Energia vem do grego enérgeia e significa ‘trabalho’, portanto, é a capacidade de um corpo ou sistema produzir trabalho ou realizar uma ação, como movimentar ou transformar algo. Por exemplo, um motor que movimenta um automóvel só o faz porque consome energia, seja gasolina, seja óleo diesel ou eletricidade de uma bateria; um aparelho doméstico pode transformar energia elétrica em calor (forno), em frio (ar-condicionado), em movimento (ventilador), em luz (lâmpada), etc. Para obter energia, são usados diferentes tipos de recurso natural, que po dem ser renováveis ou não renováveis.
A energia renovável, como o nome indica, é obtida pela transformação de recursos que se renovam na natureza, como a radiação solar, os ventos e as águas, ou que podem ser cultivados, como os vegetais, por exemplo, a cana-de-açúcar e o milho, chamados biocombustíveis.
Já a energia não renovável é obtida de recursos que se formaram na natureza ao longo de milhões de anos, em camadas profundas do subsolo e que tendem a se esgotar. São os combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural; e o urânio, que é um minério radioativo.
Consumo mundial de energia
O elevado consumo de petróleo e de carvão mineral provoca sérios danos ao meio ambiente. A queima desses combustíveis emite enormes quantidades de gases po luentes na atmosfera, como o dióxido de carbono (CO2 ), também conhecido como gás carbônico, principal responsável pela intensificação do efeito estufa.
Produção de petróleo no mundo
O petróleo começou a ser explorado comercialmente nos Estados Unidos no final do século XIX, e inicialmente era usado em lampiões. A grande expansão de sua produ ção se deu a partir do desenvolvimento da indústria auto mobilística no início do século XX, quando seus derivados passaram a ser utilizados em motores a combustão interna para mover veículos terrestres, como é o caso da gasolina e do diesel, e mais tarde para mover veículos aéreos, como é o caso do querosene de aviação. Esse recurso natural também é utilizado como matéria-prima na fabricação de diversos produtos: plásticos, bor rachas sintéticas, tintas, vernizes, adubos químicos, inseti cidas, cosméticos, remédios e muitos outros.
O petróleo motivou grandes mudanças geopolíticas e socioeconômicas no mundo, pois ele é indispensável para o funcionamento da economia de todos os países. Além de ser a fonte de energia mais usada no planeta e importante matéria-prima, é um recurso não renovável e de alto valor econômico.
Um dos atores importantes no mercado internacional de petróleo é a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Essa organização é um cartel de importantes produtores de petróleo do Oriente Médio, da África e da América do Sul. Foi constituída em 1960 por Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Venezuela, com o objetivo de estabelecer cotas de produção para os países -membros e estabilizar o preço internacional do petróleo.
Em 2018 era composta de quinze países, com destaque para a Arábia Saudita, maior produtor da Opep e segundo do mundo. Dos doze maiores produtores mundiais de petróleo, sete são membros da Opep. No entanto, a Rússia, o maior produtor de todos em 2017, não é membro da organização, assim como também não o são os Estados Unidos, a China e o México. O Brasil, embora seja o nono produtor mundial, à frente de muitos países da Opep, também não é membro desse cartel internacional dos produtores.
Produção de petróleo no Brasil
Em 2017 o Brasil já era o nono maior produtor mundial de petróleo, com uma produção de 2,6 milhões de barris/dia. Essa produção foi ampliada com a extração de petróleo no pré-sal, uma camada geológica situada na costa brasileira entre 5 e 7 quilômetros abaixo do nível do mar. Entre Santa Catarina e Espírito Santo existe uma grande reserva nessa camada de um tipo de petróleo mais leve, de excelente qualidade e com alto valor comercial.
Segundo a Petrobras, a produção média de petróleo no pré-sal saltou de 41 mil barris por dia, em 2010, para 1,4 milhão de barris diários, em 2017. Ou seja, 54% da produção petrolífera daquele ano veio do pré-sal.
De acordo com algumas previsões, cerca de 100 bilhões de barris de petróleo podem ser extraídos do pré-sal brasileiro – o que elevaria a produção para cerca de 5 milhões de barris por dia e posicionaria o país entre os cinco maiores produtores mundiais. Para explorar bacias em águas profundas são necessários grandes investimentos em pesquisas, desenvolvimento de tecnologia, plataformas, for mação de mão de obra qualificada, etc.
O desenvolvimento dessa alta tecnologia se deu graças ao empenho de técnicos e pesquisadores da Pe trobras, principalmente em seu Centro de Pesqui sa e Desenvolvimento (Cenpes), localizado no Rio de Janeiro (RJ), e a parcerias feitas com universi dades, como a COPPE/UFRJ e a Pontifícia Univer sidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e com institutos de pesquisas, como o Laboratório Nacional de Nanotecnologia, localizado em Campinas (SP). Como resultado desse esforço, hoje o Brasil é um dos líderes mundiais em tecnologia de exploração de petróleo em águas profundas.
Produção de carvão mineral no mundo
O carvão mineral é usado comercialmente desde o final do século XVIII. Ele foi a principal fonte de energia da Primei ra Revolução Industrial, iniciada no Reino Unido, quando era muito usado para movimentar máquinas a vapor, trens e barcos. No fim do século XIX, já no contexto da Segunda Revolução Industrial, passou também a ser utilizado para produzir energia elétrica. O carvão mineral é o segundo combustível fóssil mais consumido no mundo.
Hoje em dia, o carvão mineral, sobretudo o de baixa qualidade, é usado principalmente na produção de energia em usinas termelétricas por meio de sua queima. Em segundo lugar, vem o uso em diversos processos industriais que necessitam de calor, como a fabricação de cerâmicas e vidros. O carvão também é muito usado em indústrias siderúrgicas. Nesse caso, o chamado carvão metalúrgico ou coque é mistu rado num alto -forno para fundir o mi nério de ferro e produzir o ferro-gusa, matéria-prima para a produção de aço, que depois será usado na fabricação de carros, geladeiras, edifícios, pontes, máquinas, etc. O carvão mineral também é uma importante matéria-prima para a indústria carboquímica, que produz fertilizantes, lubrificantes, combustíveis líquidos, entre outros produtos.
O Brasil produz carvão mineral, com destaque para os estados do Rio Grande do Sul, com 89% das reservas nacionais (só na jazida de Candiota, município localizado no sul do estado, estão 38% de todo o carvão brasileiro) e Santa Catarina, com 10%. Porém, é um carvão de baixa qualidade (linhito e sub-betuminoso), com muitas impurezas, que só pode ser utilizado em termelétricas locais. Por isso, o Brasil importa cerca de 15 milhões de toneladas de carvão metalúrgico por ano, provenientes de países como Estados Unidos, China e Austrália, que estão entre os maiores produtores do mundo.
Consequências da queima de combustíveis fósseis: o efeito estufa
Desde a Revolução Industrial, a concentração de dió xido de carbono (CO2 ), também conhecido como gás car bônico, tem aumentado na atmosfera. Isso acontece por que, a maior parte da energia consumida no mundo é proveniente de combustíveis fósseis – altamente poluentes e emissores do dióxido de carbono, com destaque para o carvão mineral, cujo maior produtor mundial é a China.
Perceba que apenas três países são responsáveis por quase 50% da emissão total de gás carbônico no mundo, portanto, são os que mais contribuem para intensificar o efeito estufa em termos absolutos. De acordo com diversos pesquisadores, as toneladas de gases estufa – dióxido de carbono, metano, entre outros – emitidas na atmosfera provocam a intensificação desse fenômeno, elevando a temperatura média da baixa atmos fera do planeta.
A dinâmica natural da atmosfera terrestre funciona da seguinte maneira: parte da radiação solar, quando entra em contato com essa camada gasosa da Terra, é refletida de volta ao espaço. Outra parte dessa radiação atravessa a atmosfera e aquece a superfície terrestre, devolvendo calor para a atmosfera. Por causa do efeito estufa, parte desse calor fica retida e aquece o ar.