sábado, 23 de julho de 2022
O TERRORISMO
quinta-feira, 23 de junho de 2022
Os índios antes de Cabral no Brasil
Os fósseis brasileiros
Sambaquis são volumosos
montes de conchas e esqueletos de peixes, associados a objetos de pedra, às
vezes com mais de
Utensílios
primitivos
também foram encontrados em diversos pontos do litoral e do interior do Brasil:
pontas de flechas, machados e outros instrumentos, além de potes de barro,
alguns decorados e usados como urna para os mortos, dentro dos quais foram achados
esqueletos.
Pinturas
rupestres,
compostas de desenhos de figuras humanas e de animais, cenas de caça e pesca,
foram encontradas nas paredes de grutas e cavernas e em lajes de pedras em
lugares abertos. São famosas as pinturas rupestres de cavernas
Embora, para efeitos de estudo, a Pré-história tenha terminado com o surgimento da escrita, no Brasil e em alguns outros pontos no mundo, muitos grupos indígenas têm até hoje condições primitivas de vida, semelhantes às do período paleolítico.
No século XV,
época das grandes navegações, conquistadores e exploradores portugueses e
espanhóis aproveitaram-se das condições primitivas dos indígenas americanos
para dominá-los com facilidade. Possuidores de técnicas e armas mais
eficientes, os europeus subjugaram a América (incluindo o Brasil), sujeitando-a
nos séculos seguintes a uma intensa exploração econômica e ligando-a
definitivamente à história europeia.
Ainda hoje é
comum considerarmos os índios como os europeus os enxergavam: gente
incivilizada, selvagem, primitiva, atrasada, ignorante, bárbara.
Ainda há muitas
perguntas sem respostas sobre essa longa história dos povos indígenas anterior
à chegada dos portugueses. Os indígenas não conheciam a escrita e, para
sabermos como viviam, que mudanças ocorreram entre eles, quais eram suas
ideias, possuímos apenas uma forma de documento: a cultura material. Isto é, o
que sobrou de suas casas, os enfeites que usavam, as ferramentas de trabalho,
as armas, os restos de comidas e as fogueiras, as pinturas ou sinais que
deixaram nas paredes de cavernas, os mortos que enterraram.
Muitos povos
diferentes
Os portugueses tiveram menor contato com
os povos que habitavam o interior. Esses povos eram chamados pelos portugueses
de tapuias.
Apesar dessas denominações, é importante
destacar que a população nativa encontrada pelos portugueses estava organizada
em diversos povos, com culturas muito diferentes. Cada grupo tinha, por
exemplo, a sua língua, a sua crença, o seu modo de trabalho e a sua organização
familiar.
As diferenças existentes entre os povos indígenas daquela época podem ser percebidas até os dias de hoje. Para isso, basta observar os descendentes desses povos que conseguiram sobreviver à colonização portuguesa e aos séculos de exploração.
Os povos indígenas do Brasil
Hoje, para estudar as populações
indígenas, é comum agrupá-las conforme as semelhanças existentes entre suas
línguas. Isso permite reunir povos com características culturais comuns. Assim,
são classificados quatro troncos linguísticos principais: o tupi, o jê,
o aruaque e o karib. Existem ainda muitas línguas, como a dos
tucanos e a dos ianomâmis, que não foram classificados nesses troncos.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil
em 1500, os homens que habitavam as terras brasileiras se agrupavam em várias
nações ou tribos. As principais eram:
- tupi-guarani: espalhava-se
por quase todo o litoral atlântico e várias áreas do interior;
- gê ou tapuia: ocupava o
Planalto Central Brasileiro;
- nuaruaque: ocupava parte
da Bacia amazônica até os Andes;
- caraíba: ocupava o
norte da Bacia Amazônica.
Finalmente entre os anos 4000 a. C. e
3000 a. C., o homem do Brasil descobriu a agricultura, depois de praticar uma
economia baseada na caça e na coleta de alimentos durante mais de 40 mil anos.
Com a agricultura, várias comunidades
primitivas do Brasil passaram a se organizar de forma semelhante às comunidades
primitivas do período Neolítico na África, Ásia e Europa.
Os meios de produção que os homens
dispunham – a terra cultivável, os campos, os rios – pertenciam a todos.
Apesar de toda essa diversidade, existem
elementos culturais semelhantes, como a organização em tribos.
Uma tribo é um grupo de famílias que fazem sua aldeia numa mesma área, falam a mesma língua, tem os mesmos costumes e um sentimento de união entre si.
Trabalho e família
A maior parte dos povos indígenas vive
da coleta de frutos da floresta (cacau, maracujá, jabuticaba, araçá, etc.), da
agricultura (mandioca, milho, batata-doce, abóbora, amendoim, etc.).
Geralmente, as roças pertencentes a toda
a tribo, e alimentos colhidos são distribuídos entre todos. Enquanto esperam a
colheita, os índios fazem objetos de cerâmica e utensílios para o trabalho.
Cada índio costuma ter seus próprios instrumentos de trabalho, bem como seu
arco e suas flechas.
Cada tribo tem seu jeito de distribuir
as tarefas entre seus membros. Há trabalhos que são feitos pelas mulheres e
outros são feitos geralmente pelos homens. As mulheres geralmente fazem as
seguintes tarefas: o trabalho agrícola, desde o plantio até a colheita; a
coleta dos frutos da floresta; a fabricação de farinha; a comida e os demais
serviços domésticos; o cuidado das crianças. Os homens fazem o trabalho mais
pesado: a derrubada do mato e a preparação da terra; a caça e a pesca; a
fabricação de canoas; a construção das casas. Além disso, são tarefas
masculinas as expedições guerreiras; a proteção das mulheres, crianças e
velhos.
Os casamentos quase sempre são
realizados entre os membros da mesma tribo. Algumas tribos permitem apenas a monogamia,
isto é, o casamento de um homem com uma só mulher e de apenas uma mulher com
apenas um homem; já em outras sociedades indígenas, a poligamia – um homem
casado com várias mulheres – ou a poliandria – uma mulher casada com
vários homens – também são permitidas.
Os pais não castigavam os filhos, pois
havia entre irmão um forte laço de amor e respeito. As meninas brincavam e
ajudavam as mães nos afazeres domésticos e no cuidado com os irmãos menores. Os
meninos, com seus arcos e flechas, caçavam pequenos animais, imitando os mais
velhos.
Quando os meninos atingiam a puberdade, iam para a Casa Sagrada era um local eminentemente masculino e as mulheres estavam proibidas de ali entrar.
Guerreiros e artistas
A guerra era uma atividade sagrada,
necessária e desejada. Os homens faziam guerras por vingança, para garantir a
superioridade masculina na comunidade e para conquistar terras férteis e campos
onde a caça era mais abundante.
Os índios também eram extraordinários artistas. Sua capacidade artística se reflete na música, na dança, na confecção de redes, esteiras e cestos com desenhos de singela beleza, na cerâmica, na pintura do corpo para festas, para rituais religiosos e guerreiros.
Os povos da floresta
Há cerca de 6 mil anos a imensa área
ocupada hoje pelo Brasil começou a ganhar sua conformação atual: a grande
floresta tropical amazônica do Norte, os campos do sul, o cerrado do
Centro-Oeste, a mata Atlântica cobrindo o litoral. Durante milênios, os humanos
desenvolveram uma série de recursos para enfrentar esse novo meio ambiente.
Sempre agrupados em pequenas famílias,
vivendo da caça de pequenos animais e da coleta de tudo o que fosse comestível,
povos diferentes criaram culturas específicas em cada área do atual território
brasileiro. Mudavam sempre de lugar quando a caça ou os frutos silvestres
acabavam. É o que se chama de vida nômade ou nomadismo. Como estavam sempre se
mudando, carregavam poucos objetos – apenas o essencial para sobreviver.
Nas florestas do Sul, por exemplo,
surgiram povos que os arqueólogos denominam umbus. Não se sabe que
língua falavam nem se formavam um único povo. Entre eles havia os que habitavam
as cavernas e os que moravam a céu aberto. Nos vestígios que deixaram foram
encontrados instrumento de pedra fabricados com muito cuidado. Inventaram a
boleadeira (arma de caça) e o arco e a flecha, que difundiram entre os povos da
região.
Os povos que moravam nas florestas
subtropicais do Sudeste, chamados humaitás, desconheciam o arco e a
flecha (ou, pelo menos, a flecha com ponta de pedra). Gostavam das matas
próximas aos rios e colhiam pinhão (fruto do pinheiro) e moluscos (animais com
conchas) de água doce. Os humaitás não eram tão hábeis como os umbus na
fabricação de instrumentos de pedra, mas usavam uma espécie de faca feita desse
material, parecida com um bumerangue.
Na região central do território que atualmente corresponde ao Brasil, os primeiros habitantes viviam sobretudo em cavernas ou sob abrigos de rochas. Também se sabe pouco sobre eles; é muito provável que durante milênios tenha havido diversas migrações, o surgimento e o desparecimento de línguas e de uma série de outras mudanças. Em quase todas as cavernas que habitaram, contudo, deixaram pinturas nas paredes, cuja função e significado nem sempre conseguimos entender.
Os povos das águas
Com a elevação do nível do mar, há cerca
de 6 mil anos, o litoral que se estende do atual estado do Espírito Santo ao
Rio Grande do Sul passou a ser ocupado por povos que se alimentavam de frutos
do mar. Embora também caçassem pequenos animais (macacos, antas, gambás,
tartarugas, por exemplo) e coletassem frutos silvestres, esses povos comiam
principalmente peixes e moluscos (ostras, mexilhões, berbigões, etc.). Como
essa fonte de alimentos nunca se esgotava, permaneciam no mesmo lugar, perto da
praia e, de preferência, próximo a algum rio.
As conchas dos moluscos eram abertas no
fogo e abandonadas no local, acumulando-se ao longo do tempo. O consumo era tão
grande que as conchas acabaram formando pequenas montanhas chamadas sambaquis
-, onde esses povos erguiam suas cabanas e enterravam seus mortos. Destruído recentemente,
o sambaqui de Garopaba, em Santa Catarina, media trinta metros de comprimento e
cem metros de largura.
Para produzir seus instrumentos, os
povos dos sambaquis lascavam as pedras com uma espécie de formão e as
esfregavam até deixa-las lisas e regulares. A maioria de seus objetos, porém,
era constituída de ossos. Com esse material faziam até mesmo uma espécie de
panela, além de enfeites agulhas e anzóis.
É possível que os sambaquis tenham sido
habitados por populações numerosas, que cresceram durante quase 5 mil anos. Entretanto,
quando os portugueses chegaram, elas estavam desaparecendo, derrotados por
povos que sabiam cultivar a terra.
Os povos da terra
A agricultura apareceu há
aproximadamente 4 mil anos nas terras do que viria a ser o Brasil. Essa mudança
foi muito importante porque, para se alimentarem, cultivando a terra, os seres
humanos deixaram de depender do que encontrara na natureza. Derrubando florestas,
plantando raízes e sementes e esperando o momento propício de colher, as
populações das aldeias melhoraram sua alimentação. Como consequência, não
precisavam mais mudar constantemente de lugar e se tornaram mais numerosas.
O cultivo da terra já era conhecido por
civilizações de agricultores da cordilheira dos Andes (América do Sul) e da
América Central. Talvez tenham sido elas, por meio de algum contato com povos daqui
que introduziram a agricultura no que viria a ser o território brasileiro. É provável
que as primeiras plantas cultivadas aqui tenham vindo de fora: milho, algodão,
tabaco e feijão.
Os primeiros agricultores das terras
brasileiras desenvolveram também o cultivo de plantas de que se extraiam
corantes, plantas medicinais e palmeiras. Mas seu principal alimento e
descoberta foi a mandioca. Os índios descobriram até mesmo como extrair o
veneno da espécie venenosa dessa raiz.
A cerâmica apareceu aqui há cerca de 4
mil anos. Feitos de argila cozida no fogo, os objetos cerâmicos serviam para
transportar água ou guardar alimento. Alguns eram usados para cozinhar vegetais
cultivados na agricultura. Vasos foram encontrados em sambaquis do Pará.
Acredita-se que possam ter entre 4 mil e 5 mil anos de idade – possivelmente uma
das mais antigas peças de cerâmica da América.
Mas os agricultores evitaram ocupar a
densa floresta tropical. Os restos arqueológicos encontrados demonstram que
permaneceram nas margens do rio Amazonas e de seus afluentes. Embora pouco
estudados, é possível observar pelas peças de cerâmicas o grau de complexidade
e sofisticações desses povos.
Ao longo dos rios Tapajós e Trombetas
foram encontradas peças daquilo que os arqueólogos chamam tradição
inciso-ponteada. O povo que produzia essas obras tinha seu centro onde atualmente
se encontra Santarém. É possível que tenham vivido há 2 mil anos, talvez menos.
Para chegar a formas tão complexas, é provável
que houvesse artesãos especializados em cerâmica, fato que indica a existência de
uma sociedade organizada, na qual existiam pessoas que, além da agricultura,
desenvolviam tarefas específicas.
Entretanto, foi na ilha de Marajó que se
desenvolveu as mais complexas civilizações amazônicas. Os primeiros povos a
habitá-la, chamados ananatubas pelos arqueólogos, chegaram aí há cerca
de 3500 anos. Vivendo em regiões entre mata e as praias, construíram casas
isoladas em que moravam de cem a 150 pessoas. Além de agricultores, foram
também ceramistas e fabricavam potes, pratos e objetos decorados com linhas e
pontos, de que restaram apenas fragmentos.
Há aproximadamente 1 800 anos, porém,
surgiu a chamada civilização marajoara, ainda pouco estudada. Sabe-se
que a maior parte de sua população se concentrava nas margens dos rios ao redor
do lago Arari. Os marajoaras erguiam suas casas sobre morros chamados tesos,
construídos por eles mesmos ao longo das margens dos rios. Era uma forma de se
protegerem das inundações. Alguns desses morros chegaram a medir mais de
duzentos metros de comprimento.
Entretanto, trata-se de uma suposição
que precisa ser comprovada por achados nos tesos. Os principais vestígios
deixados pelos marajoaras são objetos de cerâmica, decorados com complexidade impressionante.
Quando os portugueses chegaram, essa misteriosa civilização, ainda hoje tão
desconhecida, já estava desaparecendo. Mas é muito provável que tenha
influenciado povos de outras regiões.
terça-feira, 21 de junho de 2022
Revolução Industrial
Etapas da industrialização
- 1760 a 1850 – A Revolução se restringe à Inglaterra, a "oficina do mundo". Preponderam a produção de bens de consumo, especialmente têxteis, e a energia a vapor.
- 1850 a 1900 – A Revolução espalha-se por Europa, América e Ásia: Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia. Cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem; surgem novas formas de energia, como a hidrelétrica e a derivada do petróleo. O transporte também se revoluciona, com a invenção da locomotiva e do barco a vapor.
- 1900 até hoje – Surgem conglomerados industriais e multinacionais. A produção se automatiza; surge a produção em série; e explode a sociedade de consumo de massas, com a expansão dos meios de comunicação. Avançam a indústria química e eletrônica, a engenharia genética, a robótica.
Etapas do processo de produção
Origens da Revolução Industrial
Pioneirismo Inglês
Foi a Inglaterra o pais que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas à vapor e as locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período.
A mão-de-obra disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.
Outro fator determinante, foi a existência de um Estado liberal na Inglaterra, que desde 1688 com a Revolução Gloriosa. Essa revolução que se seguiu à Revolução Puritana (1649), transformou a Monarquia Absolutista inglesa
Na segunda metade do século XVIII, foram introduzidas importantes inovações tecnológicas na Inglaterra, como a máquina de fiar, a máquina a vapor e o tear mecânico. Essas inovações acabaram provocando grandes transformações no modo de organização do trabalho.
Empresários e proletários
O novo sistema industrial transforma as relações sociais e cria duas novas classes sociais, fundamentais para a operação do sistema. Os empresários (capitalistas) são os proprietários dos capitais, prédios, máquinas, matérias-primas e bens produzidos pelo trabalho. Os operários, proletários ou trabalhadores assalariados, possuem apenas sua força de trabalho e a vendem aos empresários para produzir mercadorias em troca de salários.
Exploração do trabalho
No início da revolução os empresários impõem duras condições de trabalho aos operários sem aumentar os salários para assim aumentar a produção e garantir uma margem de lucro crescente. A disciplina é rigorosa, mas as condições de trabalho nem sempre oferecem segurança. Em algumas fábricas a jornada ultrapassa 15 horas, os descansos e férias não são cumpridos e mulheres e crianças não têm tratamento diferenciado.
Mulheres e crianças operárias recebiam salários inferiores àqueles pagos aos homens adultos. Nesta fotografia, vemos crianças trabalhando numa fábrica de ferramentas na França, por volta de 1880.
Surgem dos conflitos entre operários, revoltados com as péssimas condições de trabalho, e empresários.Desdobramentos sociais
A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção.
Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do proletariado urbano (classe operária), como classe social definida. Vivendo em condições deploráveis, tendo o cortiço como moradia e submetido a salários irrisórios com longas jornadas de trabalho, a operariado nascente era facilmente explorado, devido também, à inexistência de leis trabalhistas.
O desenvolvimento das ferrovias irá absorver grande parte da mão-de-obra masculina adulta, provocando em escala crescente a utilização de mulheres a e crianças como trabalhadores nas fábricas têxteis e nas minas. O agravamento dos problemas socioeconômicos com o desemprego e a fome, foram acompanhados de outros problemas, como a prostituição e o alcoolismo.
Os trabalhadores reagiam das mais diferentes formas, destacando-se o movimento “ludista” (o nome vem de Ned Ludlan), caracterizado pela destruição das máquinas por operários, e o movimento “cartista”, organizado pela “Associação dos Operários”, que exigia melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário. Destaca-se ainda a formação de associações denominadas “trade-unions”, que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros sindicatos modernos.
O divórcio entre capital e trabalho resultante da Revolução Industrial, é representado socialmente pela polarização entre burguesia e proletariado. Esse antagonismo define a luta de classes típica do capitalismo, consolidando esse sistema no contexto da crise do Antigo Regime.
O poder da Igreja na Idade Média
No tempo das catedrais
Organização do clero
A vida nos mosteiros
As heresias
Questão das Investiduras
segunda-feira, 20 de junho de 2022
Pré-história brasileira
1- As culturas do Pleistoceno (até 12 mil anos atrás)
Uma periodização da Pré-história brasileira muito aceita
pelos arqueólogos leva em consideração principalmente os aspectos culturais dos
grupos que habitavam o Brasil na Pré-história. Essa periodização, que
adotaremos aqui, apresenta dois grandes períodos: cultura do Pleistoceno e
culturas do Holoceno.
Na geologia, Pleistoceno é o nome dado ao período em
que ocorreram as glaciações e que se estende de 1,8 milhão de anos até 12 mil
anos atrás.
As culturas brasileiras do Pleistoceno correspondem às mais
antigas do Brasil. São encontrados vestígios dessas culturas em Minas Gerais,
goiás, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Os grupos pleistocenos eram
nômades e mais ou menos coesos, sendo formados por um número reduzido de
membros. Viviam em cavernas e abrigos sob rochas no topo de colinas ou próximas
a rios. Produziam ferramentas em pedras para abater os animais e retirar sua
pele.
No período pleistoceno, o clima era mais frio e seco. A
natureza oferecia fauna abundantes, fornecendo caça de pequeno e médio porte,
que podia ser apanhada com porretes e armadilhas.
Nessa época também encontramos a chamada megafauna,
composta por grandes animais, como o cliptodonte (tatu gigante) e a
preguiça-gigante. A megafauna também era alvo da caça dos homens
pré-históricos, mas em menor grau, tanto pela dificuldade na captura quanto
pelo fato de esses animais competirem com os humanos os mesmos recursos.
O que dizem as evidencias
As pesquisas arqueológicas feitas em sítios do Pleistoceno
descobriram ossadas humanas, artefatos de pedra (como seixos lascados,
batedores e lascas) restos de fogueiras contendo detritos alimentares. Esses
restos orgânicos mostram o consumo de carne de anta, capivara, veado, paca,
tatu, tamanduá, lagarto, ema e peixe. Além de caça, esses grupos se alimentavam
de frutos, raízes e tubérculos, que eram abundantes no período.
Os fósseis humanos mais antigos já encontrados no Brasil
datam do pleistoceno. Eles foram encontrados no século XIX em uma caverna na
região de Lagoa Santa, em Minas Gerais. No mesmo local, na década de 1970,
foram encontrados ossos e o crânio de uma mulher, batizada pelos arqueólogos de
Luzia, em referência a Lucy, o mais antigo fóssil humano encontrado na África.
A análise do crânio de Luzia indica que ela tem parentesco
com grupos ligados às correntes migratórias da Austrália e do Pacífico do que
com grupos das estepes asiáticas que vieram pelo Estreito de Bering, o que
reforça o debate sobre a antiguidade do homem na América.
2-As culturas do Holoceno (de 12 mil anos atrás até o presente)
O Holoceno divide-se em duas fases, a pré-ceramista (entre
12mil e 5 mil anos atrás) e a ceramista (a partir de 5 mil anos atrás). Essa
divisão tem como critério a produção de cerâmica, considerada uma evolução
tecnológica muito importante em qualquer cultura.
Nesse período, com o domínio da agricultura, as populações
pré-históricas tiveram um crescimento demográfico sensível e alguns grupos
deixaram de ser nômades para se tornar sedentários. O cultivo da terra
proporcionou uma mudança nas atividades econômicas e no nível tecnológico
dessas populações pré-históricas, acarretando mudanças em todos os aspectos do
seu modo de vida.
As culturas pré-ceramistas
Por volta de 12 mil anos atrás, ocorreu uma mudança climática
global, que marcou o fim da era glacial. O aumento da temperatura e o
derretimento da camada de gelo que cobria grande parte da superfície terrestre
levaram a destruição de muitas savanas, que eram o habitat dos grandes
animais, e a formação de amplas florestas. Na América, a destruição das savanas
levou a extinção de muitos animais, como o mamute, o mastodonte e a preguiça-gigante.
Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do Brasil, as culturas
pré-ceramistas ainda são pouco conhecidas, mas se sabe que no cerrado e na
caatinga havia uma concentração forte de caçadores-coletores em sítios a céu
aberto e abrigos sob rochas. Os instrumentos em pedra desses grupos, utilizados
para raspar couro ou madeira, eram lascados em apenas uma das faces, dentro da
tradição Itaparica. Mais tarde, a partir de 8 mil anos atrás, esses
instrumentos em pedra foram substituídos por lascas simples.
Na região Sul do país destacam-se outras duas tradições: a umbu
e a humaitá. A tradição umbu é associada à presença de
caçadores-coletores das regiões de planalto, que se espalharam mais tarde pelos
vales. Seus utensílios em pedra, principalmente pontas de flechas e lascas,
tinham como característica serem adornados em ambos os lados, sendo produzidos
a partir de vários tipos de pedras.
Da tradição umbu à tradição humaitá
Existem indícios claros de que os grupos da tradição umbu
sepultavam seus mortos, colocando-os sobre cinzas de fogueiras e enterrando o
corpo com alguns objetos, como colares e conchas. Além de utilizarem pedras e
conchas, essa tradição também produzia objetos com ossos (furadores retocados,
agulhas e anzóis curvos) e adornos de dentes de tubarão.
Pouco mais tarde, percebemos que a tradição umbu desapareceu
em algumas regiões, dando lugar à tradição humaitá, correspondente a grupos que
habitavam os barrancos e terraços próximos a rios, tendo uma economia baseada
ainda na coleta de vegetais e na pesca. Seus instrumentos de pedra eram mais
pesados, compostos por machados bifaces e pedras com lascamento simples, mais
sem ponta de flecha.
A cultura dos sambaquis
Um traço comum da ocupação do litoral marítimo e fluvial
brasileiro são elevações formadas por areia, conchas e moluscos, por vezes de
grandes dimensões. Essas elevações são conhecidas como sambaquis,
palavra que em tupi significa “amontoado de conchas”.
Os sambaquis são encontrados em boa parte do Sul e do Sudeste
do país (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo), bem como em
alguns estados do Nordeste (Maranhão, Bahia e Rio Grande do Norte). A formação
dos sambaquis se deve à presença de grupos coletores marinhos que viveram no
litoral entre 8 mil anos atrás, e que se alimentavam de moluscos e peixes,
abundante nas costas brasileiras. Os sambaquis eram morros artificiais erguidos
por esses grupos, com finalidade ainda não definida pelos estudiosos. Suas
dimensões variavam de dois a dez metros de altura, mas existem alguns em Santa
Catarina que chegam a atingir 70 metros de altura.
Os povos dos sambaquis baseavam seu sustento principalmente
da coleta de moluscos, que eram abundantes nas lagoas do litoral do Brasil.
Alguns arqueólogos consideram que os sambaquis podiam servir de área de
acampamento, pela quantidade de restos de caça e de alimentação escavados.
Nos sambaquis são encontradas esculturas de pedra e ossos que
sugerem algum tipo de organização social rígida. Algumas sepulturas mostram
também quantidades de objetos e cuidados diferenciados com os corpos, o que
indicaria certa diferenciação social.
Os sambaquis sofreram por muito tempo danos causados pelo
vandalismo e pela exploração econômica do material, rico em cálcio, utilizado
na produção de cal. Outros ainda foram destruídos pata construção de rodovias
ou por imobiliárias. Essa depredação só foi interrompida na década de 1960,
quando os sambaquis foram reconhecidos como sítios arqueológicos a serem
preservados pela Constituição Federal.
As culturas ceramistas
Por volta de 5 mil anos atrás, boa parte dos grupos que
habitavam o Brasil passou a cultivar produtos agrícolas, especialmente a
mandioca e o milho. A cerâmica tornou-se importante para esses grupos porque
permitiu a preservação dos alimentos, a criação de novas técnicas de preparação
de alimentos cozidos em panelas, sem ter de coloca-los diretamente sobre o
fogo. Além disso, ela passou a ser usada por alguns povos como urna para
enterrar os mortos.
Uma das maiores culturas agrícolas desse período foi a tupi-guarani,
formada pela associação de dois ramos diferentes de povos, os tupinambás e os
guaranis. Os tupi-guaranis eram povos agricultores e ceramistas que, por volta
de 2mil anos atrás, se espalharam por boa parte do território brasileiro,
acompanhando principalmente o litoral, estendendo-se também por países
vizinhos, como o Paraguai.
A população tupi-guarani se difundiu de tal maneira que no
século XVI chegava a um milhão de indivíduos, sendo até hoje uma das populações
indígenas mais significativas no país. Por ser uma cultura que ainda estava
presente na época da chegada dos europeus, há diversos relatos de cronistas
estrangeiros que tiveram contato com esses grupos e descreveram suas crenças e
costumes.
Na Amazônia podemos encontrar vários indícios de culturas
expressivas da pré-história brasileira. Desde o período pré-ceramista, por
volta de 12 mil anos atrás, há sinais de ocupação da Bacia Amazônica por
populações de caçadores, pescadores e coletores. As culturas mais marcantes
dessa região são a marajoara e a tapajônica, associadas a duas
tradições ceramistas.
A cultura marajoara está ligada à tradição policroma, ou
seja, que utilizava uma gama de diferentes cores em suas peças. Essa tradição
surgiu na ilha de Marajó, criada pelo povo que ali habitava por volta de 3,5
mil anos atrás. A cerâmica marajoara possuía uma decoração composta por sinais
padronizados que expressava mitos desse povo.
A cultura tapajônica está associada à tradição
inciso-ponteada, da qual a cerâmica tapajônica é apenas a representante mais
destacada. Ela é composta de vasos com figuras humanas e de animais bem modeladas
e bastante estabilizadas, dos quais os vasos de cariátides (com suportes em
forma de figura humana e de animal) e os de gargalo são os exemplos mais
famosos.
3- As descobertas arqueológicas no Brasil
Desde o século XIX são realizadas pesquisas arqueológicas no brasil. Entre 1834 e 1846, o dinamarquês Peter Lund, pesquisando na região de Lagoa Santa, no interior de Minas Gerais, encontrou vestígios de grupos de caçadores que viveram no local há milhares de anos.
No século XX, as pesquisas se multiplicaram. Em 1975, no sítio arqueológico de Lapa Vermelha, próximo a Lagoa Santa, foi encontrado o esqueleto mais antigo da América. Com 11 500, esse esqueleto pertence a uma mulher de mais ou menos 20 anos e 1,50 m. Com traços negroides, ela ganhou o nome de Luzia.
As pesquisas na região de Lagoa Santa permitiram conhecer os hábitos dos povos que habitavam a região há milhares de anos. Esses povos são conhecidos como Homens de Lagoa Santa.
Vestígios arqueológicos no Brasil
No Brasil, os mais antigos vestígios desses povos datam do período paleolítico: sambaquis, utensílios primitivos e pinturas rupestres. O conjunto de vestígios encontrados em determinada região é chamado de sítio arqueológico, e sua análise cabe à Arqueologia, a ciência que estuda os povos pré-históricos. Através desse estudo desenvolveu-se o conhecimento do período anterior à chegada de Cabral ao Brasil, em 1500.
Sambaquis são volumosos montes de conchas e esqueletos de peixes, associados a objetos de pedra, às vezes com mais de 10 metros de altura. Distribuídos por todo o litoral brasileiro, destacadamente no Sul, atestam que ali viveram grupos humanos que se alimentavam de animais marinhos há mais de 10 000 anos.
Utensílios primitivos também foram encontrados em diversos pontos do litoral e do interior do Brasil: pontas de flechas, machados e outros instrumentos, além de potes de barro, alguns decorados e usados como urna para os mortos, dentro dos quais foram achados esqueletos.
Pinturas rupestres, compostas de desenhos de figuras humanas e de animais, cenas de caça e pesca, foram encontradas nas paredes de grutas e cavernas e em lajes de pedras em lugares abertos. São famosas as pinturas rupestres de cavernas em Minas Gerais e em São Raimundo Nonato, no Piauí.
O Homem de Lagoa Santa
Desde o século XIX são realizadas pesquisas arqueológicas no Brasil. Muitos artistas e estudiosos europeus vinham pesquisar a natureza exótica do Brasil. Entre eles, o dinamarquês Peter Lund, que veio estudar nossas plantas e animais tropicais.
A descobertas dos primeiros fósseis humanos no Brasil se deve às pesquisas do naturalista dinamarquês Peter Lund. Considerado o pioneiro da paleontologia brasileira. Lund trabalhou nas grutas de Lagoa Santa, em Minas Gerais, entre 1835 e 1845. Lund, ficou fascinado com as pinturas rupestres que viu no município de Lagoa Santa. Essas pinturas retratavam animais já extintos. Escavando no interior das cavernas de Lagoa Santa, encontrou fósseis de tigres-dente-de-sabre, de megatérios e de outros animais desaparecidos há muito tempo.
Em 1840, Lund fez sua maior descoberta: desenterrou as ossadas de trinta pessoas. Junto estavam ossos de animais, machados, pontas de flecha, furadores e outros instrumentos de pedra lascada. Esses achados foram datados em cerca de 11 mil anos e ficaram conhecidos como os fósseis do Homem de Lagoa Santa.
As pesquisas permitiram conhecer os hábitos dos povos que viveram na região de Lagoa Santa, há milhares de anos. Hoje existem muitos outros sítios arqueológicos sendo estudados. Em 1975, no sítio arqueológico de Lapa Vermelha, próximo a Lagoa Santa, foi encontrado o esqueleto mais antigo da América, com 11500 anos. Esse esqueleto pertenceu a uma mulher (de mais ou menos 20 anos e 1m50cm de altura), com traços negroides, que recebeu o nome de Luzia.
O Sítio Arqueológico de Pedra Furada
A serra da Capivara, localizada no município de São Raimundo Nonato, no Piauí, é considerada um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil.
As descobertas arqueológicas nessa região motivaram a criação do Parque Nacional da Serra da Capivara e a Fundação Museu do Homem Americano. Em 1991, a UNESCO tombou o parque como patrimônio da humanidade.
O sítio de Pedra Furada, foi encontrado na década de 1960. Vem sendo estudado desde o início da década de 1970, por uma equipe de estudiosos coordenada por Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira.
A equipe de arqueólogos, pesquisa supostos vestígios da presença humana, que teriam entre 48 mil e 40 mil anos. No local, foram encontrados além de pinturas rupestres, instrumentos de pedras lascadas, vestígios de fogueiras e cacos de cerâmicas de diferentes épocas. Submetidos ao Carbono 14, esses indícios foram datados em até 50 mil anos. Portanto, as pesquisas arqueológicas dirigidas por Niède Guidon, sugerem que os homens pré-históricos habitavam o Brasil há, aproximadamente, 50 mil anos.
Entretanto, existem dúvidas em relação aos vestígios encontrados em Pedra Furada. Como não encontraram fósseis humanos da mesma época, alguns críticos alegam que as pedras lascadas e as fogueiras podem ser resultados de causas naturais (consequência de raios, por exemplo). Caso sejam comprovadas essas estimativas sobre a antiguidade da presença humana no local, feitas pela equipe de Niède Guidon, será preciso rever as teorias sobre as rotas de imigração e de datação da presença humana no continente americano.
Povos do litoral
Por volta de 6 mil anos atrás, parte do litoral brasileiro (do Espirito Santo ao Rio Grande do Sul) foi habitada por povos seminômades, com certa unidade cultural em função da adaptação ao ambiente litorâneo. Deixaram como vestígios de sua presença os sambaquis, palavra de origem tupi que significa “monte de mariscos”.
Os sambaquis foram utilizados para enterrar os mortos com seus objetos pessoais (enfeites, utensílios e armas), o que indica uma provável preocupação religiosa com a morte.
Os estudos dos sambaquis revelam aspectos da cultura dos povos litorâneos de nossa Pré-história. Esses povos formavam aldeias com cerca de 100 a 150 habitantes em média. Viviam da coleta, da caça e principalmente da pesca. Utilizavam instrumentos feitos de pedra (enfeites, facas, flechas, machados) e de ossos (arpões, agulhas, anzóis). Tinham o domínio do fogo e assavam os alimentos, que eram divididos entre os membros do grupo.
Durante cerca de 5 mil anos, os povos do sambaquis expandiram-se com brilho e vigor. Sofreram, por fim, o ataque dos índios tupi-guaranis, vindos do interior do território brasileiro.
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