quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Geopolítica e os organismos internacionais

Após o fim da Segunda Guerra, ganhou força a ideia de se criar organismos internacionais capazes de mediar as relações entre os países e, assim, garantir a manutenção da paz mundial. Foi nesse cenário que, em 1945, 51 nações de todos os continentes fundaram a Organização das Nações Unidas (ONU). 
Com sede em Nova York (Estados Unidos), a ONU é, atualmente, a maior e a mais importante organização governamental internacional. Hoje, 193 países fazem parte da ONU. As organizações internacionais se multiplicaram e se fortaleceram nas últimas décadas, ao mesmo tempo que o processo de globalização e a integração econômica global se intensificaram. 
Nesse contexto, tais organizações assumiram a missão de promover o ordenamento das relações internacionais, elaborar acordos entre as nações e regular seus cumprimentos. Buscam, assim, garantir a viabilização dos interesses coletivos e promover um entendimento em torno de demandas globais.
A manutenção da paz, a defesa da igualdade, dos direitos e das liberdades do ser humano e a promoção do desenvolvimento econômico, social e cultural são seus objetivos principais.

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 


Na tentativa de se fortalecer como organização coordenadora de ações mun diais, a ONU organizou, no ano 2000, a Cúpula do Milênio, na qual os países-membros se comprometeram a implantar políticas para atingir oito grandes objetivos de desenvolvimento até 2015.
Durante os 15 anos em que os oito objetivos do milênio nortearam as ações dos governos e das organizações internacionais, muitos avanços ocorreram. A pobreza diminuiu, mais crianças passaram a frequentar a escola e as taxas de mortalidade infantil caíram. Porém, ainda é preciso realizar esforços para atingir esses objetivos de forma satisfatória. 
Em 2015, houve outra reunião da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, em que os países-membros da ONU e a sociedade civil redefiniram uma agenda de desenvolvimento sustentável, que deverá ser atingida até 2030, composta de 17 objetivos.

Agências da ONU 


A ONU é composta de agências especializadas, programas e fundos que desenvolvem ações em diversas áreas, como saúde, educação e defesa dos direitos humanos. 
Atualmente, além da ONU, existem diversas organizações internacionais, entre elas a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Conheça algumas dessas instituições.

Organização Mundial da Saúde (OMS) 


Fundada em 1948, com sede em Genebra (Suíça), a OMS atua em 194 países, fornecendo apoio técnico e assistência na prevenção e no tratamento de doenças, como programas de vacinação em massa e fornecimento de medicamentos.
No contexto da pandemia da covid-19, a OMS assumiu um papel de destaque, atuando pela integração das políticas internacionais de combate à pandemia, pela regulamentação dos protocolos adotados pelos países e pela ampla vacinação em todo o mundo. Também esforçou-se em conter a disseminação de fake news e de informações imprecisas que pudessem comprometer a prevenção contra a doença.

Banco Mundial 


Fundado em 1944, o Banco Mundial conta com 187 países-membros. Com sede em Washington (Estados Unidos), a instituição atende somente países em desenvolvimento, for necendo-lhes empréstimos e experiência técnica para projetos como construção de escolas, hospitais, estradas, hidrelétricas etc.

Organização Mundial do Comércio (OMC)


Nesse novo contexto de maior integração financeira e comercial entre os países, a Organização Mundial do Comércio (OMC) passou a ter papel relevante na regulamentação das novas regras econômicas mundiais. Ela estabelece as normas para o comércio internacional dos 164 países (no início de 2022) que a integram. 
Na OMC, cada país tem direito a um voto e nenhum dos membros tem poder de veto. Em dezembro de 2011, a 8ª Conferência Ministerial da OMC havia aprovado o protocolo de adesão da Rússia, única grande economia mundial que não pertencia à organização. A adesão definitiva ocorreu com a aprovação oficial do Parlamento Russo, em 2012.

Fundo Monetário Internacional (FMI) 


Com sede em Washington (Estados Unidos), o FMI, criado em 1944, tem como principal objetivo a estabilidade do sistema financeiro internacional, por meio de cooperação entre os 188 países-membros. O Fundo fornece empréstimos e exige políticas de ajustes econômicos que, muitas vezes, prejudicam o desen volvimento social dos tomadores.

Organização das Nações Unidas ara Agricultura e Alimentação (FAO) 


Criada em 1945, tem sede em Roma (Itália) e atua em 194 países. Seu objetivo é a promoção do desenvolvimento agrícola, o aumento da produção de alimentos e a erradicação da fome, da subnutrição e da carência de alimentos.

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) 


A Unesco, sediada em Paris (França), foi criada em 1945. É constituída por 193 países que buscam promover o desen volvimento nas áreas de educação; ciências humanas, sociais e naturais; informação; cultura e comunicação.

Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) 


O Unicef, sediado em Nova York (Estados Unidos), foi criado em 1946. O Fundo desenvolve políticas e campanhas de vacinação, prevenção da aids, educação, combate ao trabalho infantil e à discriminação de crianças e adolescentes, entre outras ações.

Programa das Nações Unidas para o meio ambiente (Pnuma) 


O Pnuma foi criado em 1972, como resultado da primeira conferência da ONU sobre meio ambiente, realizada no mesmo ano, em Estocolmo (Suécia). Com sede em Nairóbi (Quênia), tem como objetivos promo ver a conservação e o uso racional dos recursos naturais, alertar sobre problemas e ameaças ao meio ambiente, entre outros. Atua em parceria com os setores governamental, não governa mental, acadêmico e privado. 
As conferências mundiais sobre meio ambiente realizadas depois da criação do Pnuma têm por objetivo promover debates e buscar soluções para os problemas ambientais globais. Analise a linha do tempo com as principais conferências e seus desdobramentos.

Fórum Social Mundial (FSM) 


O FSM é um encontro aberto realizado quase todos os anos, do qual participam movimentos sociais, ONGs e diversas pessoas do mundo, com o objetivo de debater problemas sociais e políticos, formular propostas e trocar experiências. 
O primeiro FSM aconteceu em Porto Alegre em 2001 e foi concebido em oposição ao Fórum Econômico Mundial, organização internacional que reúne anualmente na cidade de Davos (Suíça), apenas por meio de convite, líderes políticos, empresários, especialistas de diversas áreas, jornalistas, religiosos, ONGs, entre outros, para discutir e apontar soluções para questões mundiais que envolvem economia, educação, saúde, ambiente, pobreza, conflitos internacionais etc. Desde então, encontros nacionais, regionais e temáticos passaram a ocorrer a fim de discu tir temas específicos, como saúde e migrações.

Os blocos econômicos 


Outra característica da segunda metade do século XX foi a formação de blocos econômicos. O objetivo era assegurar melhor capacidade de negociação de cada nação e eliminar barreiras alfandegárias entre os membros de cada bloco. Dessa forma, os países de um bloco poderiam comerciar entre si sem cobrar impostos sobre as importações.
O mais antigo desses blocos começou a ser criado em 1957, com a formação da Comunidade Econômica Europeia (também chamada de Mercado Comum Europeu). Em 1992, depois de várias mudanças e ampliações, esse bloco passou a se chamar União Europeia (UE). Atualmente, a UE reúne 27 Estados-membros, principalmente na Europa Ocidental. Dezenove deles adotam a mesma moeda, o euro.
Outros blocos se formaram nos anos 1990, entre eles o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), formado por Estados Unidos, Canadá e México; e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em 2021, entrou em vigor um novo bloco formado por 54 dos 55 países africanos, a Zona de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA, na sigla em inglês).
Nos últimos anos, os blocos econômicos começaram a ser avaliados de maneira negativa por grupos nacionalistas. Movimentos de extrema direita afirmam que esses blocos são prejudiciais para as economias nacionais, e defendem que os países endureçam as barreiras alfandegárias e abandonem os acordos de livre circulação. Além disso, apoiam medidas anti-imigração, estimulando, inclusive, a expulsão de imigrantes de certos países. Um dos principais desdobramentos desse movimento contrário aos blocos econômicos deu-se em 2016, quando 52% dos eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deixasse a União Europeia. A saída, votada em plebiscito, se concretizou em 2020. Esse movimento ficou conhecido como Brexit, termo em inglês que combina as palavras Britain, que significa “Bretanha”, e exit, que significa “saída”.

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