quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

A NOVA ORDEM MUNDIAL

Conflitos na Velha Ordem Mundial e o mundo bipolar

 
Ao longo do século XX, alguns países decidiram implementar o socialismo como sistema administrativo de estruturas políticas e econômicas internas. O primeiro deles foi a Rússia.
A Revolução de 1917 foi inicialmente marcada pela derrubada da monarquia czarista – que dominou o país durante séculos – e, em seguida, por uma guerra civil que perdurou nos anos seguintes. Essa guerra foi resultado das disputas entre grupos revolucionários (exército vermelho) e grupos contrarrevolucionários (exército branco).
Com a vitória do exército vermelho, os bolcheviques, liderados por Vladimir Lenin (1880-1924), passaram a implementar uma série de medidas socialistas, que transformaram as estruturas políticas, sociais e econômicas do país.
A partir de 1922, a Rússia passou a implantar o socialismo e a agregar outros países do Leste Europeu e da Ásia, formando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Entre 1947 e 1989, o período em que a Guerra Fria perdurou, a disputa política, econômica e militar travada pelas duas superpotências estabeleceu uma ordem mundial caracterizada pela bipolaridade, isto é, pela presença de dois grandes blocos: o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o bloco socialista, liderado pela União Soviética.
Também chamado de Velha Ordem Mundial ou Ordem Mundial Bipolar, esse período demonstrou que a disputa entre as superpotências era, sobretudo, uma questão ideológica, já que não houve confronto militar direto entre elas. Por isso, recebeu a denominação Guerra Fria.
Tanto a URSS como os Estados Unidos utilizaram diversos meios para aumentar suas áreas de influência, tais como a corrida armamentista, a aeroespacial, das artes, do esporte, etc.
A partir da década de 1970, os primeiros sinais de enfraquecimento da União Soviética começaram a aparecer, decorrentes de divergências políticas internas, crises econômicas, fome, desemprego, violação dos di reitos humanos, entre outros aspectos. 
Esse panorama culminou no colapso do bloco socialista e no fim da Guerra Fria, representado pela queda do Muro de Berlim, em 1989, e pela dissolução da União Soviética, em 1991. 
A década de 1990 foi marcada pelo surgimento de uma Nova Ordem Mundial, com a emergência de novos polos de poder econômico e político, do estabelecimento de suas zonas de influência e do aumento da integração entre eles.


Emergência de novas potências e a Nova Ordem Mundial



A Nova Ordem Mundial iniciou-se em 1991, com a dissolução da União Soviética e a adoção do sistema capitalista por ex-repúblicas soviéticas e por países do Leste Europeu. Os sinais das transformações globais já vinham aparecendo nas décadas anteriores, com a recuperação de alguns países que foram arrasados durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 1991, com a queda da maior parte dos regimes comunistas do planeta e a desintegração da União Soviética, a divisão do mundo em dois blocos opostos – um dos marcos do século XX – chegou ao fim. Essa nova configuração provocou uma importante reorganização das relações internacionais em um processo marcado por rupturas e permanências.
O fim da União Soviética e a emergência de novos centros de poder econômico, representados por Japão, China, Tigres Asiáticos e países da Europa Ocidental, resultaram em um sistema internacional caracterizado pela “multipolaridade” ou “unimultipolaridade”, como propôs na época o pesquisador estadunidense Samuel Huntington (1927-2008).
Para esse teórico, o mundo tornou-se multipolar do ponto de vista econômico, e unipolar dos pontos de vista militar, ideológico e cultural, considerando a hegemonia dos Estados Unidos nesses aspectos.
Diferentemente da Velha Ordem Mundial, cuja correlação de forças entre as duas superpotências era pautada no poder político e militar, na Nova Ordem Mundial os países passaram também a disputar a hegemonia econômica, comercial e tecnológica.
Os países do Norte, na década de 1990, apresentavam alto grau de industrialização, boas condições socioeconômicas e um elevado Produto Interno Bruto (PIB).
Os países do Sul eram considerados pobres em razão dos graves problemas que enfrentavam, como desigualdade social, fome, elevadas taxas de mortalidade infantil e violência, além de menor grau de industrialização, vulnerabilidade econômica e baixo Produto Interno Bruto.
É nesse contexto regional que o Brasil estava inserido no início da década de 1990. Os dados socioeconômicos levantados naquela época demonstravam que o país enfrentava elevados níveis de concentração de renda e desigualdade social.
De um lado, novas formas de organização de blocos de países ganharam força, especialmente os chamados blocos econômicos. Por outro lado, o fim das disputas entre os Estados Unidos e a União Soviética não afastou o perigo de um conflito nuclear. 
Atualmente, muitos países produzem armas nucleares, como a bomba atômica. Isso representa um sério perigo para a paz mundial, pois entre alguns desses países há rivalidades e disputas que podem levar a uma nova guerra. Ao mesmo tempo, Estados Unidos e China, as duas maiores potências econômicas da atualidade, vivem um período de rivalidade. 
De acordo com analistas internacionais, o principal motivo é a disputa sobre quem assumirá o protagonismo da economia global nas próximas décadas. Segundo essas análises, o governo estadunidense teme que a China ocupe um papel de liderança em muitas áreas, principalmente a tecnológica, onde o país asiático vem apresentando grande desenvolvimento nos últimos tempos. 
Aliada a essa situação, a Rússia, detentora de grande arsenal nuclear, busca exercer supremacia na região da antiga URSS. Tudo isso evidencia as permanências históricas do contexto da Guerra Fria nas relações internacionais na passagem do século XX para o XXI. 
Entretanto, não restam dúvidas de que o ano de 1991 marcou o fim de certas características do mundo contemporâneo e o começo de novos processos históricos.

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