segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Nova Zelândia

Do mesmo modo que a Austrália, a Nova Zelândia foi colonizada por ingleses. Antes, porém, em 1642, o navegador holandês Abel Tasman (1603-1659) esteve lá, mas foi recebido com hostilidade pelos maoris, o povo que habitava as terras. Os europeus só retornariam às ilhas que hoje formam a Nova Zelândia em 1769, por meio de James Cook. Por isso os ingleses reivindicaram aquele território.

População 


Os maoris foram os primeiros povos a se estabelecer nas ilhas do Norte e do Sul. Eles têm tradições, como cantos, danças e tatuagens no rosto, que se man têm ainda hoje. Embora preservem suas tradições e vínculos culturais, as comunidades maoris se encontram bastante integradas com a cultura ociden tal, adquirindo, por exemplo, hábitos alimentares e de vestimenta. 
A relação deles com os colonizadores europeus, embora parecida com a dos aborí gines australianos, teve algumas diferenças, como você poderá ler na seção Olhar interdisciplinar. Na Nova Zelândia, a população total estimada em 2018 era de cerca de 4,8 milhões de pessoas, de acordo com o Statistics New Zealand. Desse total, cerca de 15% eram maoris ou descendentes deles. Cerca de 90% da população vivia em cidades. No campo concentrava-se principalmente a população maori tradicional.

Economia 


Considerado um país de renda elevada, a Nova Zelândia possui indústrias de vários setores na capital, Wellington, e em Auckland, a maior cidade em termos populacionais. Também se destaca a criação de bovinos e de ovinos. Os principais produtos exportados têm como mercado a Austrália, pela proximi dade geográ fica. Destacam-se a exportação de produtos de origem animal, como leite, carne bovina, lã, manteiga e queijos. Outros produtos exportados são ma deira e vinho. 
A produção agropecuária neozelandesa é marcada pelo uso de tecnologia e por ser intensiva, dadas as dimensões de seu território. Outra atividade importante para o país é o turismo. A Nova Zelândia atrai muitos visitantes interessados em turismo de aventura e na prática de esportes, já que o país reúne áreas naturais montanhosas, propícias para caminhadas e escalada, e praias, onde se pode praticar surfe e mergulho.

Austrália

A Austrália está entre os dez maiores países em extensão territorial do mundo. Entre as atividades econômicas desenvolvidas no país, destacam-se a exploração de minerais em larga escala e o turismo . País de colonização inglesa, possui uma população composta também de povos originários.

Colonização


As terras correspondentes à atual Austrália foram povoadas milhares de anos antes da chegada dos europeus. Os aborígines, primeiros habitantes dessas terras, lá se estabeleceram entre 50 mil e 60 mil anos atrás, de acordo com estu dos arqueológicos. 
Para alguns, viviam nessas terras cerca de 1 milhão de aborígines até o início da ocupação do território pelos britânicos, no fim do século XVIII. Eles eram caçadores e seminômades, ou seja, permaneciam por um tempo em certo local e depois migravam para outras terras. 
No século XVII, navegadores holandeses exploraram a costa da atual Austrá lia e deram-lhe o nome de Nova Holanda, mas não tomaram iniciativas coloniza doras. Isso seria feito pelos ingleses a partir de 1770, quando o capitão James Cook explorou e mapeou a costa leste para o governo britânico. 
Em 1788, depois da independência dos Estados Unidos, os britânicos transfor maram o território da atual Austrália em colônia penal e passaram a ocupá-lo, des considerando os habitantes aborígines. Estima-se que mais de 160 mil prisioneiros, muitos condenados por pequenos crimes, tenham sido levados para a colônia penal britânica. 
Os aborígines resistiram à ocupação, mas os britânicos dizimaram grande parte deles e conseguiram expulsá-los para o interior. Com o tempo, os ingleses tomaram posse das terras, enviando homens livres para colonizá-las. As terras foram declaradas de domínio da Coroa inglesa, que as dividiu em seis colônias.

População 


Resultado da colonização inglesa, a população australiana, estimada em cerca de 24,9 milhões pelo Australian Bureau of Statistics em 2018, é formada por descendentes de europeus, por imigrantes de várias nacionalidades, que compõem 5% desse total, e por aborígines, cerca de 1% da população total. Ainda hoje os aborígines são discriminados na sociedade australiana. 
A maioria vive em áreas afastadas, e os que habitam as grandes cidades recebem sa lários até três vezes mais baixos do que os dos brancos, além de sofrer com o desemprego e viver em condições precárias. 
Como grande parte da Austrália é dominada pelos climas árido e semiárido, a maioria da população australiana vive na costa leste do país, onde ficam as cidades de Sydney e Melbourne. 
Em razão do número relativamente reduzido de habitan tes, o governo incentiva a imigração de profissionais, sendo, portanto, encontradas pessoas de diversas nacionalidades no país, como ingleses, irlandeses, escoceses, italianos, alemães, chineses e indianos.
A Austrália apresenta excelentes indicadores de saúde, educação e renda. Em 2017, o país estava na terceira posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), atrás somente da Noruega e da Suíça.

Economia 


No território australiano, as atividades industriais e agropecuárias estão presen tes, mas a maior parte da economia do país é representada pelo setor de serviços. A produção de bovinos e de ovinos é importante no país e ocupa grande parte do território australiano.
A Austrália está entre os maiores expor tadores de carne do mundo, e parte dessa produção segue para países europeus. Entre os produtos agrícolas, o trigo é o de maior destaque, sendo um item relevante nas exportações da Austrália. 
O cultivo da cana-de-açúcar também é importante, destinando-se ao mercado interno, para a produção de açúcar. Apenas 10% do território apresenta áreas agricultáveis, mas o uso de tecnologias moder nas permite uma produção elevada.

Turquia: entre o Oriente Médio e a Europa


Assim como a Rússia, a Turquia também descende de um importante império do passado. Trata-se do Império Otomano, cujo núcleo se concentrava nos limites territoriais turcos atuais.

Território e população


Com um território de 774 820 km2, a Turquia está em uma posição estratégica, pois permite a ligação terrestre entre a Europa e o Oriente Médio por meio de pontes sobre o estreito de Bósforo.
A Turquia possuía cerca de 80 milhões de habitantes em 2016, de acordo com o Banco Mundial. Nas últimas décadas, a população turca vem apresentando uma redução das taxas de natalidade e sua pirâmide reflete um país em transição demográfica.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2016, a expecta tiva de vida ao nascer na Turquia era de 75,5 anos. Quanto à escolaridade, a média de anos de estudo era de 7,9 anos, ou seja, menos que o necessário para concluir o Ensino Fundamental, que, em geral, é de 8 anos. Apenas 43,5% das mulheres haviam concluído o Ensino Médio, enquanto entre os homens esse indicador che gava a 64,8%.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2016, a expectativa de vida ao nascer na Turquia era de 75,5 anos. Quanto à escolaridade, a média de anos de estudo era de 7,9 anos, ou seja, menos que o necessário para concluir o Ensino Fundamental, que, em geral, é de 8 anos. Apenas 43,5% das mulheres haviam concluído o Ensino Médio, enquanto entre os homens esse indicador chegava a 64,8%.

Principais cidades


Cerca de 72% da população turca era urbana em 2016, de acordo com o Banco Mundial. Istambul, a maior cidade do país, com cerca de 13,5 milhões de habitantes na área metropolitana, é dividida pelo estreito de Bósforo. Uma pequena parte de seu território está localizada na Europa e a outra parte, na Ásia, o que dá à cidade um caráter muito particular.
Ancara, com 4,5 milhões de habitantes, é a capital da Turquia e sede do governo e do poder de Estado. Istambul é o polo econômico e cultural do país.

Atividades econômicas

Os produtos que a Turquia exporta são bastante diversificados, o que constitui uma vantagem para o país, pois, se algum item tem seu preço diminuído, outro pode compensar com uma eventual valorização.
Em 2016, a Turquia era a 29a maior economia de exportação do mundo. Ouro, carros, caminhões e peças de veículos eram seus principais produtos de exportação, cujos principais destinos eram Alemanha, Reino Unido, Itália e Estados Unidos.
Por causa das condições naturais do território turco, apenas 35% das terras são aráveis e quase 20% das terras cultivadas são irrigadas. As frutas representam mais de três quartos dos produtos agrícolas. A Turquia é o maior produtor mundial de damascos, avelãs e figos. Também merece destaque a produção de azeitonas, uvas e trigo.
Rússia e Turquia têm uma posição geográfica estratégica que permite a ligação terrestre entre a Europa e a Ásia.

Rússia: política e economia

A Rússia é herdeira de um enorme território, que se estende da Ásia à Europa. Ela foi formada pela conquista de terras pelos czares, muitas vezes com o uso de violência.
Parte do território russo está localizada na Europa e outra, na Ásia. Essa loca lização deixou o país em uma posição estratégica, já que ele pode ser um dos caminhos para uma maior integração terrestre entre os dois continentes. 
Entre 1922 e 1991, a Rússia foi parte de um país mais extenso, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ou apenas União Soviética, que levou sua influência a pontos mais afastados da capital, Moscou, em direção à Europa. Ape sar da presença de outras culturas e povos, os russos praticamente dominavam culturalmente a União Soviética.

A União Soviética 


Com a Revolução Russa de 1917, que transformou radicalmente a estrutura social da Rússia, os czares foram expulsos do poder e os revolucionários assumiram o controle do Estado. Teve início um novo período que resultou na formação da União Soviética, em 1922. 
Durante quase trinta anos, a economia da União Soviética foi regida pelos Planos Quinquenais, estabelecidos a cada cinco anos pelo poder central. Por meio deles as atividades econômicas eram planejadas. 
O setor agrícola foi organizado em cooperativas e em fazendas do Estado. Já o setor industrial priorizou as indús trias de base, para depois focar na produção de bens necessários à população. Esse sistema permitiu ao país equipar-se militarmente e participar ativamente da Segunda Guerra Mundial.
A União Soviética rivalizou com os Estados Unidos entre o fim da Segunda Guer ra Mundial e o começo da década de 1990, período da Guerra Fria, como já foi abor dado. Essas duas potências disputavam o desenvolvimento de novas armas e a con quista do espaço, caracterizando uma corrida armamentista e uma corrida aero espacial. 
Além disso, procuravam influenciar países e atraí-los para seus interesses. A União Soviética mostrava-se como uma alternativa de poder até começar a enfrentar problemas de abastecimento de alimentos, o que gerou revoltas e, com outros fatores, culminou em sua desintegração, em 1991. 

A Comunidade dos Estados Independentes 


Para manter a articulação econômica entre os antigos integrantes da União Soviética, formou-se a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que repre sentou uma solução para que os países não fossem desabastecidos repentinamen te, já que suas economias eram complementares. 
A CEI reunia as antigas repúbli cas da União Soviética, com exceção de Estônia, Letônia e Lituânia. Com o passar do tempo, o bloco passou a ter outros objetivos políticos e econômicos.
De início, os critérios de integração que sustentavam a CEI foram efetivos, mas, aos poucos, disputas econômicas e geopolíticas entre a Rússia e os outros membros comprometeram a unidade do bloco. Em 2005, o Turcomenistão deixou de ser um membro pleno para tornar-se um membro associado; em 2009, a Geórgia abandonou o bloco. 
A Ucrânia, embora não costume comparecer a cúpulas e reuniões da CEI, continuou formalmente como membro da organização. Seu afastamento se deu a partir de 2014, em razão de graves conflitos com a Rússia.

O retorno da Rússia 


Desde o fim da União Soviética, a Rússia passou por várias transformações, o que leva muitos estudiosos a apontá-la como uma nação emergente, que consegue influenciar outros países, além de promover melhorias na qualidade de vida de sua população. 
A herança de parte dos armamentos da antiga União Soviética, o elevado potencial de recursos naturais e a postura geoestratégica do governo nas últimas duas décadas têm confirmado o destaque russo no mundo atual. 
O território russo é o maior do mundo, com 17 075 200 km2. A extensão de sua costa é de 37 653 km. Porém, estima-se que apenas 8% dessas terras sejam cultiváveis em razão dos invernos rigorosos e de grandes áreas com perma frost, tipo de solo que permanece congelado por longos períodos.

Indicadores sociais 


Para um país que, de algum modo, esteve no comando de ações internacionais durante anos, a situação social da Rússia poderia ser melhor. De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2016, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a expectativa de vida ao nascer na Rússia era de 70,3 anos, mais baixa que a de países como o Canadá, por exemplo. Quanto à escolaridade, a média do período de estudo era de 12 anos. 
Entre as mulheres com mais de 25 anos de idade, 89,6% concluíram ao menos o Ensino Médio, percentual que sobe para 92,5% no caso dos homens, para a mes ma faixa etária e nível escolar. 
Os homens estavam mais presentes no mercado de trabalho: 71,7% do total da população masculina trabalhava, enquanto 56,6% das mulheres estavam empregadas. As mulheres representavam, na época, apenas 14,5% do Parlamento, enquanto na Suécia, por exemplo, elas ocupavam 43,6%. Ainda de acordo com o PNUD, em estimativa divulgada em 2018, a Rússia es tava na 49a posição entre os países do mundo quanto ao Índice de Desenvolvimen to Humano (IDH), apresentando a pontuação de 0,816, considerada muito alta.

Atividades econômicas 


Apesar do rigor das baixas temperaturas, predominante no território russo, as exportações agrícolas têm aumentado nos últimos anos, segundo o Ministério da Agricultura do país. Mesmo assim, os produtos de origem agropecuária represen tam apenas cerca de 6% das exportações do país, destacando-se: cereais, açúcar, batatas e carnes de frango e suína. 
A Rússia ocupa uma posição importante no mundo como grande fornecedora de fontes de energia e de recursos naturais, em especial o petróleo e o gás natural. Para escoar essa produção – incluindo o fornecimento para a Europa ocidental –, o território russo apresenta uma ampla rede de oleodutos e gasodutos.

Conflitos entre a Rússia e Ucrânia


Nos últimos anos, graves conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, que também envolvem interesses da União Europeia (UE), têm ganhado repercussão mundial. Em 2013, o então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, anunciou a intenção de romper negociações para a associação do país à União Europeia e de promover maior aproximação econômica com a Rússia. 
Contudo, grande parcela da população ucraniana era pró-União Europeia e não concordou com esse novo posicionamento do governo, dando início a intensos e prolongados protestos. Nas manifestações, prédios públicos foram destruídos e os embates com as tropas do governo causaram inúmeras mortes. Yanukovych foi deposto e se exilou na Rússia em 2014. 
A parcela da população ucraniana que apoiava a aproximação com a Rússia, por sua vez, posicionou-se contra a deposição de Yanukovych e também iniciou protestos na porção leste do país e na Crimeia. 
A Crimeia é uma república autônoma que pertencia à Ucrânia. Seu território está localizado em uma península no mar Negro, que é o único acesso de território ucraniano ao mar Mediterrâneo e, por isso, é de grande importância estratégica, abrigando uma importante base naval russa, além de ser cortada por gasodutos e possuir importantes reservas de gás.
A maioria da população da Crimeia é de etnia russa e se manifestou contra a deposição de Yanukovych e a favor da associação com a Rússia. 
Em março de 2014 foi realizado um referendo no qual mais de 96% dos votantes decidiram que a Crimeia deveria se separar da Ucrânia e ser anexada à Rússia  O resultado deu ao governo de Moscou a legitimidade de que necessitava para controlar completamente a península e ampliar sua área de influência estratégica. 
Porém, o referendo e a anexação da Crimeia não foram reconhecidos pelo governo da Ucrânia, tampouco pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que julgaram a manobra uma agressão internacional e, em retaliação, impuseram um bloqueio econômico à Rússia. 
Em maio de 2014 foi eleito um novo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. Entre suas primeiras ações estava a assinatura de um acordo de livre-comércio com a União Europeia. 
Esse fato gerou forte reação do governo russo, que ameaçou cortar o fornecimento de gás à Ucrânia no inverno. No mesmo mês, os estados ucranianos de Donetsk e Luhansk, localizados no extremo leste do país, realizaram referendos. Os resultados também apontaram a separação de ambos os estados e sua anexação à Rússia. 
O governo ucraniano reagiu, o que resultou em uma guerra civil, na qual os rebeldes se paratistas pró-Rússia se confronta ram com as tropas do governo, que lutavam para garantir a integridade do território ucraniano.
Assim, a Ucrânia tem sido, nos últimos anos, palco de disputas entre União Europeia e Rússia por ampliação de suas áreas de influência econômica e geopolítica. 

Parlamento Europeu

É a instituição parlamentar da União Europeia, composta de representantes políticos dos países-membros do bloco, escolhidos por meio de eleição direta, a cada cinco anos. Alguns historiadores identificam na união de Bélgica, Países Baixos e Luxembur go, em 1944, que resultou no Benelux – da sigla composta dos nomes desses países, em que a sílaba “ne” corresponde a Países Baixos (Netherlands, em inglês) –, a pri meira organização que inspirou a criação da União Europeia.
Outro momento importante rumo a uma maior cooperação entre países eu ropeus ocorreu em 1952, ano de criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca), resultado de um tratado assinado em Paris (França) que reuniu Alema nha, Bélgica, França, Países Baixos, Itália e Luxemburgo. Esses países decidiram não cobrar as taxas de importação e exportação sobre o comércio de carvão e aço quando as transações fossem entre eles.
Em 1957, os seis países que formaram a Ceca criaram o Mercado Comum Eu ropeu, também chamado de Comunidade Econômica Europeia (CEE), que previa, entre outras medidas, a liberação do fluxo de trabalhadores entre seus integrantes. Em 1973, mais três países ingressaram na CEE: Dinamarca, Irlanda e Reino Unido.
Em 1981 foi a vez da Grécia. Cinco anos mais tarde, Espanha e Portugal passaram a ser membros do bloco, constituindo a “Europa dos doze”. Em 1985, França, Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo decidiram eliminar o controle das fronteiras comuns, facilitando o fluxo de pessoas. Era o começo do Espaço Schengen.
Em uma reunião dos países-membros do Mercado Comum Europeu realizada em 1993, redefiniu-se esse nome para União Europeia e foi criada uma moeda comum, o euro. Seis anos depois, o euro já era usado em transações comerciais, mas só em 2002 chegou como dinheiro circulante (cédulas e moedas) nos países que o aceitaram como moeda, criando-se a zona do euro.
Outras decisões tomadas naquela reunião foram a permissão para a livre cir culação de cidadãos europeus entre os países-membros; estímulo à livre circulação de mercadorias entre os países do bloco; criação do Banco Central Europeu, loca lizado em Frankfurt (Alemanha) para fiscalizar as contas dos países-membros.
A partir daí, a União Europeia viu seu grupo de países crescer. Em 1995, ingres saram a Áustria, a Finlândia e a Suécia. Dez países se tornaram membros em 2004: Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Tcheca. Em 2007, entraram para o bloco a Bulgária e a Romênia. A Croácia passou a fazer parte da União Europeia em 2013.
O Parlamento Europeu é formado por 751 deputados, que elegem o presiden te da Comissão Europeia, a instituição responsável por formular políticas e pro postas de leis e por aplicar a legislação da União Europeia. No Parlamento se discutem, desde 2009, ano em que o Tratado de Lisboa passou a vigorar, o orça mento e a política agrícola do bloco. Outra questão em debate diz respeito à crise migratória.

Espaço Schengen

O Acordo de Schengen, firmado em 1985, facilitou o fluxo de pessoas entre países europeus. Ele foi assinado na cidade de Schengen (Luxemburgo), que se localiza próximo à tríplice fronteira entre Alemanha, França e Luxemburgo. Inicialmente, esses três países, além de Bélgica e Países Baixos, concordaram em fortalecer suas fronteiras externas e em eliminar o controle interno. Isso tornou mais simples a vida de sua população e de turistas, que não necessitavam mais apresentar documentos para circular entre eles. Aos poucos, outros países aceitaram os termos do acordo e passaram a fazer parte dessa área de livre circulação de pessoas, o Espaço Schengen.
Em 1999, o Acordo de Schengen foi integrado à União Europeia, mas nem todos os seus membros aderiram completamente a ele. O Reino Unido e a Irlanda não aceitaram as normas e ainda exigem docu mento de identidade dos europeus, mas concordaram em trocar informações com os demais países, prin cipalmente relativas a segurança e controle do terrorismo. Por outro lado, há países que não fazem parte da UE, mas integram o Espaço Schengen, como Islândia, Suíça e Noruega. O acordo também prevê que, em situações excepcionais, alguns países retomem o controle fronteiriço temporariamente.

domingo, 7 de dezembro de 2025

Conferências sobre Meio Ambiente

Aos poucos, os temas ambientais foram ganhando importância no debate entre países. Em 1972, ocorreu a primeira reunião da ONU dedicada exclusivamen te a esse assunto. Trata-se da Conferência sobre Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo (Suécia). Naquela época, a poluição do ar estava entre as maiores preocupações dos participantes dessa conferência. Também havia interesse em tratar do acesso aos recursos naturais.
Nessa primeira grande conferência da ONU dedicada ao tema ambiental, os países mais ricos propuseram aos mais pobres o crescimento zero, baseados em estudos que indicavam que os recursos naturais do planeta seriam insuficientes para dar a toda a população humana condições iguais de consumo. 
Isso gerou uma resposta clara dos países mais pobres, que recusaram a proposta e reivindicaram o direito ao desenvolvimento. Por isso, esse debate ficou conhecido como Zeristas versus Desenvolvimentistas. Os países então reunidos decidiram criar um órgão da ONU para cuidar das discussões internacionais ambientais: o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

PNUMA 


Criado em 1972, o PNUMA (figura 16) começou a funcionar no ano seguinte, mas só teve uma sede definitiva em 1984, em Nairóbi (Quênia). A criação do PNUMA permitiu o surgimento da ordem ambiental internacional, um conjunto de tratados internacionais que buscaram regular as ações humanas sobre o ambiente. 
Entre as atividades do PNUMA está a produção de relatórios que ajudam a conhecer a situação do mundo em relação a assuntos ligados ao meio ambiente, como os desastres ambientais – que acontecem devido a secas prolongadas ou a períodos de chuvas que causam deslizamento de terra e inundações. 
Também são produzidos estudos sobre a conservação da biodiversidade e sobre o acesso à água doce de qualidade pela população mundial. Além disso, são produzidos guias que incentivam a adoção de práticas para um uso mais eficiente dos recursos naturais. 
Desde então, houve um importante crescimento da quantidade de acordos internacionais com o objetivo de tentar controlar a degradação ambiental, orga nizados a partir do PNUMA.

Da Rio-92 à Rio+20 


Durante 20 anos, uma série de conferências foi realizada para discutir temas ambientais. Diferentemente da reunião de Estocolmo (Suécia), nesse período, as discussões não culparam a pobreza pela degradação ambiental, mas, sim, o modelo de produção capitalista, que necessita de matéria-prima constantemente para produzir as mercadorias. Essa maneira de produzir consome bastante energia, além de gerar muito descarte rapidamente, o que causa sérios impactos ambientais.

Rio-92 


Em 1992, mais de 170 países participaram da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, por ter sido realizada no Rio de Janeiro (RJ). O evento também recebeu o nome de Eco-92. Pela primeira vez em reuniões da ONU, as ONGs também puderam participar como membros das delegações dos países presentes. Essa conferência foi influenciada por uma ideia divulgada um pouco antes, em 1987: o desenvolvimento sustentável, que é uma forma de produzir mercadorias sem esgotar os recursos naturais atuais para que as gerações futuras também possam usufruir desses recursos. Esse desafio ainda não foi alcançado.
O evento no Rio de Janeiro visava elaborar um plano de ação para recuperar o planeta da degradação ambiental e que deveria ser aplicado até o ano 2000. Ele ficou conhecido como Agenda 21. Mais duas declarações resultaram do evento no Brasil: a Declaração de Florestas, na qual os países afirmaram que manteriam as florestas, e a Declaração do Rio, que firmava o compromisso dos países em manter o planeta em condições de ser habitado pelas gerações futuras. Aproveitando a reunião de líderes e chefes de Estado, foram assinados mais dois acordos muito importantes: a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção sobre Mudanças Climáticas.

Convenção sobre Diversidade Biológica 


A Convenção sobre Diversidade Biológica estabeleceu que a conservação da biodiversidade é importante para garantir a reprodução das espécies e de suas relações. Além disso, ela é a base da engenharia genética. 
De nada adianta ter conhecimento para manipular genes se não existirem seres vivos que possam ser utilizados em estudos e experiências que favoreçam a pesquisa e a descoberta de novos remédios, alimentos e materiais. 
Por isso, esse tratado internacional estabeleceu que, caso alguma tecnologia ou produto venha a ser gerado a partir de um ser vivo que existe em um país, o país que o desenvolveu deve repassar o conhecimento àquele que mantém a in formação genética em uma área natural. Ou seja, o país que detém a informação genética deve receber a tecnologia desenvolvida a partir dela. 
Também foi estabelecido que o conhecimento associado de comunidades tradicionais locais, que vivem em áreas protegidas, como povos indígenas, qui lombolas e caiçaras, deve ser reconhecido no processo de desenvolvimento tecnológico e, por isso, ser remunerado de algum modo. 
Depois da Rio-92, ocorreram novas rodadas de discussão sobre a ordem am biental internacional. No caso da biodiversidade, um dos resultados do encontro dos países-membros da Convenção foi o Protocolo de Biossegurança, assinado no ano 2000, em Cartagena (Colômbia). Esse documento estabeleceu normas para o transporte de organismos geneticamente modificados, que devem ser obede cidas pelos países que adotaram o Protocolo. 
Outro documento importante foi definido em 2010, em Nagoya (Japão). Trata-se do Protocolo de Nagoya, que regulamentou como será a participação dos países nos benefícios que resultem da utilização de recursos ge néticos, o que interessa diretamente às comunidades tra dicionais, as maiores beneficiadas com essa decisão. 
Por exemplo, se um laboratório desenvolver um remédio utilizando o conhecimento de uma comunidade tradicional, ela deverá ser paga. Mas como será esse pagamento? Não é simples definir, já que algumas comunidades não usam o dinheiro para expressar valor e outras têm mais de um líder, o que não deixa claro a quem pagar o benefício. Enfim, o debate vai continuar por mais alguns anos para tentar resolver esses impasses. 

Convenção sobre Mudanças Climáticas 


Controlar as emissões de gases que aumentam o efeito estufa é o principal objetivo da Convenção sobre Mudanças Climáticas. De acordo com o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (International Panel of Climate Change – IPCC), órgão assessor da Convenção, para conter o aquecimento global, é preciso diminuir a emissão dos gases que retêm calor. 
Isso gerou um impasse, pois tornou-se necessário definir quais países deveriam reduzir a emissão deles. Esse documento reconheceu que os países que mais lan çaram gases de efeito estufa na atmosfera no passado deveriam ser os primeiros a reduzir a emissão deles. 
Desse modo, países que ainda estavam em uma situação econômica e social inferior poderiam ter a oportunidade de melhorar as condições da população, o que, segundo os modelos de desenvolvimento econômico atuais, implica aumentar a emissão de gases de efeito estufa. 
Para gerar emprego e renda, é preciso aumentar a atividade econômica, o que leva à necessidade de aumentar a produção de energia, uma das fontes de emissão desses gases. Em 1997, foi assinado o Protocolo de Quioto, resultado de uma reunião na cidade de Quioto (Japão). Esse protocolo confirmou o princípio adotado na Convenção sobre Mudanças Climáticas e determinou aos países que se industrializaram primeiro que reduzissem as emissões de gases de efeito estufa entre 2008 e 2012. 
Os Estados Unidos não concordaram com o Protocolo e não o ratificaram, ficando sem a obrigação de diminuir as emissões desses gases. Os países da União Europeia assumiram outra posição e concordaram em reduzir as emissões. 
Na conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP18) em Doha (Catar), em 2012 (figura 22), ficou decidido que o Protocolo de Kyoto terá seu período de funcio namento prorrogado até 2020. Em 2015, na COP21, foi assinado o Acordo de Paris, que entrará em vigor a partir de 2020. 
O principal objetivo do acordo, ratificado por 195 membros da Convenção do Clima da ONU e a União Europeia, é manter o aquecimento global “mui to abaixo dos 2 oC”. Segundo cientis tas ligados à ONU, se o aquecimento global chegar aos 2 oC, o planeta estaria condenado a um “futuro sem volta”, com eventos que vão prejudicar a economia e a sociedade, como mudanças climáticas extremas e escassez de água.
O texto do acordo também diz que todos os países do mundo devem fazer esforços para limitar o aumento da temperatura global a até 1,5 oC. Os pontos do acordo também deverão ser revisados a cada cinco anos e os países desenvolvidos, em um primeiro momento, vão investir 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança climática e de adaptação dos países em desenvolvimento. Porém, para garantir a participação dos Estados Unidos no acordo, apenas alguns pontos do documento terão força de lei internacional, sendo os outros pontos de cumprimento voluntário. Mesmo assim, em 2017, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a saída dos Estados Unidos do acordo, alegando que só voltaria a integrá-lo quando houvesse cláusulas econômicas que ele considerasse justas ao país.

Rio+20 


Em 2012, foi realizada uma reunião no Rio de Janeiro (RJ), a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também chamada de Rio+20, que teve como meta discutir a adoção de um modelo de desenvolvi mento econômico, denominado economia verde, capaz de: 

•não esgotar recursos naturais para que gerações futuras possam utilizá-los; 
•promover, ao mesmo tempo, a inclusão social de parcelas pobres da popu lação sem que elas esgotem ainda mais as reservas naturais. 

Pensar em formas de produção que gerem poucos impactos ambientais e promovam o acesso dos mais pobres a uma vida melhor é bastante complexo. Com a globalização, em geral, aumentam as dificuldades para conseguir emprego e a riqueza fica concentrada, o que resulta em elevado nível de desemprego, até mesmo de mão de obra qualificada, como se verifica atualmente em países como Espanha e Grécia. 
Na Rio+20, pela primeira vez na história da ONU, um cidadão pôde se mani festar diretamente, sem precisar estar vinculado à delegação de um país ou ser membro de uma ONG. 

Divisão do espaço europeu

Adotamos a divisão do continente em Europa ocidental e Europa oriental, considerando o critério socioeconômico. A Europa ocidental engloba o...