domingo, 7 de dezembro de 2025

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)

Cuidar da produção e da oferta de alimentos é uma das missões da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (Food and Agriculture Organization, FAO), com sede em Roma (Itália). A FAO também promove estudos para avaliar a perda de solo por erosão e a contaminação do solo pelo uso intensivo de agrotóxicos. 
Essas ações foram as primeiras, no âmbito da ONU, relacionadas à temática ambiental. Além disso, a FAO também tem programas de ajuda e assessoria aos go vernos para que os países possam modernizar suas atividades agrícolas, florestais e pesqueiras.
Segundo dados da ONU de 2015, uma em cada nove pessoas no mundo (cerca de 795 milhões) ainda é subnutrida; a maioria delas vive em países em desenvolvimento. Ainda de acordo com esses dados, a má nutrição causa 45% das mortes de crianças abaixo dos cinco anos, anualmente.
A agricultura é uma das atividades que mais empregam trabalhadores no mundo atual, sendo importante fonte de renda para as famílias rurais. Dados da ONU indicam que 40% da população global vive direta ou indiretamente de recursos ligados à agricultura e cerca de 80% da comida consumida no mundo é produzida em pequenas fazendas, que utilizam técnicas tradicionais de cultivo.
Dessa maneira, para atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável), seria preciso investir nos pequenos agricultores, ajudando-os a modernizar a produção, a manter a fertilidade do solo e a aproveitar os recursos naturais sem exauri-los (vale lembrar que os ODS, também são conhecidos por Objetivos Globais. Ao todo são 17 ODS, que promovem mudanças nas pessoas e no planeta, sendo a erradicação da pobreza o ODS 1).
Assim, seria possível aumentar a segurança alimentar e a nutrição dos mais pobres e a produção de alimentos não só para as comunidades locais, mas também para os mercados globais.
Entre os compromissos da FAO estão o combate à fome e à pobreza, a melhoria da nutrição, a busca da segurança alimentar, o desenvolvimento agrícola sustentável e o acesso de todas as pessoas, em todos os momentos, aos alimentos necessários para uma vida saudável.


Conflitos na Nigéria - África subsaariana

Palco de diversos conflitos, a Nigéria tem aumentado sua importância no con tinente africano. Isso se deve à produção petrolífera, que desperta a atenção e o interesse de muitos países, especialmente dos Estados Unidos e da China. É justa mente a atração do petróleo que gera problemas. O outro foco de tensões é a divisão do país entre muçulmanos e católicos, com predomínio do primeiro grupo.
Antiga colônia inglesa, a Nigéria tornou-se independente em 1960. Poucos anos depois, teve início a Guerra de Biafra (1967-1970), um dos confrontos mais san grentos do país, no qual morreram cerca de 600 mil pessoas. A causa dessa guerra foi a tentativa de sepa ração do estado de Biafra, ao sul do país, que chegou a se declarar um país autônomo em 1967. Com o fim da guerra, a República de Biafra deixou de existir e a Nigéria ganhou os atuais contornos territoriais.
Outro motivo da Guerra de Biafra foi a disputa pelo controle da exploração de petróleo, que é abundante no sul da região (figura 40). Como as reservas estavam em grande parte na República de Biafra, empresas transna cionais de petróleo, em especial da França, procuraram apoiar o movimento autonomista para atender a seus interesses com a venda de petróleo. O apoio de transna cionais petrolíferas dos Estados Unidos e do Reino Unido ao governo nigeriano foi importante para manter o país unificado, ou seja, houve uma ação para evitar que a em presa francesa pudesse expandir sua influência na Nigéria. 
Depois da Guerra de Biafra, surgiram outros conflitos, dessa vez por causa da divisão étnica e religiosa do país. Ao norte estão os hauçás, que são majoritaria mente muçulmanos. Os ibos, cristãos em sua maioria, habitam a área da antiga República de Biafra. Os yoruba são o terceiro grupo populacional e estão divididos entre muçulmanos e cristãos.
Estima-se que a maioria da população da Nigéria seja muçulmana. Na década de 1980, surgiram tensões entre partidos muçulmanos que controlavam o norte e desejavam impor as leis islâmicas em todo o país. Os cristãos reagiram e as tensões rapidamente se transformaram em conflitos armados. 
Não bastassem essas dificuldades, outras minorias étnicas e religiosas, que se sentiam excluídas dos ganhos gerados com a extração do petróleo, praticaram ações terroristas que resultaram em muitas mortes nas décadas de 1990 e 2000, gerando enormes prejuízos, pois seus alvos preferidos eram os oleodutos. A intenção era parar a produção de petróleo e diminuir o poder dos muçulmanos. 
Em 2009, uma série de atentados marcaram a presença de um novo grupo de ativistas na Nigéria: o Boko Haram, que significa “educação ocidental é proibida”. 
Formado por militantes islâmicos radicais, o grupo organizou várias ações que resultaram em mortes de civis e prisão de mulheres adolescentes, com o argumento de que elas precisam ser reeducadas de acordo com as normas da sharia, a lei islâmica que não separa o Estado da religião e está baseada na inter pretação de textos sagrados e na opinião de líderes religiosos. 
Em 2015, o Boko Haram controlava parte do território nigeriano e de países vizinhos com o objetivo de criar um país com regras islâmicas. Nigéria, Níger e Chade combateram o grupo, que, em 2015, se associou ao Estado Islâmico, que atuava do mesmo modo em países como Síria e Iraque, com o objetivo de criar um país onde os líderes religiosos dominem a vida política, baseados na sharia.

Tunísia: a Revolução de Jasmim


País de colonização francesa, que se tornou independente em 1956, a Tunísia era governada, em 2010, por Zine El Abidine Ben Ali (1936-) desde 1987. O ditador criou um sistema no qual foi reeleito cinco vezes. 
A família de Ben Ali comandava os negócios de setores estratégicos do país, como o turismo, que nos últimos anos foi uma aposta do governo.
Entretanto, oferecer suas belezas naturais e seu patrimônio histórico à visita de turistas como forma de gerar riqueza causou desconforto entre a população. Muita gente começou a questionar essas ações, dando origem a mais uma fonte de insatis fação contra o governo de Ben Ali, que também era acusado de ser antidemo crático e corrupto.
Em 18 de dezembro de 2010, um jovem chamado Mohamed Buazizi ateou fogo ao próprio corpo como forma de protesto contra a corrupção policial. Buazizi tinha uma barraca de frutas, que foi confiscada pela polícia porque o jovem se recusou a pagar propina. A ação do jovem foi o estopim para que começasse uma onda de protestos pelo país.
O povo se reuniu em diversas situações nas ruas, com presença maciça dos jovens, até que, em 14 de janeiro de 2011, Ben Ali fugiu da Tunísia para a Arábia Saudita. Os vários enfrentamentos com a polícia do governo deram resultado positivo para os manifestantes. Como as manifestações foram muito bem-suce didas e duraram menos de um mês, esse movimento popular contra o governo de Ben Ali foi chamado de Revolução de Jasmim; era a primeira “flor que brotava” da Primavera Árabe.
Logo após a saída do presidente Ben Ali, foi formado um novo governo de transição até a posse de outros dirigentes eleitos. A Tunísia é vista pela comuni dade internacional como o único caso de sucesso da Primavera Árabe. Eleições foram realizadas e as tensões entre as forças islâmicas e laicas não se converteram em um confronto armado graças ao papel de mediação da sociedade civil que, por isso, obteve o Nobel da Paz em 2015.
As manifestações na Tunísia inspiraram outras nos países próximos, alastrando-se por Egito, Líbia, Argélia, Bahrein, Iêmen, Marrocos, Jordânia e Síria.

Conferência de Bretton Woods

Muitos autores acreditam que a Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, que ficou conhecida como Conferência de Bretton Woods, de 1944, foi o começo da criação das organizações internacionais. Em Bretton Woods, em New Hampshire, nos Estados Unidos, 44 países se reuniram para definir o funcionamento da economia do pós-guerra.
Foram discutidos, pela primeira vez na história, formas de controlar a circulação do dinheiro no mun do e meios de garantir as trocas cambiais entre os países. Nessa reunião foram criados o Fundo Monetário Internacional (FMI), responsável por orientar o desenvolvimento econômico dos países integrantes, e o Banco Mundial (a princípio denominado Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), para promover a reconstrução dos países arrasados pela Segunda Guerra.

O Fundo Monetário Internacional (FMI)

Com o objetivo de regular a movimentação financeira no mundo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi criado, em 1944, na Conferência de Bretton Woods. Em 2018, o FMI contava com 189 países-membros. Sua sede fica em Washington D.C. (Estados Unidos).
Monitorar a economia de seus países-membros é uma das funções do FMI, que recebe informações e gera anualmente um relatório em que avalia os pontos fortes e fracos da economia de uma nação e os compara com os dos demais in tegrantes. Mas sua maior missão é manter a estabilidade financeira internacional, garantindo que os pagamentos entre bancos e demais empresas financeiras dos países possam ocorrer sem dificuldade.
Quando um dos sócios do fundo necessita de recursos, ele recebe uma visita de técnicos do FMI, que levantam informações sobre a economia do país. Nem sempre eles são bem recebidos. Nesse processo, investiga-se o valor que o país deve, quando deve pagar as dívidas e avaliam-se suas reservas monetárias internacionais para, então, decidir a quantia a emprestar e de que forma isso será feito.
Os recursos para o empréstimo vêm da contribuição de uma parcela do PIB de cada país-membro, que forma uma espécie de poupança que pode ser sacada por um país em difi culdades para honrar seus compromissos financeiros.

Ditadura militar no Brasil e os Estados Unidos na Guerra Fria

Um dos argumentos usados pelos governantes militares na ditadura militar (1964-1985) para se aliar aos Estados Unidos referia-se à posição geográfica do Brasil. Por estar localizado na América do Sul, seria mais fácil, considerando os re cursos técnicos da época, relacionar-se com a superpotência estadunidense. Outro ponto a considerar era a presença de partidos de orientação socialista no Brasil, que queriam se aproximar da União Soviética.
Os Estados Unidos não podiam permitir que o maior país da América do Sul se tornasse aliado do inimigo; assim, como forma de manter a parceria, ofereciam apoio e treinamento militar. O Brasil tinha uma boa relação com os Estados Unidos até meados da década de 1970, momento em que os governos militares quiseram ter acesso à tecnologia nuclear.
Os estadunidenses não venderam tecnologia, apenas máquinas e equipa mentos para a Usina Nuclear Angra I. Como os militares desejavam desenvolver a levou os governos militares a rom perem com os Estados Unidos. Mas o Brasil já tinha dado sinais de tecnologia nuclear, fizeram um acordo com a Alemanha, em 1975, para comprar equipamentos para a Usina Nuclear Angra II, tendo, neste caso, acesso à tecnologia.
Muitos autores apontam esse fato como o principal motivo que que queria liberdade política, de cidindo, por exemplo, retomar as relações diplomáticas com a China, um país socialista, em 1974, e votar, em 1975, pelo fim do bloqueio econômico imposto a Cuba.

Pacto de Varsóvia e Otan

Do lado socialista, em 1955, foi criado o Pacto de Varsóvia, uma aliança militar firmada na capital da Polônia. Para muitos autores, o objetivo maior do Pacto era defender os países socialistas europeus e equilibrar a relação com a Otan. Participaram os seguintes países: Albânia (que saiu em 1968), Bulgária, Tche coslováquia (que na época reunia a República Tcheca e a Eslováquia), Hungria, Polônia, República Democrática da Alemanha, Romênia e União Soviética.
Um episódio marcou a criação do Pacto: o questionamento da hegemonia soviética pela Iugoslávia, governada pelo marechal Tito (1892-1980), também socialista, que não aceitou ingressar na aliança. O argumento de Tito era o de que os interesses soviéticos eram diferen tes dos de seu país.
Os objetivos do Pacto de Varsóvia eram muito semelhantes aos da Otan. A ideia era criar um siste ma de defesa mútuo, que proteges se os membros contra agressões externas. Mas havia uma cláusula que restringia a liberdade dos países e que praticamente os obrigava a permanecer no Pacto. As reuniões de seus membros eram anuais.

O novo papel da Otan e o fim do Pacto de Varsóvia 


Após a crise dos países socialistas do Leste Europeu, no fim da década de 1980, o Pacto de Varsóvia esvaziou-se, e acabou sendo dissolvido em 1991. 
Com o fim da Guerra Fria, a Otan vem passando por uma reestruturação e iniciou um processo de expansão para áreas do antigo bloco soviético na Europa. 
Em 12 de março de 1999, a República Tcheca, a Hungria e a Polônia ingres saram na organização. Em 2004, foi a vez de Bulgária, Romênia, Eslovênia, Eslo váquia, Letônia, Lituânia e Estônia. Posteriormente, ocorreram outras adesões de países do chamado Leste Europeu. 
A Otan constitui atualmente uma organização militar que oferece apoio e cooperação em matéria de segurança para a ONU, defesa contra o terrorismo e combate ao tráfico de drogas. Estrategicamente, a manutenção de uma organização militar envolvendo a Europa e os Estados Unidos reduz a possibilidade de criação de uma organização dessa natureza representando a União Europeia. 
Assim, ampliar a atuação da Otan nos principais conflitos mundiais e pro cessos de ocupação significa ampliar a participação financeira da Europa nesses processos. A Otan, dessa forma, vem se colocando em uma posição de equilíbrio entre Estados Unidos e União Europeia, apesar dos desentendimentos entre am bos, como no caso da ocupação do Iraque, em 2003. 
Em maio de 2002, a Rússia e a Otan selaram um acordo de cooperação, com a criação do Conselho Otan-Rússia. Até 2014, o país participou das deci sões dos países-membros em assuntos de interesse mútuo, como a definição de estratégias político-militares a serem aplicadas no controle da proliferação de armas nucleares e no combate ao terrorismo. 
Nesse ano de 2014, no entanto, a Rússia anexou a Crimeia, república autônoma, pertencente à Ucrânia, e, em razão disso, a Otan suspendeu o acordo de cooperação e, desde então, somente em abril de 2016 ocorreu um encontro que contou com a participação de representantes russos.

Divisão do espaço europeu

Adotamos a divisão do continente em Europa ocidental e Europa oriental, considerando o critério socioeconômico. A Europa ocidental engloba o...