sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

O fundamentalismo islâmico no Oriente Médio

O fundamentalismo islâmico, ou muçulmano, ganhou força com a ascensão política, econômica e militar do Ocidente e a dominação imperialista de potências europeias, como o Reino Unido e a França, sobre os países muçulmanos do Oriente Médio, logo após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). 
A partir do final da década de 1960, a frustração provocada pelas sucessivas derrotas militares dos países árabes muçulmanos nas diversas guerras contra o Estado judeu de Israel desde a sua fundação, em 1948, ajudou a consolidar o crescimento dessa visão radical dentro do mundo islâmico. 
De modo geral, o fundamentalismo islâmico propõe um retorno ao Islã “puro” e a um modo de vida com características semelhantes às verificadas na época de Maomé e de seus primeiros sucessores (califas), no século VII. 
Os fundamentalistas islâmicos têm uma visão antiocidental: são contrários à globalização e às influências desse lado do mundo. Eles consideram os hábitos ocidentais (liberalismo, individualismo) corruptores, responsáveis pelo declínio mate rial e moral dos países muçulmanos. Por isso, propõem a criação de Estados islâmicos regidos pela sharia, uma legislação civil orientada por princípios religiosos.
Entre os fundamentalistas, a maioria é adepta da vertente sunita do islamismo, mas nem todos pregam a violência contra os “infiéis” e a luta armada para a ins tauração de Estados islâmicos, defendendo um retorno pacífico às práticas tradi cionais do Islã.
Vale ressaltar que a maioria dos muçulmanos repudia qualquer violência por ser contrária à lei islâmica e, apesar de buscarem conservar suas tradições, não são fundamentalistas nem repudiam influências modernas. Muitos defendem, inclusive, o aumento tanto da abertura democrática quanto da concessão de mais liberdades individuais em seus países.

 Os sunitas e os xiitas 


Existe entre os muçulmanos uma antiga divisão entre sunitas e xiitas, que remonta à sucessão do quarto califa, denominado Ali ibn Abu Talib, que era genro e sobrinho do profeta Maomé. No ano 661 d.C., esse califa foi assassinado, e o título passou para Moawiya, um líder muçulmano que não pertencia à linhagem do profeta. 
A maior parte dos muçulmanos, que ficou conhecida como sunita, apoiou o novo governante, enquanto a minoria, conhecida como xiita, defendeu que apenas os membros da família de Maomé poderiam assumir o califado. Dessa disputa, teve origem uma guerra civil que resultou na morte dos descendentes de Ali e na vitória dos partidários de Moawiya. Atualmente, cerca de 90% dos muçulmanos são sunitas, enquanto os xiitas somam cerca de 10%.

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