quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Índia: desenvolvimento econômico

A Índia é um dos países mais populosos do mundo, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, atrás somente da China. Considerado uma das principais economias da atualidade, ocupa a 7a posição no ranking do PIB mundial.


Índia no cenário internacional


O país vem ganhando destaque no cenário internacional ao longo das últimas décadas como potência emergente em diversos aspectos: político, econômico e sociocultural.
A participação da Índia no panorama mundial aumentou a partir da década de 1990, quando o governo do país implementou uma série de reformas econômicas para integrá-lo às transformações globais em curso.
Entre as medidas adotadas pelo governo indiano, destacam-se:
• investimentos estatais em setores estratégicos, como a produção de energia e infraestruturas de transporte;
• mudanças na estrutura produtiva, incentivando a abertura de empresas privadas no país;
• ampliação do setor de serviços de uso intensivo de tecnologia;
• redução dos direitos trabalhistas;
• incentivo à entrada de empresas estrangeiras no território indiano.
Essas medidas estratégicas foram fundamentais para promover o crescimento econômico nas décadas seguintes e para inserir o país mais amplamente na economia globalizada.

As reformas implementadas pelo governo indiano a partir de 1990 foram também contrapartidas dos empréstimos fornecidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para solucionar a crise econômica que afetou o país nas décadas anteriores. Essas reformas promoveram o dinamismo da economia, demonstrando que o Estado foi fundamental nessa estratégia de desenvolvimento.
O crescimento econômico verificado nas últimas décadas refletiu, por exemplo, no aumento do PIB per capita da Índia, que, segundo o Banco Mundial, em 1960 era de 82,2 dólares e, em 2020, atingiu 1 927 dólares.

Indústria, serviços e tecnologia


O setor de serviços foi um dos que mais se destacaram no período em foco. Sua participação no PIB indiano aumentou de 37% em 1990 para 49% em 2020. A prestação de serviços ligados à tecnologia se tornou um dos polos mais dinâmicos de crescimento no período.
As empresas de prestação de serviços tecnológicos se difundiram a partir da década de 1990, em cidades como Bangaluru e Hyderabad.
A mão de obra barata e o domínio da língua inglesa por boa parte da população contribuíram para a instalação dos chamados call centers.
Além da prestação de serviços, a tecnologia de ponta tem grande importância para o setor industrial da Índia, que se destaca como forte produtora de equipamentos eletrônicos, softwares e hardwares, além de insumos para a agroindústria e a biotecnologia.
O país também conta com uma indústria têxtil significativa, que emprega boa parte da mão de obra menos qualificada do país, além da indústria automobilística e da indústria de base, como a química, a siderúrgica e a metalúrgica.
A Índia destaca-se igualmente no cenário internacional por ser a maior indústria cinematográfica do mundo: Bollywood produz mais de 1 500 filmes ao ano nos diferentes idiomas existentes na Índia a fim de alcançar o público de todas as regiões do país.
A participação da Índia na geopolítica mundial também ocorre no campo militar. Nos últimos anos, o país tornou-se potência regional, ao aumentar sua atuação na Organização das Nações Unidas (ONU) para defender seus interessantes perante a comunidade internacional. O país, cuja indústria bélica conta com forte participação do Estado, vem buscando autonomia na produção de armas e equipamentos militares por meio da importação de tecnologias de outros países, como Rússia e Reino Unido.

Setor primário da Índia


O acelerado crescimento econômico registrado na Índia nas últimas décadas resultou em uma série de desafios, como o aumento da demanda de energia para o setor industrial e a necessidade de implantação de infraestruturas para a exploração de matérias-primas e a circulação de mercadorias.
A Índia está entre os principais consumidores de petróleo e gás natural do mundo, e sua produção interna não é capaz de suprir a demanda do país.
Em 2018, a Índia teve de importar 3,6% do total produzido mundialmente. A falta de investimentos em inovação e tecnologia nesse setor dificulta maior inserção da Índia no cenário petroquímico internacional. O setor agropecuário indiano também enfrenta diversos desafios e requer investimentos para superar os problemas de falta de infraestrutura e produtividade agrícola. 
Atualmente, esse setor emprega grande parte da mão de obra do país, mas os baixos salários e o processo de mecanização do campo têm levado muitos habitantes das áreas rurais, especialmente os mais jovens, a buscar nas cidades melhores oportunidades de trabalho.
Parte expressiva dessa parcela da população tem baixos índices de escolaridade e, por isso, dificilmente é empregada nas atividades que exigem maior qualificação, como a prestação de serviços tecnológicos.

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