interior dos continentes, os rios também lançam sedimentos nas áreas costeiras, nos mares e nos oceanos. As imagens a seguir representam essas duas situações: deposição de sedimentos dentro dos continentes – no caso, no próprio leito do rio – e nas regiões
litorâneas.
O material proveniente das áreas mais altas se deposita em vales e planícies, onde pode permanecer por longos períodos.
Eventualmente, porém, esses depósitos sofrem erosão e são novamente transportados em direção à foz de um rio.

A ação humana

A ação humana, por meio do trabalho, também altera bastante o relevo. Essas alterações podem ocorrer de maneira intencional e direta, como a ocupação do solo para construir aldeias, cidades e plantações, ou mesmo como impacto ambiental, isto é, acelerando ou provocando fenômenos que já acontecem na natureza. Os deslizamentos, por exemplo, são ocasionados pela ocupação humana em encostas de morros, áreas que são suscetíveis aos processos erosivos, principalmente os relacionados às chuvas. Já os túneis são construídos para transpor uma formação de relevo montanhosa.

Principais feições do relevo terrestre

Existem muitas formas de classificar o relevo, e cada uma delas leva em consideração critérios diferentes, como a idade das formações rochosas, seus processos de formação, a altitude e a aparência.
Estrutura da superfície terrestre
A estrutura geológica da superfície terrestre geralmente é dividida em:
crátons – terrenos antigos e muito desgastados que datam dos éons Arqueozoico e Proterozoico, ou seja, a idade dessas estruturas é da ordem de bilhões de anos.
bacias sedimentares – formadas por rochas de origem sedimentar, chegam a ultrapassar 5 km de espessura. Datam do éon Fanerozoico, ou seja, sua idade, em geral, não ultrapassa 600 milhões de anos.
cinturões orogênicos – são os terrenos mais elevados e mais recentes: compõem as cordilheiras e datam da Era Cenozoica. Existem também os cinturões orogênicos antigos, que estão mais desgastados pela erosão e datam do fim da Era Mesozoica.

As formas de relevo

As formas de relevo são dinâmicas, ou seja, sofrem alterações constantemente, causadas pelos processos endógenos e exógenos, que atuam há milhões de anos.
As formas de relevo têm origem na ação das forças endógenas, como a atividade tectônica, e nas forças exógenas, como as variações e intempéries climáticas.  Além disso, as diferentes formas de relevo não ocorrem de maneira aleatória: são resultado da interação dos processos endógenos e exógenos.

O relevo terrestre apresenta quatro formas predominantes: as cadeias de montanhas, os planaltos, as planícies e as depressões.

Cadeias de montanhas

As cadeias de montanhas são as partes do relevo que apresentam maioresaltitudes. Constituem grandes elevações da crosta terrestre, cujo relevo é acidentado,com encostas íngremes e vales profundos. São exemplos de cadeias demontanhas a cordilheira dos Andes (América do Sul), os Alpes (Europa), as montanhas Rochosas (América do Norte) e o Himalaia (Ásia).

Planaltos

Os planaltos são caracterizados por formações também elevadas e irregulares, que sofrem intensos processos erosivos. Os planaltos podem apresentar diferentes formas,como morros, serras ou elevações de topo plano (chapadas). Uma característica importante do planalto é o fato de ter passado por um intenso processo de erosão. As bordas dos planaltos podem ser escarpadas (paredão abrupto) ou apresentar rampas suaves.
No Brasil, por exemplo, os planaltos são muito antigos, formados no período geológico Pré-Cambriano. Por esse motivo, essa forma de relevo sofre há milhões de anos com a
ação de processos exógenos, como o intemperismo, a erosão e a sedimentação, causados pelo clima, pela hidrografia e pelos seres vivos.

Depressões

As depressões são terras mais baixas em relação às formas de relevo que as circundam. Elas apresentam uma leve inclinação e são também caracterizadas por um processo de erosão, que é um aspecto determinante na sua formação.
Os materiais retirados das áreas de depressão são transportados pelas águas das chuvas, de córregos e de rios e levados para as planícies ou para os mares.
São classificadas como depressões relativas – as com altitudes mais baixas em relação ao entorno, porém acima do nível do mar – e depressões absolutas – as que estão abaixo do nível do mar.

Planícies

As planícies são superfícies planas, basicamente formadas por rochas sedimentares, pois nessas áreas predomina o processo de deposição de materiais (sedimentos). Portanto, elas se localizam em áreas mais rebaixadas.

O relevo submarino

Assim como a superfície dos continentes apresenta áreas mais altas ou mais baixas, também na parte da crosta terrestre coberta pelas águas marinhas são encontradas cadeias de montanhas, depressões (fossas) e outras formas de relevo.
A primeira porção do relevo submarino — a plataforma continental — tem grande importância econômica porque proporciona boas condições ao desenvolvimento da atividade pesqueira. Além disso, em alguns países, entre eles o Brasil, a maior parte aproveitada do petróleo é retirada da plataforma continental.
A partir de 200 metros de profundidade, aproximadamente, até quase 4 mil metros, encontra-se o talude continental; depois dele, vem a parte mais profunda do relevo submarino. O aspecto dessa última parte do relevo submarino é bastante irregular, graças à presença de bacias oceânicas, fossas abissais e extensas cadeias ou cordilheiras submarinas.
As ilhas são irregularidades do relevo oceânico, que se elevam acima do nível das águas (terras emersas).
Elas podem ser classificadas em:
costeiras: quando se localizam próximo aos continentes. Às vezes, essas ilhas estão separadas dos continentes por canais pouco profundos. Alguns exemplos desse tipo de ilha são as Britânicas, na Europa; Sri Lanka, na Ásia; Madagascar, na África; e as ilhas de Marajó e Florianópolis, no Brasil.
oceânicas: quando se situam mais distante da costa litorânea. Os arquipélagos de Fernando de Noronha, do Havaí, do Taiti e de Samoa são exemplos de ilhas oceânicas. Há também ilhas em trechos de águas continentais, como
a ilha do Bananal, no Rio Araguaia.

A formação dos solos

Os processos de intemperismo, erosão e sedimentação que ocorrem e moldam as formas de relevo também atuam na formação dos solos. Os solos originam-se da decomposição dos minerais que formam as rochas. Com o tempo, esses materiais são carregados pela erosão e formam camadas de solo mais espessas em áreas de acúmulo de sedimentos (como as planícies) e menos espessas em áreas mais inclinadas (como as montanhas ou encostas de planaltos).
Existem diversos tipos de solos, com diferentes cores, texturas, características e composição. Isso se deve à influência de fatores como o tipo de rocha onde o solo se desenvolve, o clima, o relevo e o nível de maturidade de cada solo.
Os solos apresentam diferentes estágios de formação, podendo ser: jovens, intermediários e maduros. Há, também, a rocha exposta, que ainda não tem solo. Esses estágios são definidos pela profundidade e pelo desenvolvimento de cada solo.

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